De Moria a Lisboa: o Bloco de Esquerda, Marisa Matias e a grande mentira

Há coisas que nos passam pelos olhos que das duas uma:

Ou são mentiras deliberadas e quem as conta não se importa de as contar ou quem as escreve pensa que somos todos uma cambada de acéfalos.

Que o tema dos refugiados é um tema sobre o qual as personalidades gostam de discorrer, muitas vezes puxando o pé para a caridadezinha porque coitadinhos temos que os ajudar, já todos estamos mais do que habituados.

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Tudo o que é sólido dissolve-se ao espelho

Nunca saberemos se a Rainha Má era uma má rainha. Nos tempos medievos a que remonta a história, bastava uma mulher não ser tão tacanha como a Branca de Neve, ou simplesmente estar uma ideia à frente do seu tempo, para logo lhe ser posposto o maligno adjectivo.

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A gripe de São José

No passado sábado, no diário da Sonae, Público, São José Almeida, redatora-principal, decidiu gastar 4.072 carateres com o PCP, algo que costuma fazer apenas na altura dos Congresso do Partido, quando, talvez mais por vergonha do que por decência, o jornal se vê obrigado a fazer uma abertura de página com o evento. São José Almeida saca da pena e dispara em todas as direções: Critica o decreto que permitiu as celebrações do 1.º de Maio; omite o motivo que levou os festivais a não se realizarem; mente ao dizer que o PCP afirmou que estariam 100.000 pessoas por dia na Festa; está preocupada com os custos eleitorais do PCP e assume uma questão que é lapidar: se houver um aumento de casos, a opinião pública atribuirá essa responsabilidade ao PCP. E isso, para São José, é um dado adquirido mesmo que não seja verdade, e não lhe passa pela cabeça, enquanto jornalista, desmontar essa perceção pública. Vamos passar à frente as considerações que faz sobre Álvaro Cunhal, porque o legado do antigo Secretário-Geral do PCP o dispensa.

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A polémica já não é sobre a Festa do “Avante!”

Jornais, rádios e televisões distanciaram-se tanto da realidade daquilo a que se chama cidadão comum que praticamente já ninguém lhes dá qualquer credibilidade. No fundo, esta armadilha mediática em que vivemos é identificada com o sistema político, económico, social e cultural em que vivemos. O mesmo que mantém os trabalhadores na miséria. Os milionários que financiam o Chega fazem parte da mesma elite que financia o PS, o PSD e o CDS-PP e que sabem a importância de terem alguém que instrumentalize o descontentamento social de forma a que não caia nas mãos dos comunistas. Foi assim nos anos 20 e 30, é assim agora.

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Avante: unidos pelo fio que nos separa

Inédia prodigiosa ou anorexia mirabilis é o nome com que a taumaturgia católica designa o prodígio de sobreviver sem alimentação. São Nicolau, santo padroeiro dos suíços, por exemplo, foi expeditamente canonizado quando, na sequência de um sonho em que viu um cavalo a comer um lírio, abandonou a mulher e os dez filhos para ser eremita, sobrevivendo durante os dezanove anos seguintes numa ravina muito isolada – um detalhe relevante, note-se – sem outro sustento que não a fé.

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Um excesso de fraternidade

“(…) possíveis 33 mil (…) que virão de toda a parte do país e que findo o Avante partirão para toda a parte do país. Aliando a isto toda uma atmosfera de fraternidade e união.” Este é um dos argumentos com que nos podemos topar na maré de comentários que têm sido feitos em milhares de publicações, relacionadas directa, indirectamente ou mesmo alheias ao tema da realização da festa do avante!

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Identidade, opressão e luta de classes

Depois de, no meu último contributo, me ter debruçado sobre a génese do racismo no seio do capitalismo e o seu papel na subalternização do sujeito racializado, é agora vez de clarificar a posição materialista histórica e dialéctica sobre as opressões de grupos que divergem da identidade natural burguesa – branca, europeia ou euro-descendente, heterossexual e culturalmente judaico-cristã, para finalmente concluir o porquê da opção pela crítica marxista e não pela interseccionalidade para estudar as opressões.

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