Autor: Miguel Tiago

Os filhos do Condor

Quantos urubus sobrevoam hoje a República Bolivariana da Venezuela?

Enquanto que o processo bolivariano levou educação, cultura, alimentação, trabalho, habitação a milhões de venezuelanos, a grande burguesia nacional viu ameaçados os seus privilégios como nunca antes. Estava habituada a conviver lado-a-lado com os maiores barrios do mundo (favela), mas sempre protegida pelos seus para-militares e sempre dominando os sistemas de produção e distribuição. A opulência nunca foi ameaçada durante todos os anos em que a aliança entre a grande burguesia venezuelana governava o território venezuelano como capataz dos grandes grupos económicos e da administração norte-americana.

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As chamas nunca foram de esquerda.

A tendência terrorista da direita faz parte do seu código genético. Só alguém distraído pode pensar que a mesma burguesia que está disponível para usar o fascismo como método do estado a fim de salvaguardar os seus privilégios teria algum prurido em usar o ataque cobarde como instrumento de disputa política.

Desde há muito que as chamas são instrumento da direita acossada e não precisamos regressar ao Reichstag incendiado pelas mãos de Göering e Hitler, pois temos ainda marcas recentes de 1975 em Portugal e muitos se lembram de quantas labaredas se espalharam pelos centros de trabalho do Partido Comunista Português e até pela floresta portuguesa sopradas por um destacamento terrorista dos sectores reaccionários.

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Podes tirar o Daniel Oliveira do BE mas não tiras o BE do Daniel Oliveira

Daniel Oliveira, fazedor de opinião de encomenda do Expresso e talvez de mais uns quantos órgãos da doutrina dominante, certamente por reconhecimento de um brilhantismo fabricado precisamente por quem lhe paga e não menos certamente aceite pelo próprio como verdadeiro, usa uma vez mais as colunas que produz no jornal de Balsemão para a campanha eleitoral, a coberto de opinião.

Desta feita, DO começa logo por dizer que as sondagens não indicam nada mais que tendências, mas segue um texto bastante robusto e programático para algo que se baseia apenas em tendências. Depois, partindo dessa desvalorização aparente da sondagem, DO segue uma construção política definida pelo BE como orientação nacional: isolar a CDU e definir um programa conjunto entre BE e PS.

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Louçã. Fica tudo dito.

No dia 12 de Julho, o BE apresentou na Assembleia da República um voto de condenação e repúdio pela discriminação contra a comunidade cigana na Freguesia da Cabeça Gorda. De nada valeu que, pela altura da apresentação do voto, já a Freguesia da Cabeça Gorda tivesse esclarecido que o enterro do homem da comunidade cigana não se podia realizar no cemitério local pelo simples motivo de que existia um regulamento que o impedia, dado o facto de ali não ter pertença, nem morada passada ou presente.

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Um estatuto só para a CNB?

Passam poucos dias sobre a aprovação dos vários projectos de lei sobre as condições de trabalho dos bailarinos da Companhia Nacional de Bailado. O Grupo Parlamentar do PCP apresentou um vez mais um projecto que dá corpo a um conjunto de velhas, mas urgentes, reivindicações dos trabalhadores da CNB e, juntamente com outros partidos, viu aprovado esse projecto numa primeira discussão – na generalidade – tendo os 3 projectos (do PCP, PSD/CDS e BE) baixado à discussão na especialidade, onde serão discutidos em pormenor e sujeitos a propostas de alteração. O caminho ainda é longo e nada está garantido.

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Ser democrata em Portugal

Um dos bloggers do blasfémias insinua que eu pareço um “segurança de discoteca”, como se o aspecto físico de uma pessoa pudesse servir de argumento para coisa alguma. Sobre isso, duas coisas: i) já fui sim, com muito orgulho; ii) que dirás de Carlos Abreu Amorim?

Um outro senhor, que escreve no público, compara o fascismo com o comunismo. É assunto mais relevante que o meu aspecto físico e merece alguns comentários, atalhando a componente histórica que dita que este João Miguel Tavares não passa de um ignorante ou de um deliberado manipulador e revisionista da História.

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Off-Shores – a sangria contínua

Já não recordo o dia, mas durante uma das audições da Comissão de Inquérito à gestão do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo, quando confrontado com perguntas sobre o recurso a advogados para operações de “engenharia fiscal” e uso de contas e empresas fictícias sedeadas em paraísos fiscais off-shore, o banqueiro que estava sentado como depoente responde à pergunta: “e são normais honorários desta ordem?” (julgo que tinham sido 5 milhões pagos à sociedade em que trabalhava Ana Bruno – advogada) – da seguinte forma: “se pagámos esses honorários à advogada é porque ela nos fez poupar muito mais em despesas fiscais.” A citação é feita de memória, mas anda perto das palavras utilizadas.

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Tira a nossa bandeira da tua lapela

Em 1387, já no rescaldo revolução portuguesa de que nos escreve António Santos no post anterior, uma boa parte da nobreza nacional ainda mantinha lealdade a Castela a pretexto dos interesses de Portugal. A lealdade a Beatriz de Portugal não era a lealdade a Portugal, apesar do nome. Passos Coelho é um dos filhos dessa nobreza traidora, que usando Portugal na lapela, não sendo leal a Castela, não é leal à nossa bandeira.

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