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Glifosato fora de moda
Agora será má altura para relembrar que a Bayer comprou a Monsanto por 60 mil milhões de euros, depois de ter sido levada a cabo uma campanha de alarme em torno do principal activo da Monsanto – o glifosato e as culturas transgénicas tolerantes a esse herbicida -, mas ainda assim, porque só com as peças todas podemos montar o puzzle, aqui vai:
A Monsanto produziu o roundup (glifosato) e ao mesmo tempo vendeu milhões de sementes tolerantes ao químico, dominando assim uma importante parte da agroindústria e da produção de alimentos. A Monsanto detinha a patente das variedades transgénicas tolerantes ao herbicida e ao mesmo tempo a patente do herbicida. As variedades não eram resistentes a pragas, como muitos tentaram fazer-nos crer, mas sim ao roundup. A patente do glifosato expirou em 2001, e isso permitiu que fosse possível produzir e utilizar glifosato com custos muito menores, continuando a usar variedades vegetais resistentes ao herbicida.
5 razões para ir à Festa do Avante!
Para quem nunca foi à Festa do Avante! aqui ficam cinco boas razões para o fazer este ano pela primeira vez:
A ameaça de João Figueiras, produtor de cinema da Blackmaria, a uma denúncia por salários em atraso
Calmamente ao ler os meus emails hoje, dei com uma resposta no mínimo inusitada, por parte de um fundador de uma produtora de cinema. Não direi muito sobre o assunto, a não ser que depois da resposta o exortei a tentar.
Esperava, com alguma normalidade, que este dia chegasse. O dia em que alguém me ameaçasse por denunciar abusos, violações da lei. Longe de mim pensar que fosse alguém que o fizesse por escrito (…), ligado ao cinema, com financiamento do Estado, bem relacionado.
Mais uma «liana» de PSD e CDS
Primeiro foi a mais que provável, adivinhável, programada queda do governo: não resultou. Depois foi a tentativa de granjear simpatias com a polémica dos colégios privados: também não lhes trouxe simpatias nenhumas, pelo contrário. A seguir vieram as sanções e as ameaças “da Europa” contra “o país”, contra o governo, numa “previsível catástrofe” que só se resolveria se Maria Luís Albuquerque “ainda lá estivesse”: também foi o que se viu. Ora, a que espécie de “liana” se hão de agora agarrar CDS e PSD, que navegam à vista, sem rumo definido, notoriamente incapazes de fazer oposição política com o mínimo de seriedade e bom senso? Quase que se podem ouvir as ordens a ecoar pelas paredes da São Caetano à Lapa: «Para atacar o governo, o PCP ou o BE qualquer coisa, pá! Qualquer coisa serve!»
A importância de ser Ernesto

Oscar Wilde retratou (o uso da palavra é intencional, claro) na perfeição a importância da aparência em muitas das suas obras. Ernesto, o pobre e Ernesto, o rico, simbolizam a decadência da burguesia, competindo pelo amor de uma dama, para quem a imagem era tudo, independentemente do infortúnio que a esperava por detrás das máscaras de opulência e prestígio.
Passos e a Caixa

Já poucos se lembram de declarações de Passos Coelho sobre a privatização da Caixa Geral de Depósito, propósito que o ex-primeiro ministro deixou cair pela simples razão de não ter relativamente a essa medida um mínimo de apoio ou sustentação capaz de o segurar. Passos não gosta da Caixa e a razão deste desamor é simples: a Caixa é pública.
Nunca um português chegou tão longe
Quando visitávamos a aldeia da minha mãe, em Trás-os-Montes, o meu tio fazia sempre questão de apontar quem era o senhor que era pai do doutor, fosse o doutor juiz, médico, enfermeiro, professor, engenheiro, arquitecto, advogado ou outra coisa qualquer. Era o retrato de um país ainda com o fascismo cravado na mente, das aparências, da subalternização, mesmo quando já estávamos no final da década de 80 e a entrar nos anos 90. Era aquela reverência saloia que permanecia numa zona do país onde a electricidade ainda só chegava ao centro da aldeia. Os restos de um país com as contas em dia, porque naquele tempo é que era bom.