Imagina que passavas a tua vida inteira num quarto isolado sem qualquer contacto com o exterior. Imagina que a esse quarto, chegava um só jornal e tinhas acesso a um só canal de televisão. Imagina que se quisesses ver cinema só podias escolher entre 5 filmes. Livros também eram só 5. E a realidade? Melhor, e a tua percepção da realidade?
Autor: Manifesto74
A marrar contra as paredes
“Aleksei: “É o fim da propriedade privada: vai ser maravilhoso!” Pobres de nós, os bandalhos de terceira! Já que estamos privados do único bem terrestre – a propriedade –, então dá jeito cantarem-nos essas cantigas. Mas mesmo em sonhos continuamos aferrados ao que é nosso: “a minha trouxa, as minhas peúgas, a minha Maria”! O “meu”, que lá nisso nós somos iguaizinhos aos animais. Estás a ver, vocês andam a fazer propaganda a animais! Querer mudar os homens é como marrar contra uma parede: estão à espera de enganar quem?
Que nunca se diga que o capital é ingrato
A campanha presidencial em curso tem sido muito desvalorizada, especialmente, por aqueles a quem convém que fique tudo mais ou menos na mesma. Contudo, não é apenas a campanha ou a pré-campanha, com mais exactidão, que tem sido desvalorizada. Na desvalorização mediática, Edgar Silva faz quase o pleno.
Sobre a candidatura de Edgar Silva, ao início foi a surpresa e no instante seguinte a caricatura, logo após, cai o silêncio e a omissão, a censura portanto. Entrado o tempo em que já não é mais possível esconder tanto quanto o foi Edgar Silva, vem o ataque. E a coisa foi contagiando e ficando cada vez mais serventuária e suja.
Paulo Portas deixa a liderança do CDS-PP…
Impostos Ideológicos
Paulo Portas descobriu a sua nova campanha populista. Com medo de voltar às feiras, envereda agora pelo seu chavão favorito; os partidos que criticam a acção do seu governo e propõem alternativas são ideológicos.
Como a maioria dos chavões do faceto tal afirmação não tem crédito em lugar algum, com excepção na demagogia ou de alguma forma tautológica que, na sua boca, é habitual.
COP21: sucesso?
A Cimeira de Paris, também conhecida por COP 21, sobre as alterações climáticas chegou a um acordo final (ver). O facto de se ter chegado a um acordo é um progresso face ao falhanço da anterior cimeira mundial em Copenhaga em 2009 (a COP 15). É também positivo ter sido acordada a meta de limitar a subida da temperatura abaixo dos 2 graus centígrados. Porém segundo alguns comentadores, o acordo tem suficiente flexibilidade que mesmo sendo cumprido, o mundo persista no caminho de aumento acima dos 3 graus. Em aberto ficaram ainda mecanismos efectivos de apoio aos países em desenvolvimento e aos mais afectados pelas alterações que se vêm verificando. A experiência da ineficácia do Protocolo de Quito, acordado em 1997 e implementado entre 2005-2012, período durante continuou a haver um aumento global de emissões, exige cautela face às eficácia do presente acordo. Não tendo ainda condições de tecer uma análise detalhada sobre o presente acordo, queria aproveitar a ocasião para assinalar algumas questões.
2 Novembro de 1975, singela homenagem
“A independência que é a minha força, requer a solidão que é a minha fraqueza.” P.P.Pasolini
Escrever sobre alguém e o seu trabalho não é fácil, às vezes porque se é redutor, outras vezes porque se torna difícil evitar excessivos juízos caindo-se provavelmente em adjectivações intempestivas e subjectivas. Escrever sobre Pier Paolo Pasolini, ainda que breves palavras, não fugirá a estas dificuldades.
Dissolução da NATO
A raiva, cega. O sectarismo, estupidifica. O discurso de Cavaco Silva ontem foi disso uma demonstração. Ninguém negará a legitimidade formal da indigitação de Passos Coelho, embora seja uma opção discutível politicamente, e até contrária a alguns dos objectivos por ele enunciados. Por exemplo, tendo sido avisado pelas forças parlamentares à esquerda da Coligação que um seu programa de Governo seria chumbado, Cavaco sabe estar a inaugurar um período de incerteza, contrário ao clima preferido dos tão importantes mercados e investidores (que por vezes parecem revestir-se de maior legitimidade que os eleitores).