Todos os artigos: Nacional

O que é o PAN? A oportuna neutralidade da direita

Sempre que se lhe presta ensejo, o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) repete que «não é de esquerda nem de direita» porque rejeita «enquadramentos deterministas à esquerda, centro ou direita – os quais serão sempre reducionistas»

Se, em política, a neutralidade é sempre suspeita, deve ser constituída arguida e devidamente investigada quando acontece alguma injustiça. E no PAN, à semelhança dos Fuzis da Senhora Carrar, de Brecht, a alegada imparcialidade dos neutrais pende sempre para um dos lados.

Ler mais

Reivindicar, exigir, reconquistar Abril

O mandato que o povo, através da nova composição parlamentar, entregou ao PS é uma procuração para a ruptura com as políticas de direita. Com esta procuração na mão, todos os trabalhadores ficam em melhor posição para reivindicar a devolução do que foi roubado, exigir mais direitos e reconquistar Abril.

Perdida a batalha eleitoral e abandonadas as esperanças de governar sob o protectorado de Cavaco, começou, porém, uma luta de morte pelo coração do Partido Socialista. Como demonstram as histéricas reacções do patronato e dos sectores mais reaccionários da direita, incansáveis na mnemónica da opção histórica de classe do PS, este governo tem apenas e somente duas opções: ou trai o grande capital monopolista ou trai os trabalhadores.

Ler mais

Um discurso intemporal – Chaplin, o grande ditador

Desculpem-me, mas eu não quero ser um Imperador, esse não é o meu objectivo.  Eu não pretendo governar ou conquistar ninguém.
Gostaria de ajudar a todos, se possível, judeus, gentios, negros, brancos. Todos nós queremos ajudar-nos uns aos outros, os seres humanos são assim. Todos nós queremos viver pela felicidade dos outros, não pela miséria alheia. Não queremos odiar e desprezar o outro. Neste mundo há espaço para todos e a terra é rica e pode prover para todos.

Ler mais

Do reformismo à colectivização forçada

O PCP mudou. Uma autêntica perestroika. Uma profunda desfiguração do partido marxista-leninista, operário e comunista. Abandonando os seus princípios e contra muitos dos seus militantes deixando de lado as bandeiras fundamentais sobre a NATO, a renegociação da dívida, a preparação do país para a saída do Euro e o controlo público da banca, o PCP torna-se muleta do PS para que o PS chegue ao poder.

Ler mais

TAP

Segundo Público de hoje “os bancos asseguram que o Estado vai continuar a garantir a dívida da empresa (TAP), mesmo privatizada”. Fonte citada pelo mesmo jornal acrescenta um simbólico e julgo eu nada irónico “como não podia deixar de ser”.

O negócio da TAP ainda vai dar muito que falar e o processo encontra-se longe da conclusão ontem anunciada pelo governo ainda em funções. O que para já importa denunciar é a ilegitimidade e a ilegalidade da finalização de um processo que já não poderia ser concretizada por um governo demitido. E já agora, a propósito da dívida da empresa, lembrar sucessivas intervenções públicas do ex-secretário de estados dos transportes – o agora homem do Banco de Portugal para a venda do Novo Banco – garantindo que “a dívida da TAP não vai sobrar para o Estado“.

Nós cantamos as mesmas canções

«Vitória!» A multidão explode num grito longo e encrespado. «Vitória!» repete e prolonga o mar de gente, ecoado no frontão do Palácio de São Bento com a persistência das vagas contra as fragas. «Vitória!» e tremem, no tímpano do palácio, as estátuas moles que enfeitam o estrado. «Vitória», outra vez. Mil vezes «Vitória».

Porquê tanto entusiasmo? Por causa daquelas notícias (talvez ainda se lembrem), de gente suicidada quando o desespero e o governo venceram. Porquê tanta alegria? Porque desta vez perderam os ladrões que roubaram a electricidade e o pão e a água e a dignidade e a esperança aos velhotes da minha rua. Porquê tantas palmas? Porque hoje perderam os milionários e venceram os trabalhadores.

Ler mais

Diário de luta

Escrevo a precisamente quinze minutos de se iniciar a sessão plenária da Assembleia da República que discute, pelo segundo dia, o programa apresentado por PSD e CDS, Passos e Portas, na sequência da sua indigitação por um Presidente da República que não tolera o seu próprio povo. Felizmente, o sentimento é cada vez mais mútuo e só é pena que tenha enganado tanta gente durante tanto tempo.

Escrevo porque é bastante provável que durante a sessão de hoje, as quatro moções de rejeição do programa do Governo, apresentadas por PS, PCP, BE e PEV sejam discutidas e tenham aprovação, provocando a queda do Governo mais reaccionário de que eu tenho memória.

Ler mais

Quem travou a austeridade é quem a pode inverter

O acordo entre PS, BE, PCP e PEV representa a possibilidade real de travar a cada vez mais veloz trajectória de austeridade e ataques aos direitos dos trabalhadores inaugurada com o 25 de Novembro.

Esse acordo não escamoteia a história, a natureza de classe ou a tradição política do PS ao longo de 40 anos, mas põe em evidência a preponderância do factor que, malgrado a identidade do PS, nos levou a um entendimento que poderá beneficiar todos os trabalhadores portugueses. À semelhança da actual correlação parlamentar das forças partidárias, os avanços sociais que um eventual governo liderado pelo PS poderá trazer dependerão da capacidade de luta do povo português. Foi a luta dos trabalhadores que impôs uma mudança de política. Será a luta dos trabalhadores a sua garantia, mas também o seu fiador, juiz e, se necessário, agente de execução.

Ler mais