Autor: Manifesto74

Tragédia grega, agora em HD

Grécia. Renegociação. Haircut. Não pagamos. Já pagamos alguma coisa. Estamos a negociar. Temos esperança num acordo. Para já não há acordo. Estamos muito perto de um acordo. Nunca obrigámos os gregos a nada. Cachecol. Cedências. Compromisso. Povo grego. Recuo. Avanço. Pode parecer estúpido o que estou a dizer. Eurogrupo. Comissão Europeia. Varoufakis. Schauble. Tsipras. Lagarde. Maria Luís. Declaração conjunta. Salário mínimo sobe. Salário mínimo não sobe. Juncker. Dijsselbloem. E por aí fora…

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“Callcenter – um operário em construção” por Paula Gil

Comecei a trabalhar, num callcenter, na linha da NOS em Setembro de 2014. Fui contratada pela EMPRECEDE, uma empresa fantasma com o único objectivo de servir de intermediário à Teleperformance no recrutamento de recursos humanos. Uma empresa com 7000€ de capital social e mais de 1000 trabalhadores – bem mais de 1000 trabalhadores.

Os dias de formação são pagos a 5€ – as 8horas que lá passas (0,62€/hora) e que são obrigatórias -, mas só os recebes se completares a formação e em conjunto com o teu primeiro ordenado. Para que fique assente: toda a gente passa aquela formação. O único requisito é que não penses muito! Eu recebi 25€ pelos meus 5 dias de formação.

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Pela Ciência em Portugal

Num dia quando se discutiu o Sistema Nacional de Saúde e como este tem sido sistematicamente depauperado, sua rede reduzida com encerramentos, seus recursos humanos forçados a emigrar, com efeitos directos e dramáticos sobre a saúde dos Portugueses, quase parece mau tom referir uma outra área onde as políticas de austeridade (cabe até dizer de morte lenta) dos governos de direita tem tido assinaláveis efeitos. Quase. Estas políticas têm sido tão transversais, atacando até áreas predilectas da direita, como a segurança interna e a defesa, que é imperativo que não nos esqueçamos que não se trata de um mau ministro numa área, má organização ou gestão de um qualquer sistema, mas do culminar de políticas de vários governos da troika nacional de estrangular toda a esfera pública e atentar os interesses nacionais, e a Constituição da República e os direitos nela consagrados. Vem este texto a propósito do estado da Ciência em Portugal.

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O ANEL do SYRIZA

Não sou grego nem vivo na Grécia, logo não consigo analisar a realidade grega como um grego ou alguém que viva na Grécia. Não fico contente com vitórias de partidos políticos, nem em Portugal, nem na Grécia, nem em lado nenhum, fico contente quando vejo políticas progressistas a serem aplicadas. O SYRIZA ganhou, ainda bem, no seu programa apresenta um grande número de políticas progressistas, umas mais avançadas, outras mais recuadas, todas baseadas na realidade de uma Grécia inserida na União Europeia e na realidade interna da organização social e política grega. Ficarei então contente quando e se a vida de quem trabalha na Grécia melhorar.

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Um novo ano, uma nova Europa

A crise europeia continua bem presente nas nossas vidas, quem só ouvir os discursos da propaganda habitual poderá, por breves momentos, pensar que vivemos na Europa do progresso e que estes anos de recuo foram um lapso que será rapidamente corrigido por actos messiânicos, que prometem elevar a União Europeia (UE) à sua posição de potência mundial. A realidade mostra-nos uma UE a trote dos poderosos, um mercado único que vende a dignidade humana como outra qualquer commodity e políticas comuns que acentuam a, já evidente, divergência entre países. O domínio económico cresce com as assimetrias de crescimento impostas pelos mecanismos criados e apoiados por PS, PSD e CDS. Pelo caminho, o capital voraz serve-se dos reféns do euro para engolir todos os serviços públicos e funções sociais do Estado, sobre a égide das que se chamam “reformas estruturais”. Aos trabalhadores ficam as dívidas ilegítimas, deixadas para trás por governos em conluio com a alta finança, que especulou, e especula, com dinheiros público e privados num deboche cuja dimensão estamos longe de saber o fim.

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Porque se indignam eles

Na televisão, ontem, numa reportagem sobre a concentração em Lisboa sobre a tragédia de Charlie Ebdo, uma jovem emocionava-se. Porque se emocionaram ontem aquelas pessoas, melhor dizendo, porque é que apenas ontem se mobilizaram aquelas pessoas? Emocionam-se sempre que há notícia de tragédia ou terá sido só mesmo ontem?

Porquê apenas agora a comoção? Descobriram que a morte é sinistra e pode ser injusta? Mas será que só esta semana é que descobriram que há gente massacrada neste planeta, que há vitimas inocentes?

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Andrajosos Tempos

José António Saraiva (JAS), com a boçalidade que caracteriza os seus textos decidiu inaugurar o novo ano, revelando, novamente, ao que vem, qual o seu papel e a sua visão da sociedade.

JAS no seu corriqueiro tom simplista, demonstra não só a profunda admiração pelo milionário(omitindo a forma como se construiu a fortuna e as suas consequências) como o seu desprezo pelos “pobres”.

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SYRIZA, porque tens os olhos tão grandes?

É como no basebol, à terceira falha o lançador é eliminado. Neste caso foi o governo grego de coligação – Nova Democracia, PASOK – que saiu de cena. As eleições estão marcadas já para o próximo dia 25 de Janeiro e desta vez quem parte na frente é o SYRIZA, partido que promete o fim da austeridade e que recusa cumprir o pagamento da dívida tal como ele foi imposto pela Troika e aceite pelo actual governo grego.

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