Autor: Lúcia Gomes

A entropia do sistema

«A entropia dirige-se ao exponencial: a desordem máxima do universo

Evidentemente esta afirmação está cheia de erros matemáticos, termodinâmicos, estatísticos e demais ciências que definem o fenómeno da entropia. Ouvi-a de madrugada numa série que desconhecia.

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Violência e tortura policial – quando os sinos tocam

Chamemos-lhe Duarte. Vive num bairro pobre de Lisboa. Duarte está desempregado há vários anos. Tem 20 anos e não tem qualquer subsídio ou protecção social. A mãe trabalha sete dias por semana, a limpar casas, de uma ponta à outra da cidade. Tem uma irmã pequena que adora. O pai, não me recordo o que faz.

A mãe dele conta-me que todas as semanas há rusgas no bairro. Muitas vezes atrasa-se porque a polícia entra nos prédios e não deixa sair de casa.
O Duarte cresceu a repetir aos pais que «a polícia e a justiça servem para nos proteger». Sexta à noite saiu com os amigos e foi até ao Bairro Alto. Beberam uns copos e um deles meteu-se com uma miúda.

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*apontamentos sobre o 2 de Março: Que se lixe a troika, o povo é quem mais ordena!

2 de Março de 2013. Acordei depois de umas horas mal dormidas. Desde o fim de Janeiro que não parava um dia que fosse em casa.

Ao trabalho diário acresceu, à militância partidária e à normal participação em lutas e acções reivindicativas de vários movimentos sociais e da CGTP, a participação no Que se lixe a Troika. Todos me eram praticamente desconhecidos, mas, num ápice os rostos se tornaram tão familiares que os via com muito mais frequência do que aquela com que vejo família ou amigos.

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A Ucrânia já não abre telejornais

A correlação de forças começa a alterar-se. Noticiar o nazi-fascismo e o seu ascenso não interessa à maior parte da imprensa. E, no entanto, ficamos a saber que a União Europeia aplaude, o FMI esfrega as mãos, os EUA querem democracia e o governo português saúda. O quê exactamente?

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O buraco negro do ser humano *ou como uma série televisiva é um tratado filosófico niilista

No panorama televisivo há mais ou menos três tipos de séries: de polícias (detectives, com ou sem tecnologia, good cop/bad cop, famílias americanas com descendência irlandesa e por aí),de médicos e enfermeiros (com mais ou menos testosterona e estrogénio) e advogados (protesto! – isto não existe em Portugal, já agora). Os temas fogem pouco desta tríade e têm resultado bem (incluindo aquelas séries que nunca mais acabam muito embora, francamente, não conheço uma única pessoa que as veja).

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A Isilda Pegado e o aborto

“São quase 120 mil crianças que deixaram de nascer em Portugal e, em virtude disso, muitas escolas estão vazias e muitos professores ficaram sem turmas a quem dar aulas”

Este é o problema maior da senhora Isilda Pegado. Como um auto de fé esta senhora levanta em armas a sua luta pelo retrocesso civilizacional e humano pregando em toda a parte contra as abortadeiras pecaminosas. «Por considerar que muitas destas interrupções não se teriam realizado caso as mulheres se sentissem apoiadas na gravidez, Isilda Pegado diz que chegou a altura de alterar a lei.»

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Aborto: pelo direito a decidir, nem um passo atrás

Era dia 20 de Dezembro e este Manifesto deu conta do impensável. Até esta data a campainha não soava a rebate. Talvez por serem comunistas a avisarem. Talvez porque o Governo cria tantas distracções que coisas destas vão passando. Talvez porque não se olha o suficiente para o Estado Espanhol para perceber até onde vai a barbárie, que, de resto, não espera por notícias de blogues para passar fronteiras.

A verdade é que pelo meio de tanto pão e circo, os direitos humanos entram numa espiral de retrocesso que não pára.

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