Todos os artigos: Nacional

A propósito de um certo “Avante!”

Imagina que passavas a tua vida inteira num quarto isolado sem qualquer contacto com o exterior. Imagina que a esse quarto, chegava um só jornal e tinhas acesso a um só canal de televisão. Imagina que se quisesses ver cinema só podias escolher entre 5 filmes. Livros também eram só 5. E a realidade? Melhor, e a tua percepção da realidade?

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Para populismo, populismo e meio

Pela boca morre o peixe, pelos actos – ou pela falta deles – morre o populista. Como qualquer inveterado militante do CDS, gente sempre muito sonora na demagogia e no ataque fácil, cai-lhe como uma luva estar isolado no topo da irresponsabilidade e da pura malandrice política. «Nuno Melo ocupa o último lugar dos portugueses na lista de participações em votações nominais nos plenários do Parlamento Europeu». Este campeão das «baldas», que deve estar quase a ser vice-presidente do seu partido, prefere andar em passeatas de campanhas eleitorais pertinho de casa do que estar a trabalhar, como devia, no lugar e na função para a qual fora – infelizmente, diga-se – eleito. Porque no PE não falta trabalho, o que falta é gente com vontade de trabalhar. Porque o mal do PE não é quem trabalha, é quem vive de dinheiros públicos e anda “de costas ao alto pelos cafés”. É que para populismo, populismo e meio.

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Spinning

No dia 22 de Janeiro, o PSD e o CDS apresentaram uma proposta no plenário da Assembleia da República para a realização de uma auditoria externa ao Banif. O BE, pela voz de Mariana Mortágua, logo a seguir, afirmou que “a primeira iniciativa que o BE vai ter depois de constituída a comissão de inquérito é propor a realização de uma auditoria externa.” O PCP falou pouco depois e afirmou que não estava disponível para encomendar “auditorias externas” que viessem a condicionar o trabalho da comissão de inquérito e que seriam feitas pelas mesmas empresas que são peritas em esconder a verdade. E o PCP disse mais: que rejeitaria essa proposta, fosse quem fosse que a apresentasse.

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Contratação colectiva: o acto de contrição de Vieira da Silva?

As relações laborais têm vivido momentos mais do que conturbados no que à contratação colectiva diz respeito.

Os avisos não faltaram: desde os sindicais, os políticos, os jurídicos e os académicos – o Código do Trabalho de 2003 seria uma machadada nos direitos colectivos dos trabalhadores e na contratação colectiva.

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Este post não é engraçadinho: é sobre machismo

O PCP foi acusado de enfiar a carapuça do machismo, num texto que se baseou essencialmente no testemunho de quem não milita há quase tantos anos como os que eu tenho de idade – e que a UMAR, organização do Bloco de Esquerda, se apressou a valorizar e partilhar, como é seu apanágio, convém dizer algumas coisas, que embora ditas por telefone, não chegaram a passar no crivo da autora do artigo e não ficaram na estampa.

Com pena, porque são importantes e revelam bem como é o feminismo que o machismo tanto adora: o tal da cosmética e das quotas, que não se importa com conteúdos.

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O sol e a eira

Há uma razão para a oposição dos comunistas (e só dos comunistas) à União Europeia: não é possível obedecer às regras de Bruxelas que nos mandam empobrecer e, simultaneamente, parar de empobrecer. Como demonstra a crescente irritabilidade da Comissão Europeia e da Alemanha perante os parcos sinais de mudança dados pelo governo do PS, o próximo Orçamento do Estado dificilmente se poderá equilibrar entra o sol da eira e a chuva do nabal.

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As regras do jogo

Se aceitarmos fazer uma partida de xadrez a jogar com 16 peões de pedras pretas contra um adversário que joga com o conjunto regular de pedras brancas, não podemos gritar surpreendidos “ah, mas tu tens uma dama!” quando os nossos peões tombarem às investidas da táctica adversária.

Assim é connosco, comunistas, que aceitámos participar numa luta nas conhecidas e não fáceis condições que o domínio dos grandes grupos económicos nos impõe. Quando decidimos, cada um, individualmente, iniciar o nosso percurso nesta marcha pelo futuro, já sabíamos que o presente não nos daria tréguas, já sabíamos que as forças do colectivo a que nos estávamos a ligar não tinham amparo nos jornais, nem nas televisões, nem nas rádios. Quando nos comprometemos com a luta dos comunistas, já sabemos que dependemos estritamente das forças do nosso colectivo.

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Voto nela porque é mulher

Este post é feito propositadamente após as eleições por não ser dirigido especificamente a qualquer das candidatas, mas antes a quem decidiu o seu voto em função do sexo do candidato. Ouvi várias vezes (mais frequentemente em relação a Maria de Belém) «voto nela porque é mulher» ou «vou votar nela porque é mulher». Afirmação que de imediato me eriça a pele.

O facto de ser mulher determina em quê o seu projecto político ou o programa presidencial?

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