Autor: Rui Silva

5 mitos sobre a NATO (no dia do seu 65º aniversário)

A NATO é uma aliança de democracias.

Errado. Não é hoje nem foi no passado. Basta lembrar que a ditadura fascista portuguesa foi admitida entre o núcleo de países fundadores da NATO. No presente, e não obstante o carácter subjectivo da caracterização de muitos países membros da NATO como “democracias”, lembro que a Turquia é membro da NATO. A Turquia que promove a ocupação ilegal da metade norte da ilha de Chipre (curiosamente Obama dorme tranquilo que esta ocupação) e que tem décadas de uma luta sangrenta contra os povos curdos da parte leste do país. A Turquia que tem sido uma das bases seguras para o fundamentalismo islâmico que tem destruído a Síria.

Ser-se “democracia” não é de forma alguma (nunca foi) critério para se pertencer à NATO.

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Novos planos turcos para a desestabilização da Síria

Em Outubro de 2012 o conflito sírio esteve prestes a alargar-se de forma absolutamente dramática quando um tiro de morteiro proveniente de território da Síria explodiu numa aldeia fronteiriça turca. As autoridades sírias negaram prontamente a sua responsabilidade relativamente a um acto que em nada beneficiaria a Síria, no momento em que os chamados “rebeldes” ganhavam terreno e controlavam vastas zonas do território. Meses antes havia ocorrido o incidente do avião turco abatido quando violou território sírio, um episódio que mereceu palavras desenvergonhadas do então ministro dos negócios estrangeiros, Paulo Portas.

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Quantos “11 de Setembro” aconteceram em Belgrado?

Há tempos atrás um grupo de alunos de uma escola onde é professora uma grande amiga minha visitou o museu da presidência da República. A visita foi guiada e a senhora que acompanhava o grupo teve, a dado momento, a infeliz ideia de referir que Portugal não entrava em guerra há cerca de 40 anos. Um dos alunos (do 1º ciclo) respondeu (e bem) que o que a senhora dizia não era verdade. A senhora espantada ficou sem perceber a reacção do rapaz e por isso ele teve que explicar-lhe que Portugal é membro da NATO e que a NATO tem andado sempre em guerra nos últimos anos.

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Russofobia

A actual russofobia e uma forma indirecta de anti-comunismo. Ela nasce da percepção – errada – de que a actual Federação Russa é um prolongamento da antiga URSS por via de Putin e do seu passado ligado ao КГБ (KGB). Na verdade a actual Federação Russa é, no essencial, naquilo que é caracterizador da natureza de uma sociedade, a negação daquilo que foi a URSS.

O clima de nova guerra-fria está todavia instalado. Admitir por um segundo que a Rússia possa ter justificações razoáveis para a sua política externa, nomeadamente no que à Ucrânia e à Crimeia diz respeito (deixemos a Síria fora deste debate, para não o tornar ainda mais complexo e potenciador da activação de pré-conceitos) é para a esmagadora maioria dos comentadores uma não opção, sob pena de estarem assinando – com as suas palavras – uma condenação duradoura no que diz respeito à sua continuidade nos palcos do circo mediático reinante.

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Libertad Pablo Hásel!

O raper comunista espanhol Pablo Hasel aguarda a leitura da sentença no processo em que foi implicado, após a audiência realizada no passado dia 11. A acusação é de “apologia do terrorismo” e baseia-se em frases retiradas das suas canções, desligadas do contexto e separadas do todo coerente do poema. Acusam-no por exemplo de apologia da Al Qaeda, uma organização de extrema-direita e fundamentalista religiosa que comunista algum apoia.

O que se passou durante a audiência de dia 11 encontra-se contado na primeira pessoa na página de facebook “Libertad pablo hasel”. É esse texto que transcrevo na íntegra.

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De facto não há grande relação entre o Kosovo e a Crimeia…

A independência do Kosovo aconteceu depois de uma guerra de agressão ilegal da NATO contra a Sérvia, que destruiu infra-estruturas militares mas também civis um pouco por todo o território e que precipitou uma crise humanitária de larga escala no território disputado. A independência do Kosovo foi regada com sangue e urânio empobrecido, com dólares metidos nos bolsos da máfia paramilitar do UÇK, tendo como objectivo criar espaço NATO nos Balcãs e enfraquecer as posições não alinhadas na região.

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Relevantes e irrelevantes

Quando o país já percebeu que a verdade-verdadinha sobre a “saída do resgate” é que não haverá saída alguma [enquanto não houver uma real mudança de política, coisa para a qual jamais contribuirão PS, PSD e CDS, os partidos do arco da bancarrota] os principais protagonistas da desgraça económica, social, política, cultural e ambiental que se abateu sobre o país parecem entretidos em lançar sobre os portugueses uma nuvem de poeira que desvia a atenção das pessoas daquilo que é essencial: por vontade de PS, PSD e CDS, com a benção do actual presidente da República, as caras poderão mudar mas o essencial da política é para manter.

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