Autor: Miguel Tiago

Marionetas primárias

O teatro de marionetes é uma arte fantástica, quer do ponto de vista da sua fruição, quer do ponto de vista das diversas técnicas que envolve. Na verdade, o teatro de marionetas é uma forma de expressão que envolve diversas outras, desde o fabrico das magníficas peças que constituem visualmente a personagem – a marioneta – à manipulação da personagem e, muitas vezes, à interpretação de vários papéis pelo mesmo manipulador. Quando o pano abre, o espectador nunca sabe sequer quantas pessoas estão na verdade envolvidas na produção e execução de cada peça, mas antecipa um certo deslumbramento com a habitual escuridão que envolve o pequeno palco.

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A EGF e a Camorra.

Nesta altura de crise de valores – daqueles que se transaccionam na bolsa – tudo serve de pretexto para mais umas privatizaçõezinhas. Há pouco dinheiro nos cofres do Estado e ao que parece, vender empresas lucrativas por umas bagatelas pode injectar nas contas públicas o suficiente para equilibrar o défice pelo menos por três meses e assim apresentar boa contabilidade ao patrão alemão que agora até salsichas educativas nos impõe.

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Produzir conteúdos como arma de resistência

Uma das formas que a classe dominante tem de limitar a liberdade de informação e de manipular a qualidade da informação, é pela quantidade e qualdiade de conteúdos.

É um facto que a internet é um meio praticamente livre (por enquanto) e que funciona dentro de parâmetros de grande liberdade individual e colectiva, que permite que os utilizadores façam uso de plataformas proprietárias, como criem as suas próprias, privadas ou comuns. É igualmente um facto que a world wide web está plena de conteúdos revolucionários, desde páginas de partidos comunistas a grupos revolucionários, imprensa comunista, sítios de divulgação marxista, acervos literários e bibliográficos de livre acesso.

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Os animais (não humanos) não são vingativos.

Não é minha intenção entrar na corrida para ver quem defende mais os animais. Até porque essa corrida está ganha à partida por aqueles que defendem a superação do capitalismo. A superação do capitalismo, o fim do modo de produção baseado na maximização do lucro, trará também o fim da economia orientada para o lucro fácil, como tal, trará o fim do tráfico de animais, o fim da sobreprodução animal para alimentação, o fim da devastação florestal e de outros habitats de milhões de animais. Talvez a superação do capitalismo possa também pôr fim à utilização de animais para fazer testes de cosméticos e outros produtos que nos “embelezam” à custa do sofrimento de milhões de seres vivos. Eventualmente, a superação do capitalismo porá um fim à chacina de animais para produzir roupagens de luxo. Provavelmente, um dia mais tarde, o fim de uma economia orientada exclusivamente para o lucro, acabará com o apuramento genético de animais doentes e deficientes para fazer bibelots ou peluches que ficam bem na ponta de uma trela. A superação do Capitalismo possibilitará uma relação com a Natureza e os outros animais completamente diferente daquela que o Capitalismo nos impõe.

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Notas de actualidade

Enquanto o Governo aposta no corte dos salários dos trabalhadores e nas pensões; enquanto encerra mais 330 escolas depois de o anterior governo ter encerrado 4500; enquanto privatiza tudo o que mexe; enquanto se prepara para aplicar mais medidas de austeridade e de diminuir ainda mais o investimento público e enquanto desvia do país mais de vinte milhões de euros por dia para pagar a agiotas; o PS anda entretido na novela do líder. Não só não combate, como encobre.

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Capitalismo para totós VIII – Caridade

Caridade é o termo que designa o conjunto de acções, motivadas ou não por convicção ou convenção religiosa, que consistem na circulação de um bem entre pessoas sem outro fim que não o de manter o desequilíbrio na fruição da riqueza. Ou seja, o suposto desprendimento de um certo bem não se verifica, na medida em que quem doa determina pela doação a continuidade das relações sociais existentes. O pior que poderia suceder para o capitalismo seria os pobres e miseráveis tomarem por suas mãos o que por direito podem ter.

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Capitalismo para totós VII – Paz Social

Paz social é o termo utilizado pela direita para mascarar o conflito permanente entre os interesses de cada classe. Convém sempre à classe dominante que a classe dominada não decifre e não compreenda que sofre domínio. Na prática, também a um ladrão é muito conveniente que a vítima se julgue a ser amparada em vez de roubada.

A “paz social” não comporta qualquer dimensão de “paz”, pois é apenas o termo utilizado para encobrir uma guerra sem trincheiras, sem fronteiras, uma guerra enraizada e sulcada na matriz genética da organização social capitalista. Uma guerra em que o agressor sabe que agride, mas que atordoa de tal forma o agredido que este se pensa protegido pelo seu próprio inimigo.

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A única saída é a superação do capitalismo

PS, PSD e CDS assinaram um pacto com o FMI, o Banco Central Europeu e a União Europeia. Nesse pacto, PS, PSD e CDS entregaram o que restava da soberania política e económica do país a instituições que são simultaneamente parte do cérebro e das mãos do sistema capitalista global. Nesse pacto, os partidos da tróica doméstica cederam à tróica ocupante a capacidade de interferir directamente e sem limitações no destino do país, na forma como este se organiza, nos direitos que consagra aos seus cidadãos, nos serviços que lhes presta. Ou seja, o pacto redefine a própria organização do estado. O Estado foi transfigurado pela força da prática, à margem de um projecto constitucional que subsiste e é o último reduto de uma democracia profundamente debilitada, praticamente limitada aos direitos políticos e, mesmo esses, vendo estreitado o seu livre exercício.

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