Marielle, Rosa, Catarina, Iñez, Alice

A lista é infindável. As mulheres executadas porque defendem ideais que combatem a ordem vigente, rompem com o domínio do poder capitalista cujos instrumentos passam pela subjugação da mulher, da mulher negra, da mulher operária, da mulher reivindicativa, da mulher que luta contra um conceito de uma sociedade patriarcal que as quer silenciadas e no lar.

A morte prematura com as execuções de Rosa Luxemburgo, de Catarina Eufémia, as greves de Alice Paul, a morte de Inez Milholland após um comício em que defendia igualdade no direito de voto para as mulheres – todas, independentemente da etnia e da classe social e a execução de Marielle Franco, activista, feminista, eleita, mãe, como se descrevia.

Ler mais

Não Sr. Presidente, não temos nada que agradecer a Passos Coelho! Nada!

Vindo do lado do PS não espanta, mas é necessário mesmo assim repudiar os circunstancialismos mentirosos. Ainda que, além de palmos de terra, os portugueses tenham o hábito de deitar elogios para cima dos esquifes, não se pode aceitar tal “rito” vindo de um presidente da AR. Enquanto foi deputado ou primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho nunca “serviu a causa pública”! Nunca!

Ler mais

A Síria aqui tão perto

Foto de bombardeamento saudita no Iémen, jápartilhado nas redes sociais como sendo em Goutha, na Síria

Woodrow Wilson, depois do final da I Grande Guerra, considerava que os Estados deviam ter em conta a Opinião Pública nas tomadas de decisão. Aliás, deveria ser a Opinião Pública a definir o caminho dos Estados. À parte de outros contributos para uma tentativa de reorganização do Sistema Internacional, o então presidente dos EUA esqueceu uma parte essencial sobre o que é a Opinião Pública, como se forma, quem a forma e com que meios.

Ler mais

Como os nossos pais

Ao fim de vários dias de trabalho sufocantes não queria estar a perder tempo de descanso e arrastar-me dolorosamente até ao teatro. Não sabia ao que ia, o tema da peça, nada. Só sabia da minha exaustão e vontade de dormir.

Mal entro no D. Maria, em cima da hora, vejo o pequeno auditório cheio e uma sala com panos. Lembro-me então que a peça teria qualquer coisa a ver com operários. Mas não sabia o que estava para vir.

Ler mais

A escassez de Economia

Há um livro de Paul Sweezy, de 1973, que tem uma abordagem interessante ao momento que então se vivia no meio académico e que se agravou desde então e, creio, ajuda a explicar a dificuldade sentida, academicamente, no aprofundamento da economia marxista. Economia que, para ser uma ciência social, não pode actuar desgarrada de todas as outras. A economia não é uma ciência exacta, tem matemática mas não é matemática. É por isso que, se num mercado desregulado a oferta e a procura ajustam preços, no mundo real fazem-no à custa do factor do trabalho. É que até o factor capital só existe quando é produzido pelo factor trabalho, e é este princípio que parece ser esquecido ou, não raras vezes, omitido.

Ler mais

Os lugares onde Marcelo não vai

O dom de Marcelo é ir a todo o lado sem nunca estar em lado nenhum. Omnipresente na comunicação social, falta à chamada sempre que o interesse nacional coincide com os interesses da classe trabalhadora. Onde está Marcelo quando as populações se batem pelos correios do povo? Porque não dá os seus «afectos» às quase 500 trabalhadoras da Gramax? Meio milhar de operárias com meses de salário em atraso defendem a dignidade e os postos de trabalho de um processo fraudulento de insolvência. Quando, em piquetes de 24 horas, à chuva e ao frio, desafiando a fome, a incerteza e muitos dramas familiares, as operárias da antiga Triumph impedem o roubo da maquinaria estão também a impedir a destruição do aparelho produtivo português. Porque será que Marcelo, sempre tão palavroso sobre moda, jogos de futebol, restaurantes e exercício físico, nada tem a dizer sobre esta matéria? Porque será que o Presidente, incansável na sua digressão afectiva, não vai a Sacavém?

Ler mais

O eterno retorno aos Balcãs

Quando no ano de 1999 as forças norte-americanas agiram, sob a capa da NATO, nos Balcãs e em particular na República Jugoslava – ou no que dela restava – fechava-se um ciclo de desmembramento do chamado “bloco de Leste” iniciado em meados dos anos 80 e irreversivelmente consumado a partir de 1989 com a chamada “reunificação alemã”, a dissolução da União Soviética e a integração, progressiva, de países do extinto Tratado de Varsóvia na triunfante “Aliança Atlântica”.

Ler mais