Autor: António Santos

CDU e Bloco – Diferenças de Classe

Fotografia retirada do site Esquerda.net

João Teixeira Lopes, dirigente do Bloco de Esquerda, acaba de dar à estampa um sórdido artigo sobre as diferenças entre o BE e a CDU, em que, grosso modo, ficamos a saber da coerência do primeiro e do sectarismo do segundo. Malgrado não seja meu costume dar réplica à espuma que a infantilidade deste partido vai salivando no calendário, este escrito é tão intelectualmente desonesto e reveste-se de tão torpe violência que não pode acabar sem desmentido. Mas fique mónita, em jeito de declaração de interesses, sobre a minha cor: sou militante de base do PCP e, infelizmente, não sou tão livre como os eleitos (europeus ou municipais) que o BE gosta de empoleirar antes de partirem para mais altos voos, em novas e distantes paragens no colo do PS e da Direita. Terão que desculpar-me os dirigentes do BE tão sectário comprometimento, que confio não enjoar estas linhas.

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Quem é Joseph Hamann?

O João Labrincha, do velho 5dias, publicou um excerto de uma entrevista a Karl Marx em que o revolucionário alemão diz isto. Aparentemente, nem o João nem o Karl gostam de sindicatos controlados por partidos. Por mim tudo bem. Até podia responder com outra citação, esta do Álvaro Cunhal, em que o revolucionário português afirma que:

“A natureza de classe, a autonomia e a democracia interna são os factores que melhor podem assegurar a unidade do movimento sindical unitário”. e que “segundo alguns, o mal dos males do movimento sindical português é o que chamam “a partidarização dos sindicatos”. (…) Para sermos claros (…) a acusação de “partidarização dos sindicatos e “hegemonização partidária” referes-e ao PCP e à grande influência dos comunistas no movimento sindical unitário português. (…) A Influência dos comunistas no movimento sindical não resulta de qualquer imposição ou ingerência partidária. Ler mais

Longos Corredores

Comecemos pelas boas notícias! Jorge Coelho aparenta boa saúde e ainda afecta o estilo que lhe é característico: algo espontâneo, um pouco inflamado, muito trauliteiro e olimpicamente bronco. É bom saber! Porque Jorge Coelho esteve tanto tempo longe das luzes da ribalta que começámos a nos perguntar se não lhe teria acontecido alguma coisa… O que nunca esperaria do desaparecido dirigente do PS que quatro vezes foi ministro, é que usasse a homenagem aos antigos presidentes Federação da Área Urbana de Lisboa do PS para cometer um atentado contra a História e a inteligência de todos nós. Discursando sobre o 25 de Abril, Jorge Coelho declarou, perante a incendiada ovação de José Seguro, Ferro Rodrigues, João Soares, João Proença, Edite Estrela e Joaquim Raposo, que (pasmem-se!) «Foi o Partido Socialista que liderou a luta pela liberdade antes do 25 de Abril». Sim, ele disse mesmo isto. E mais! Foi o PS que, depois de nos dar o 25 de Abril «evitou que Portugal caísse noutro regime totalitário», lembrando ainda, jocoso, uma entrevista de Álvaro Cunhal em que este dizia que não queria uma «democracia burguesa». «Não há democracias burguesas!» concluiu Coelho.

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Dos fracos não reza a história

O autocarro cheira a bafo de sanduíches fermentadas toda a tarde em papel de prata. Tupperwares desabrocham para o jantar em arrotos de chouriço. José, que vai mesmo à nossa frente, está inquieto. Em vão, ajeita-se no assento, procurando um suporte mais confortável para a bola de carnes cozidas da sua formidável barriga. Rebusca um saco do Pingo Doce – Pois… – esqueceu-se mesmo da comida. – Merda para isto… – descarrega baixinho. Velozes, os olhos de Rita, aquela miúda do outro lado do corredor, despejam-lhe em cima um balde de condescendência e viram-se outra vez para a janela. Lá fora, repete-se com admirável precisão a paisagem desolada do Baixo Alentejo, uma crosta de pó improdutivo, tão ampla que parece adivinhar no horizonte a própria curvatura do planeta.

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Os que fecham a porta do vagão

Há tempos, discutia com uma amiga a possibilidade do retorno do fascismo no nosso tempo de vida. Pode ser difícil imaginar a velha Europa a reinaugurar os campos de concentração e a desfilar pelas avenidas parisienses de cruz gamada ao braço ao som do passo de ganso, mas ela está aí.

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5 razões para ser leninista em 2014

Desde a morte de Engels que o leninismo é a mais radical, coerente e incendiária adenda à doutrina marxista. O contributo de Lenine não foi edificativo para que o operariado assimilasse e aplicasse a obra de Marx, foi também o inspirador da primeira revolução desde a Comuna de 1871 a acabar com o capitalismo e a instaurar o socialismo. Nos nossos dias amargos de miséria, quando os tambores da guerra voltam a ribombar em todos os continentes, cabe aos marxistas e a todos os revolucionários prestar especial atenção aos fundamentos do leninismo. Afinal ele é, comprovadamente, o mais eficaz dos guias para destruir o capitalismo que diariamente destrói a humanidade.

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Marca Portugal

Se há coisa que os nossos meios de comunicação social gostam, é da finura de lábios estrangeiros a pronunciar a palavra “Portugal”. Estou em querer que basta um americano articular esse abracadabra para choverem parangonas nas manchetes nacionais sobre a “marca Portugal” e a nossa importância no mundo.

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