O Porto de um homem só

Parece reinar hoje na cidade do Porto o unanimismo em torno da figura de Rui Moreira. O actual presidente da Câmara, conotado com as linhas de PSD e CDS, conseguiu esvaziar estes partidos na cidade e, ao que parece, acabou por agregar o PS, que já declarou o seu apoio ao menino da Foz. Rui Moreira, eleito como independente apoiado pelo CDS tem, no entanto, um problema que não é defeito, é feitio: acha que quem não concorda com ele ataca o Porto. E talvez na raiz desse problema esteja mesmo a tal quase unanimidade em torno do autarca. O Porto vai perdendo a capacidade crítica e a capacidade de pensar, de contrapor, de propor.

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Marcelo, o moralista selectivo

Marcelo, o político pós-político, tem dedicado boa parte da sua asfixiante presidência à proclamação de princípios gerais de uma ética redonda, com a qual todos (ou quase todos) estarão de acordo. Nas recentes comemorações do 5 de Outubro, retomadas depois de alguns anos de interrupção reaccionária, Marcelo optou por enviar recados à chamada “classe política”, expressão mediática que procura meter no mesmo saco pessoas e organizações que na prática quotidiana não apenas representam ideias e comportamentos distintos, como o fazem em defesa de projectos políticos muito diferentes. Ora, o que Marcelo disse não levanta grandes objecções em praticamente nenhum sector da sociedade portuguesa. E por isso, o problema não é o que disse, mas antes o que fez e faz.

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Intoxicação de guerra

Nos últimos dias, na devastada cidade síria de Aleppo, tem ganho progressivo espaço mediático o emocionante caso de uma menina de nome Bana Alabed, de sete anos de idade apenas, e que por via da rede social twitter, vem partilhando preocupações, apelos políticos e outras mensagens sobre o seu dia-a-dia na guerra.

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Drone bomb me*: como os EUA constroem monstros universais

Chamem-lhe teorias da conspiração, chamem-lhe fanatismo, chamem o que quiserem, mas basta procurar um bocadinho pelos sítios onde a informação não é detida por senhores da guerra e do dinheiro e o rasto está lá: para quem o quiser ver.

O Daesh, esse último grande monstro universal, afinal quer o quê e está ao serviço de quem?

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Património é História. A História não se privatiza.

A cultura e o património devem ser vistos como um elemento que potencia o turismo, o que é muito diferente de dizer que devem ser geridos como as atracções de um parque de diversões.

Os vários Governos, dirigidos pelos partidos de organização e orientação burguesa – PS, PSD e CDS – têm vindo a conceber a política de cultura e património alinhados com a tendência que vai marcando as grandes capitais europeias, ou seja, a da gestão do património e das manifestações culturais como se de meras atracções turísticas se tratassem. Além de ser uma perspectiva redutora do potencial das expressões culturais e do património, é uma política que resulta na mera mercantilização do património. Se o património e os hábitos e tradições se tornam meras atracções, as pessoas tornar-se-ão figurantes.

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Colômbia

A concretização do acordo de paz entre o estado colombiano e as FARC-EP é um acontecimento de ímpar importância na história da Colômbia, da América Latina e do continente Americano.

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Opinião: A demagogia de Câncio

Em primeiro lugar, #foraTemer, em segundo lugar, há muito que, pela minha sanidade mental (e pela dos que me rodeiam) que também eu deixei de ler muitas das opiniões que grassam na imprensa nacional. Isto porque prezo demasiado o estudo, o conhecimento, o debate e incomoda-me que se tratem assuntos que são de especial relevância para a nossa vida do alto da burra.

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A classe de João Miguel Tavares

Decidi há uns tempos, por uma questão higiene mental, deixar de ler algumas pessoas. Não é porque discorde deles. Tenho, felizmente, muitos amigos e autores de quem discordo mas que não deixo de ler. É mesmo porque é uma perda de tempo ler imbecilidades e, ainda mais, discordar delas. O desobrigador arquitecto Saraiva, João Lemos Esteves, Alberto Gonçalves e  João Miguel Tavares estão entre os eleitos que optei por não acompanhar, nem para ter o prazer de discordar deles. Mas, como sempre, a excepção que confirma a regra aconteceu hoje, porque me saltou à vista uma declaração do interveniente do Governo sombra, da TSF, e prolixo autor de obras como “A crise explicada às crianças de esquerda” e “A crise explicada às crianças de direita”.

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