Isolados mas unidos sob o voo do abutre.

Aconselham-nos a ficar em casa. Vamos deixar de parte o julgamento sobre a adequação das medidas que estão a ser tomadas por governos em todo o mundo. Na verdade, não temos elementos para apurar da sua validade, não temos elementos científicos que nos permitam afirmar que são exageradas, que são insuficientes ou que são as certas. Apesar de sabermos que a política está submetida a interesses económicos e que, muitas vezes, tal significa desprezar a ciência, não temos elementos que autorizem efabulações ou teorizações da conspiração no que toca à crise em torno do Corona vírus e da doença que provoca, o Síndrome Agudo Respiratório Grave e que penaliza com mais intensidade as camadas mais fragilizadas da população um pouco por todo o mundo.

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Coronavírus – sair da crise sem perder direitos!

Estamos perante um momento excepcional e único. Não é possível, por muito que seja assustador, ter uma resposta para tudo. Ninguém tem. Nenhum de nós mas muito menos a generalidade dos comentadores encartados que poluem a televisão. A incerteza é assustadora e a honestidade está em assumi-la. É bom ser capaz de dizer “não sei” e não esquecer que a certeza não assente em factos é apenas arrogância (ou aldrabice). Isto é crítico porque a forma como encaramos o presente é o alicerce do futuro.

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Do cretinismo no meio da tragédia

1. A China comunista e ditatorial que ainda ontem, segundo o tridentino
Lobo Xavier, estava a resolver o problema “entaipando pessoas com
polícias à porta”, já respondeu “sovieticamente” a Itália com mil
ventiladores pulmonares, dois milhões de máscaras, uma equipa de
médicos, plasma de doentes curados e toneladas de materiais de saúde.
Enquanto isso, a Itália ainda aguarda respostas ao pedido de activação
do “liberal, democrático e ocidental” Mecanismo de Protecção Civil da
União Europeia, que fora feito… a 27 de Fevereiro. Ler mais

Por falar em futebol e racismo: os «camisas negras» do Rio

Muito embora no que a futebol brasileiro diga respeito toda a atenção mediática esteja presentemente centrada no Flamengo de Jorge Jesus, nenhum outro clube dirá tanto a Portugal e aos portugueses como o Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. Contudo, não é o facto de ter sido fundado e patrocinado por portugueses que nos leva propriamente a coloca-lo aqui em evidência. É que ontem, na Bolívia, numa partida a contar para a copa sul-americana de futebol, o guarda-redes suplente do Vasco foi também ele vítima de insultos racistas. A questão é que, neste caso concreto, tendo em conta o peso simbólico da camisola que o atleta enverga, a situação assume uma dimensão duplamente grave: pelo crime em si, e pelo facto de ter sido cometido precisamente contra um clube histórico do combate ao racismo e à desigualdade. Ler mais

Morrer com dignidade

«Se eu soubesse que ia ser assim…», a frase por acabar ficou-me gravada na memória. O homem das mil vidas, aquele que tinha em si toda a vontade de viver (mais do que eu alguma vez vi em alguém), a pessoa que se recusava a aceitar o diagnóstico que lhe dizia ter poucos anos de vida quebrava. Em voz baixa, mas quebrava. Só o disse uma vez e nem acabou a frase. A discussão sobre a eutanásia dificilmente foge às nossas experiências pessoais, às nossas histórias. Na verdade, todos nós devemos ter acompanhado de perto alguém que morreu com cancro, alguém que esteve hospitalizado com alguma doença muito grave ou que morreu em consequência de ter ficado altamente incapacitado por um acidente, por exemplo. Eu sei que tive não um mas vários exemplos e todos de pessoas demasiado próximas. Por isso, quando me perguntam a minha posição sobre a eutanásia, inequivocamente respondo que sim, que entendo que devemos ter o direito a escolher morrer em determinados casos. Mas isto sou eu, a minha experiência, o que eu acho no meu caso. Ao perguntarem-me se o estado deve legislar nesse sentido, tenho as mais profundas reservas. Ler mais

A opção do PS – Um orçamento de classe, parado e com “propostas ridículas e insultuosas”

Vivemos anos terríveis da Troika. Privatizaram-se e destruíram-se serviços públicos. Atacaram-se os direitos de quem trabalha. O maior instrumento político foi o Orçamento do Estado que previu cortes imensos, orçamento após orçamento. Sendo assim, voltar a dotar o Estado da capacidade de assegurar melhores serviços públicos e condições de trabalho devia ser o objetivo principal de um qualquer Orçamento do Estado com pretensões a ser justo e de esquerda. Pois. Mas não é a opção do PS.

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