Autor: Lúcia Gomes

Sr. Kennedy, não deixe os russos bombardearem o Pólo Norte por causa do pai natal

Por motivos que desconheço, a televisão portuguesa, durante dois dias, noticiou ininterruptamente uma carta não ao pai natal, mas ao presidente Kennedy. Dos anos 60, portanto. Não tive conhecimento de qualquer ataque bombista na Lapónia, de aumento de tensões entre Rússia e EUA, da morte de mais um Kennedy, nada. Gratuitamente esta notícia importantíssima passou em vários canais. A única ligação remota que lhe encontrei foi o facto de um dos petiscos finlandeses mais conhecidos ser com carne de rena. Nada mais. Ler mais

Contra a reforma da lei da IVG no Estado Espanhol: nem um passo atrás!

Avanços civilizacionais ímpares nos direitos das mulheres, nos direitos das crianças, no direito a ter direitos estão em causa. A direita bafienta, como sempre, volta à carga. Com a intenção de sempre que faz impender sobre todos nós o dever de estarmos vigilantes e solidários porque também aqui o retrocesso criminoso e violento pode acontecer. O Estado Espanhol, na sua tradição religiosa e franquista pretende alterar a lei da despenalização da IVG, condenando as mulheres, novamente, a serem encarceradas pelo exercício de um direito humano. Ler mais

«Eu disse a Estaline que não construísse o Palácio dos Sovietes. O edifício mais alto do mundo seria alemão. Mas ele não quis saber e pôs-se a construí-lo. Se é guerra que quer é guerra que terá»

Falar sobre Hitler, sobre a II Guerra Mundial, sobre as mortes de milhões de russos, homossexuais, judeus, ciganos é ainda, na memória e representação colectiva, um assunto sempre abordado com o maior dos cuidados para que não se ofenda a concepção pessoal e, muito menos, a história recente. Ler mais

O decadente charme de uma burguesia em queda

Falar sobre Buñuel é evocar a sua tradição mordaz de realização de filmes que se entrecortam com a realidade que é, a realidade que podia ser, a realidade que se sonha. De um minuto para o outro, passamos de um cenário (um dos!) onde janta a burguesia com as suas máscaras e preconceitos enquanto analisam a vida dos pobres, como no momento seguinte, são eles que estão a ser vistos por esses mesmos pobres, que se sentam nas cadeiras do teatro enquanto vaiam ostensivamente o costume pequeno-burguês.
Um machista assumido, que fugia dos homossexuais, acabou ele mesmo por ser perseguido pela sua crítica ávida aos costumes religiosos e ao modo de vida da burguesia, que era, afinal o seu. Ler mais

“Não quero medalhas, quero que os cidadãos deste país protestem livremente e de forma digna”

O Chalana é já um ilustre desconhecido. Daqueles que mudam o mundo todos os dias. O Chalana não se verga. Há pouco tempo, o Público fez uma reportagem com base no trabalho de Chalana como assistente social. Um dos esquecidos, esperava por uma operação. Entretanto, poucos dias depois da publicação da reportagem, morreu. Chalana volta aos mesmos bairros, todos os dias. E vê o país como ele é. Ler mais

Sobre a pobreza em tempos de caridadezinha

Li no mural do facebook de alguém que entre o Orçamento do Estado e as medidas de ataque aos trabalhadores da Administração Pública já o «Guião para a reforma do Estado» vai no adro. E que verdade tão verdadeira.

Entre promessas de alteração da Constituição e a sua alteração diária via medidas orçamentais e leis ordinárias, muitos dos direitos são já subvertidos e a CRP perigada e reconfigurada. Hoje já um em cada quatro portugueses está em situação de carência alimentar. Ler mais

Vamos todos a Tshwane

Mas o Renato Teixeira não vai, que está muito chateado.

Aprendi com o PCP e não com o Invictus ou o Wikiquote, que Nelson Mandela se envolveu desde jovem na luta contra o regime de apartheid que vigorava na África do Sul, tendo aderido em 1942 ao Congresso Nacional Africano e tendo sido fundador, em 1944, com Walter Sisulu e Oliver Tambo, da Liga Juvenil do ANC. Ler mais

O bom jornalista, o mau jornalista e o Daniel Oliveira

Que o Correio da Manhã, como tantos outros, têm jornalismo questionável, que se inventam campanhas para denegrir pessoas, instituições e/ou partidos, todos sabemos.

Mas defender com esta garra e esta convicção José Sócrates, como faz Daniel Oliveira, a pretexto do bom e do mau jornalismo, só revela uma coisa: que o Daniel Oliveira tem tanta credibilidade como um guarda chuva de 3 euros. Não é uma questão de jornalismo: é uma questão de opção política.