O Insustentável Peso do Capital Financeiro

A nova fase da crise económica e financeira do capitalismo, ampliada pelos efeitos das medidas tomadas um pouco por todo o mundo em função do surto pandémico do novo coronavírus, vem expor elementos fundamentais para a história do capitalismo, para a função dos estados e das suas configurações, para a compreensão da acumulação capitalista e deixar pistas para as soluções que podem ser encontradas nos períodos que vivemos e nos que se seguirão.

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Leitura #7 – Outubro

Hoje, todos os trabalhadores conscientes do mundo celebram o nascimento de Lénine há exactamente 150 anos. E nele, celebram a Revolução de Outubro, a construção do primeiro Estado dos trabalhadores, o momento em que a Humanidade entrou na época em que vivemos, a da transição do
capitalismo para o socialismo. Ler mais

Leitura #6 – Fevereiro de 1917

Lénine está no exílio quando «em 8 dias se desmorona a Monarquia» na Revolução de Fevereiro de 1917. Ao mesmo tempo que atravessa uma Europa em Guerra para regressar a Petrogado, escreve aos  seus camaradas que lutavam na Rússia «As Cartas de Longe», destaca a «Dualidade de Poderes» surgida com a Revolução, com o Governo Provisório e os Sovietes, e aponta as «Tarefas do Proletariado na Presente Revolução», que passaram para a História pelas Teses de Abril, e onde se aponta a necessidade da palavra de ordem que iria mudar o mundo: «Todo o poder aos Sovietes!» Ler mais

A Idade do Confinamento

Nessa noite sonhou com o mar. Quando acordou não se lembrava de como ali tinha chegado nem de por que razão estava sozinho, a nadar na imensidão nocturna de um oceano tranquilo, a milhas de qualquer rochedo ou batel. Só se lembrava de que nadou durante muito tempo, até perder as forças — e acordar. Tacteou a mesinha de cabeceira sobrelotada: os medicamentos para a ciática, o copo de água que os acompanham, um livro — a foleiríssima edição Europa-América do Mito de Édipo — e, finalmente, o fio do carregador cujo rasto o conduziu ao telemóvel. Ainda eram seis, não que isso importasse e, como o pequeno-almoço só chegava às sete, assim no silêncio se deixou ficar. As cumeeiras das rugas projectando sombras fundas na cara envelhecida, iluminada pelo clarão do ecrã sem mensagens, nem notificações, nem internet, nem rede, nem nada a não ser a data: 24/7. Fazia nesse dia três anos.

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Não é festa, é luta!

André Ventura, uma das vozes da extrema-direita parlamentar, tem repetidamente referido a sessão solene a realizar na Assembleia da República no próximo dia 25 de Abril como uma “festa”, ridicularizando-a e procurando criar em quem o lê e ouve a ideia de uma espécie de arraial com bebidas à discrição na AR durante um período de confinamento decretado pela própria Assembleia, no quadro do chamado “Estado de Emergência”.

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Aos jornalistas que não são cães-polícia

Gosto de escrever histórias de piratas, ladrões, bêbedos e revolucionários. Como as canções de Fabrizio de André. A minha primeira reportagem foi um fiasco. Queria fazer um trabalho sobre o jardineiro senegalês que matou o presidente da Junta de Freguesia da Pena com uma maceta. Falei com ele uma vez ao telefone e tentei que mo deixassem entrevistar na prisão. Não deixaram. Para todos os efeitos, a primeira reportagem que escrevi na vida, ainda estudante, foi sobre uma operação policial espanhola contra vários jovens independentistas galegos acusados de terrorismo. Quando estagiei na Agência Lusa, a primeira notícia foi sobre um ataque do Movimento para a Emancipação do Delta do Níger. Ler mais