Autor: Ricardo M Santos

Os 40 segundos que abalaram o mundo do futebol

O sportYou faz capa com uma citação de Che Guevara para ilustrar o protesto dos jogadores do Racing Santander, da terceira divisão espanhola, com cinco meses de salários em atraso.

Os jogadores entraram em campo e, após o apito inicial, juntaram-se em torno no centro de relvado, abraçados, enquanto os jogadores da Real Sociedad trocavam a bola. Foram 40 segundos que, se os adeptos quiserem, podem ter mudado o mundo do futebol.

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Crónica de uma pergunta anunciada

Há coisas inevitáveis. Perguntas, sempre as mesmas perguntas, não o são. E não há uma greve em que nos media não saia a questão, sob diversas formas, como se fosse a fundamental: “Em que medida é que esta greve o prejudica?”.

A outra questão crónica é perguntar se “concorda com os motivos da greve”, em lugar de procurar saber, primeiro, se sabe quais os motivos da greve, mesmo antes de concordar ou discordar com ela.

Na TSF, hoje, ouvi a melhor resposta à pergunta da praxe – desculpem não falar sobre o não-assunto do momento. “A greve não me causa transtorno, causa-me transtorno ter de emigrar”, respondeu uma jovem. “Vou aproveitar as duas horas de atraso para estar com a família”.

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Oferta: contrato de 3 dias para licenciados em gestão

O Grupo Espírito Santo, conhecido benemérito da área bancária, tem um uma empresa de subcontratação de trabalhadores. Na oferta retratada na imagem, cujo conteúdo está aqui, a empresa de recrutamento de mão-de-obra escrava do BES, recruta, muito provavelmente, para o próprio BES, reconhecendo assim o mérito dos licenciados portugueses. Ler mais

Publicidade enganosa

Chegou-me hoje às mãos o Correio da Manhã com um novo anexo de publicidade. Um folheto A5 do Partido Popular Europeu e do CDS, com direito a fotografia do senhor irrevogável semi-primeiro-ministro.

Não foi caso único, como já tive oportunidade de confirmar. Mas não nos espantemos. Aliás, tudo o que venha daquele campo político há muito que deixou de espantar. Ler mais

O homem do lixo

Agora que a capital parece que está a ficar limpinha, limpinha, escrevo sobre o homem do lixo para tentar explicar ao João Miguel Tavares (JMT) em que consiste o trabalho. Neste caso, o trabalho dos homens do lixo, que eram, no meu tempo de miúdo, cantoneiros de limpeza. Hoje devem ser técnico de qualquer coisa. Vem isto a propósito do que disse o rapaz no Governo Sombra – e não, não vou ler o que escreveu hoje no Público. Ler mais

Aprender e ensinar

Ontem, a Escola Pública transformou-se num circo triste, como são – para mim – quase todos os circos. Há qualquer coisa nos circos que me deixa melancólico e agoniado. Não sei se é do chão em terra, da tenda em cima do descampado, da nobreza de uma arte que se faz hoje com fatos gastos, coçados, entre apresentadores que se transformam em malabaristas e vão a correr vestir o fato para caminhar no arame. Ler mais

Não se enxerga

Carlos Abreu Amorim (CAA), o candidato derrotado recentemente nas Autárquicas, em Gaia, diz que “não se enxerga
e eu concordo, desde que seja uma expressão aplicada ao próprio. Falava hoje CAA na Assembleia da República sobre os incidentes em Cabo Ruivo. A acompanhá-lo teve o inefável Nuno Magalhães. Estamos assim perante duas personalidades que vêem as greves como ataques à democracia e desconhecem a lei que rege a função dos piquetes de greve. Ler mais