Toda a gente sabe que os músicos são um empecilho para a sociedade, a não ser que alguém deles consiga fazer um bom dinheiro. São irreverentes, preguiçosos, e usam demasiados palavrões. Para muitos deles a vida só não é um cabaret porque são as suas próprias vidas que fazem mover o cabaret. Os risos, as palmas, o convívio, os ensaios, a dança, a orquestra que só respira quando toca ao vivo, a voz que só acorda para poder cantar.
Autor: Manifesto74
A hepatite dos mercados
A actual polémica sobre um medicamento recente para o tratamento das patologias crónicas associadas à hepatite C deixa de lado uma discussão que julgo ser oportuna dadas as escolhas políticas que se têm tomado na configuração do sistema científico e tecnológico.
Ser actriz no país da austeridade, por Luisa Ortigoso
COISAS DO GLAMOUR
Quando aos 12 anos, numa reunião de família, me perguntaram o que queria ser no futuro, respondi com a certeza da adolescência: “Actriz, vou ser actriz!”. Toda a gente se riu. E eu resolvi que nunca mais ia falar sobre o assunto. E não falei.
Este texto não é sobre o Passos Coelho e a Segurança Social, é mesmo sobre a EDP e sobre como o capital é um monstro desumanizado que é preciso escavacar de alto a baixo
A história é simples e fácil de ser contada. A EDP anunciou lucros de 1.040 milhões de euros no ano de 2014. Eu escrevo por extenso: mil e quarenta milhões de euros. Extenso mas em números: 1.040.000.000,00. É muito zero. Melhor ainda, os lucros subiram 4% relativamente a 2013.
O que também subiu no início de 2015, foi o custo da electricidade. Parece que teremos de chegar ao fim do ano com uma subida de cerca de 3,3%, ordena Bruxelas. É preciso acabar com essa treta do défice tarifário, dizem eles. Por cá, quem fica com um défice bem estampado nas contas diárias, são as famílias e as pequenas empresas nacionais.
Ser médico no país da austeridade, por Cristiano Ribeiro
A luta de classes é o motor da História, e por isso é preciso ir oleando a engrenagem. A luta do Manifesto74 é feita com palavras. É por isso que aqui não há colaboradores, empreendedores e empregadores. Escrevemos trabalhadores, empresários e patrões. Nesta luta temos o nosso lado bem definido. Estamos com os trabalhadores e as suas famílias, com os explorados e oprimidos. É para estas pessoas que escrevemos. São estas pessoas que queremos escutar. Publicaremos aqui uma série de textos de profissionais de várias áreas onde simplesmente lhes pedimos que nos falassem da sua profissão, do seu trabalho, do seu dia a dia. As palavras, as reflexões, as propostas, as denúncias, as exigências são de quem as escreve. Que os seus testemunhos sirvam para esclarecer e alimentar o debate. Que as palavras acrescentem força à luta e com eles se fortaleça. Iniciamos hoje a série “Ser no país da austeridade”.
– Ó André, já chega de falar na barbearia, não?
A Figaro’s continua aberta, os ginásios e spas só para mulheres também. A primeira, nas condições em que está aberta, devia fechar, os segundos, devem continuar abertos. E porquê? Já muita gente explicou, mas muita gente continua a não querer entender. Repito resumidamente: a Figaro’s impede a entrada e/ou permanência física de mulheres no seu estabelecimento, os ginásios e spas exclusivos para mulheres, simplesmente não prestam serviços a homens, mas não os impedem de estar no estabelecimento.
Macbeth e Anna Karenina
Recentemente tive a oportunidade de assistir ao drama lírico Macbeth, de Giuseppe Verdi, no Teatro Nacional de São Carlos. São momentos de rara beleza e encanto proporcionados pela junção tão elegante que a arte da música e a arte performativa atingem enquanto nos transmitem uma história. O problema de tal afirmação prende-se mesmo pela raridade dos mesmo. Penso que mesmo para os menos melómanos, é difícil ficar indiferente a tal espectáculo e, no entanto, contam-se pelos dedos as pessoas que conheço que já assistiram a um.