Autor: Miguel Tiago

Fiscalidade verde.

Colocando o epíteto “verde” após qualquer palavra, de repente, tornou-se a forma mais eficaz da propaganda pseudo-ecologista. “Verde”, “natural”, “biológico”, “eco”, enfim, um sem número de termos que, independentemente da sua ligação com a realidade, rotulam qualquer coisa, por mais poluente que seja, como a mais ecologicamente sustentável das coisas.

Ora, no caso da fiscalidade verde portuguesa, apresentada pelo governo laranja, o termo “verde” deve vir da cor das collants do Robin dos Bosques, que terá sido certamente a fonte de inspiração para esta reforma. O Governo dos ricos é o Robin dos Bosques dos ricos e a fiscalidade verde é a embuscada que fazer na floresta fiscal para tirar aos pobres e distribuir pelos ricos.

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Bombing em toda a parte!

Quanto maior for a ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, contra os portugueses e aqueles que cá vivem, e quanto maior for o desvio de recursos públicos para as mãos dos banqueiros e agiotas, maior será a necessidade de intensificar o carácter repressivo do Estado.

Quando Álvaro Cunhal dizia que a base fundamental dos nossos direitos culturais, sociais e políticos é a economia e os nossos direitos económicos, mostrava com clareza a interpenetração e interdependência entre essas vertentes da vivência colectiva, apontando que no desenvolvimento de uma, se desenvolvem as restantes, como no definhamento de uma definham as outras. A alteração quantitativa no plano da economia provoca alterações qualitativas na vida, nos diversos planos.

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Ideologia impagável.

É habitual que nos filmes venham personagens do futuro  para salvar a humanidade ou uma comunidade específica. Em Portugal, como noutros países chamados periféricos, vieram ideias do passado para destruir o presente e nos lixar o futuro.

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Farsa para um povo enganado e um banqueiro armado

Somos muitas vezes levados a crer que a intervenção do Estado, através das ordens dos Governos, na banca privada se destina a salvaguardar uma espécie de entidade abstracta que dá pelo nome de “banco”. Essa ilusão alimenta a justificação que não poucas vezes parece chancelar a intervenção do Estado: a da necessidade de, salvando o “banco”, se salvam os depositantes e as poupanças que lá se encontram.

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Marionetas primárias

O teatro de marionetes é uma arte fantástica, quer do ponto de vista da sua fruição, quer do ponto de vista das diversas técnicas que envolve. Na verdade, o teatro de marionetas é uma forma de expressão que envolve diversas outras, desde o fabrico das magníficas peças que constituem visualmente a personagem – a marioneta – à manipulação da personagem e, muitas vezes, à interpretação de vários papéis pelo mesmo manipulador. Quando o pano abre, o espectador nunca sabe sequer quantas pessoas estão na verdade envolvidas na produção e execução de cada peça, mas antecipa um certo deslumbramento com a habitual escuridão que envolve o pequeno palco.

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A EGF e a Camorra.

Nesta altura de crise de valores – daqueles que se transaccionam na bolsa – tudo serve de pretexto para mais umas privatizaçõezinhas. Há pouco dinheiro nos cofres do Estado e ao que parece, vender empresas lucrativas por umas bagatelas pode injectar nas contas públicas o suficiente para equilibrar o défice pelo menos por três meses e assim apresentar boa contabilidade ao patrão alemão que agora até salsichas educativas nos impõe.

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Produzir conteúdos como arma de resistência

Uma das formas que a classe dominante tem de limitar a liberdade de informação e de manipular a qualidade da informação, é pela quantidade e qualdiade de conteúdos.

É um facto que a internet é um meio praticamente livre (por enquanto) e que funciona dentro de parâmetros de grande liberdade individual e colectiva, que permite que os utilizadores façam uso de plataformas proprietárias, como criem as suas próprias, privadas ou comuns. É igualmente um facto que a world wide web está plena de conteúdos revolucionários, desde páginas de partidos comunistas a grupos revolucionários, imprensa comunista, sítios de divulgação marxista, acervos literários e bibliográficos de livre acesso.

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Os animais (não humanos) não são vingativos.

Não é minha intenção entrar na corrida para ver quem defende mais os animais. Até porque essa corrida está ganha à partida por aqueles que defendem a superação do capitalismo. A superação do capitalismo, o fim do modo de produção baseado na maximização do lucro, trará também o fim da economia orientada para o lucro fácil, como tal, trará o fim do tráfico de animais, o fim da sobreprodução animal para alimentação, o fim da devastação florestal e de outros habitats de milhões de animais. Talvez a superação do capitalismo possa também pôr fim à utilização de animais para fazer testes de cosméticos e outros produtos que nos “embelezam” à custa do sofrimento de milhões de seres vivos. Eventualmente, a superação do capitalismo porá um fim à chacina de animais para produzir roupagens de luxo. Provavelmente, um dia mais tarde, o fim de uma economia orientada exclusivamente para o lucro, acabará com o apuramento genético de animais doentes e deficientes para fazer bibelots ou peluches que ficam bem na ponta de uma trela. A superação do Capitalismo possibilitará uma relação com a Natureza e os outros animais completamente diferente daquela que o Capitalismo nos impõe.

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