O direito internacional também é luta de massas

Quando o traidor Boris Yeltsin usurpou o poder, dando-se a um golpe promovido pelo estrangeiro e por alguns sectores reaccionários internos, na sequência da paulatina degeneração que a União Soviética já vinha sofrendo, principalmente desde a metade dos anos 50, o Soviete Supremo – o parlamento – opôs-se a Yeltsin e não lhe reconheceu legitimidade para governar.

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Tirem as mãos da Venezuela

Vivi na Venezuela meio ano e regressei três vezes em diferentes períodos. Estive em 2008, em 2010, em 2015 e há dois meses atrás. Portanto, duas vezes com Hugo Chávez e duas vezes com Nicolás Maduro. Percorri diferentes regiões do país, frequentei aulas na Universidade Central da Venezuela, em Caracas, assisti a diferentes actos eleitorais, participei em manifestações chavistas, vi protestos da oposição, conversei com comunistas, socialistas, trotskistas, anarquistas, social-democratas, neoliberais e fascistas, dei-me com indígenas, mestiços, africanos, europeus e árabes, conheci gente pobre e gente rica, estive com embaixadores, ministros, deputados e autarcas, convivi com militares, sindicalistas e empresários. Visitei as zonas ricas de Caracas com os seus apartamentos luxuosos e vivendas abastadas cercados de arame electrificado, câmaras de videovigilância e guardas armados. Passei muito tempo nas favelas construídas nas encostas das montanhas que cercam a capital da Venezuela.

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«A Cova da Moura é uma prisão de grades invisíveis»

No dia 5 de fevereiro de 2015, vários jovens, reconhecidos mediadores deste bairro da Amadora, membros da associação Moinho da Juventude, dirigiram-se à esquadra da PSP para saber da situação de Bruno Lopes, detido nessa tarde. Entre eles estava Flávio Almada, conhecido como ‘LBC’. Foram algemados, espancados e detidos. “Não sabem como odeio a vossa raça. Quero exterminar-vos a todos desta terra”, disse-lhes um dos agentes. É o que consta da acusação do Ministério Público contra 18 polícias que já foram afastados daquela divisão e que estão no banco dos réus acusados dos crimes de tortura, sequestro, injúria e ofensa à integridade física qualificada, agravados pelo ódio e discriminação racial.

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O BE defende um golpe militar na Venezuela?

O Bloco de Esquerda publica um artigo inenarrável contra a Venezuela que defende um golpe militar, assinado por Tomás Marquez, que repete o argumentário utilizado pelos governos, partidos de direita e órgãos de comunicação social alinhados com o imperialismo. Vamos desmontar, ponto por ponto, uma posição que se inscreve na linha histórica do BE de se orientar na sua reflexão sobre política internacional por aquilo que é dito por Washington ou pela União Europeia.

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Propinas: A tragédia de gerações!

Fui “apenas estudante” até ao 11.º ano. A partir daí fui sempre “trabalhador-estudante”. Não por escolha. Foi porque teve de ser. E porquê? Porque a Constituição não foi (como continua a não ser) cumprida. Apenas isso. Porque a palavra “tendencialmente” em “ensino tendencialmente gratuito” foi das mais graves e escandalosas armadilhas legislativas perpetradas ao povo português. Uma armadilha propositada, criminosa, que arrumou para canto gerações inteiras de estudantes que não o foram, ou que deixaram de o ser. Muitos foram “para onde podia ser”, “para o que dava” ou “para o mal menor”. No ensino, como em tudo o resto, a “livre-escolha” capitalista não passa de uma falácia, um engodo, uma ficção.
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A ignorância de Bruno Caetano

Confesso que, até ontem, não sabia quem era Bruno Caetano. Continuo sem saber porque não acompanhei a TVI nem a TVI24 num dia que foi inteiramente dedicado à promoção do fascismo, com palco dado a um criminoso condenado, envolvido num homicídio resultante de crime de ódio. Fui, no entanto, acompanhando as redes sociais ao longo do dia. Hoje, deparo-me com um comunicado do Bruno Cateano, jornalista, ainda que, ao que parece, sem carteira profissional. O repórter do programa da manhã da TVI começa por afirmar, num comunicado, que apenas visava ouvir Mário Machado e as suas convicções sobre Salazar. Ora, caro Bruno, as convicções de Mário Machado são conhecidas de todos, há muitos anos. É um neo-nazi assumido. Deixa-me então ir, ponto por ponto, onde é que o teu comunicado é estúpido e ignorante. E, repara, faço isto partindo do princípio, benéfico para ti, que és de facto ignorante e não o fizeste de forma premeditada para agora vires fazer este papel tão ao mais triste do que aquele que fizeste ontem.

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Manuel Goucha Salazar, para que saibas: o fascismo e o racismo não passarão

Não vi o programa, não vou ver. MM participou na execução de um negro – Alcindo Monteiro, (na foto, morto por causa da cor da sua pele, com 27 anos, em junho de 1995, espancado até à morte) – esteve detido por posse ilegal de armas, apela repetidamente ao ódio e ao racismo. De quando em vez, lá vem um órgão de comunicação social dar-lhe palco. Li uma vez uma entrevista sua e bastou-me. Bastou-me a suástica que enverga para imediatamente me reportar à célebre cena de American History X, em que um nazi (com uma estética bem parecida ao dito cujo) esmaga o crânio de um negro no lancil de um passeio. E vejam-na com atenção porque foi isto que se passou na TVI.

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Um tal de Soeiro

Na semana passada, fiz o post que se segue, em torno de uma imagem extraída do site do Bloco de Esquerda, onde pode ler-se “Justiça para os pedreiros”. Ora, confesso, nunca na minha vida tinha ouvido alguém referir-se a pedreiro como sendo trabalhador das pedreiras. Nem eu, nem a Classificação Nacional de Profissões, disponível aqui, no site do Instituto Nacional de Estatística.

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