Entrevista com o Inspector-Geral da ACT

Partilho aqui a entrevista feita ao Inspector-Geral da Autoridade para as Condições do Trabalho. Não por estar de acordo a 100% com tudo o que diz Pedro Pimenta Brás, mas pela forma exaustiva mas simples e correcta como analisa de forma directa os principais problemas vividos pelos trabalhadores e trabalhadoras do país. Precariedade, atrasos no pagamento dos salários, acidentes de trabalho, etc. Ah, e aponta alguns caminhos interessantes.

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O que falta nos Panama Papers

O mundo acordou ontem com uma revelação explosiva. Os chamados Panama Papers prometiam colocar a nu um escândalo sem precedentes, de dimensão global, depois da fuga de documentos de uma empresa de advogados especializada em esconder dinheiro, a Mossack Fonseca, do Panamá. Importa referir desde já que há centenas de empresas que prestam este tipo de serviços, logo, esta lista está longe de ser completa. Afinal, o que diferencia esta lista que agora vamos conhecendo, do Wikileaks? Muita coisa. Demasiada.

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No primeiro de Abril, a verdade e a mentira.

O PCP trai os seus princípios de sempre e quebra uma das suas mais importantes e conhecidas qualidades: a coerência. Ao contrário do que fez com outros movimentos e países, nomeadamente no que toca a manifestações espontâneas que surgem como “apartidárias” e promovidas por “jovens” sem intenções políticas além das de lutar pela democratização de regimes autoritários, o PC alinhou desta vez com a postura, a que até aqui vem qualificando como oportunista, típica do Bloco de Esquerda em Portugal.

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Contra o alarmismo, pensar, pensar

Ontem houve um tiroteio na Ameixoeira. Certamente estarão a par da coisa, abstenho-me de a explicar. Duas famílias, caçadeiras, tiros e a PSP. Os directos televisivos não tardaram, as análises especulativas rapidamente se iniciaram e quando os factos foram chegando, as análises mantiveram a especulação utilizando a extrapolação, essencial ao preenchimento de 24 horas de informação repetida, mastigada, escarrada e com poucos minutos de verdadeira informação.

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Ao sabor da brisa mediática

Até hoje, nas suas relações internacionais, jamais o BE havia tido um governo de um partido que coincidisse com a sua linha política. Timidamente e muito pontualmente, mostrou-se solidário com alguns governos que na América Latina avançavam com políticas progressistas. Nunca vimos este partido organizar actos contra o golpe na Venezuela, Equador ou Bolívia. Com Cuba jamais mostrou o mais pequeno gesto de empatia e não se sabe qual é a sua posição sobre o bloqueio contra a pátria de José Martí.

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Aljubarrota reloaded

De súbito, como se o problema não fosse previsível e como se ninguém para ele tivesse alertado ao longo dos anos, os membros da casta opinante oficial da plutocracia imperante acordaram para triste realidade da banca comercial portuguesa se resumir hoje à Caixa Geral de Depósitos. Vai dai desencadeiam um movimento de ressurreição de um certo espírito anti-castelhano, apontando para a fronteira mal defendida e gritando pela unidade do povo em torno da defesa dos bancos dos Ulrichs do reino. “Vêem aí os espanhóis!”. Seria risível se não fossem ambas as realidades absolutamente trágicas.

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O Homem na Jaula: racismo e capitalismo*

No Verão de 1906, o número de visitantes do Jardim Zoológico do Bronx triplicou. Segundo os registos oficiais do Zoo nova-iorquino, durante o mês de Setembro, eram mais de 40 mil os curiosos que, diariamente, pagavam bilhete para ver a jaula com os próprios olhos. Numa placa junto às grades, podia ler-se: «O Pigmeu Africano Ota Benga. Idade, 23 anos. Altura, 1,25m. Trazido do rio Kasai, Estado Livre do Congo, pelo Dr. Samuel P. Verner».

Quando a história de Ota Benga começa, a escravatura já tinha sido abolida nos EUA há 40 anos, mas o grande capital tinha herdeiros promissores. Foi William John McGee, presidente da prestigiada Associação Antropológica Americana, que solicitou à comunidade científica «a captura de africanos pigmeus» para exibição na Exposição Mundial de St. Louis de 1904. Os EUA eram então o epicentro mundial das teorias eugénicas sobre a «superioridade branca» que mais tarde inspirariam Hitler e a Expo de 1904 arrogava, orgulhosa, o «Império Americano» exibindo em jaulas dezenas de homens e mulheres de diferentes povos. Ota Benga era um deles.

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