Competitividade – é a disputa entre trabalhadores para ver quem vende mais barato a sua força de trabalho, fazendo o jeito ao patronato. O termo em si comporta uma dimensão anti-progresso porque coloca os povos, os trabalhadores, em posições antagónicas entre si, iludindo que só a cooperação e não a competição pode gerar elevação do bem-estar de todos.
Autor: Miguel Tiago
Do sonho à ilusão, do projecto à estagnação
O anúncio de um punhado de notáveis que assinou um documento com o nome claramente inspirado no nosso belogue colectivo, principalmente quando é uma espécie de versão desvitaminada da reivindicação do PCP que se converteu em reclamação de massas sobre a renegociação da dívida, suscitou-me alguns pensamentos. Principalmente porque há um contraste fundo entre o que dizem os comunistas e o que dizem os subscritores do dito manifesto das 70 personalidades (como veio a ser referido quase elevado a programa político) e porque esse contraste mereceu reflexo na dimensão mediática de cada fenómeno.
Se, por um lado, a renegociação da dívida dos comunistas é uma espécie de projecto inaplicável, um delírio esquerdista e radicalista, já a renegociação da dívida nos termos propostos pelos subscritores do dito texto é algo que, nas palavras dos partidos que suportam o Governo, tem vindo a ser feito com naturalidade ao longo das avaliações da troica.
Até à maior das liberdades: a de não ser explorado
No Capítulo sobre Cooperação d’O Capital [1] Marx relembra as palavras de Giovanni Carli “ «A força de cada homem é mínima, mas a reunião das forças mínimas forma uma força total, maior ainda do que a soma das mesmas forças, ao ponto de as forças, por estarem reunidas, poderem diminuir o tempo e acrescentar o espaço da sua acção.» O proletariado português tem um partido há exactamente 93 anos e nesse Partido o trabalho colectivo, a reunião das forças, foram características indissociáveis da sua natureza, é certo, mas também da sua indestrutibilidade.
O massacre português da sanguinária política capitalista. Mais de 5 milhões de mortos às mãos de PS, PSD e CDS.
Goebbels e Hearst utilizaram uma fórmula absurda para calcular os mortos provocados pela fome imposta pelo sanguinário regime estalinista ao povo da Ucrânia. A Ucrânia, após a derrota do socialismo, entregue de novo às mãos dos herdeiros de Hitler, Goebbels e Hearst, vem a contemplar essa manipulação como facto histórico. Apesar de não existirem quaisquer indícios de terem sido sepultados ou sequer pulverizados os milhões de mortos atribuídos a uma fome prolongada imposta por opção e castigo vindo da União Soviética.
Notas sobre a democracia cultural
A criação e fruição culturais são direitos constitucionais em Portugal. Muito se tem dito sobre o financiamento do apoio às artes e à produção cinematográfica. Desde 2009 que não se realizam os concursos de apoio à produção literária, por isso é como se não existisse criação e fruição literária neste “país de poetas e escritores”.
O actual momento é um mau ponto de partida para fazer a discussão sobre o financiamento público à concretização destes direitos, na medida em que na ausência de um orçamento é impossível financiar o que quer que seja. Contudo, a política do tipo “shock and awe” do Governo para a Cultura, abriu feridas que estavam latentes na sociedade e no tecido artístico e cultural que, talvez por estarem agora expostas, motivam um debate que é, desde há décadas, urgente.
Declaração Política do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português
Indignação já não é palavra que baste para descrever o sentimento de quem olha para o seu recibo de salário, pensão ou reforma e vê que lhe roubaram muitos dos poucos euros que ganhava.
Angústia ou desespero já não chegam para descrever como vive quem empobrece a trabalhar ou enfrenta o desemprego.
A paisagem desnorteada da política cultural em Portugal
A entrevista de Álvaro Covões ao Jornal de Letras de 22 de Janeiro revela a estratégia dos grupos económicos que o Governo teima em esconder. É importante compreender o que as grandes empresas da organização de eventos pretendem da Arte e da Cultura e em que medida se incompatibiliza com um Serviço Público de Arte e Cultura como o que a Constituição da República Portuguesa estabelece. No título deste artigo, sobrevalorizei o trocadilho em detrimento da justeza e da realidade, pois todos sabemos que o desnorte e a incompetência são apenas a camuflagem com que o Governo esconde o seu programa político de total mercantilização da Cultura que já está em curso desde há muito, quer pelas mãos de PS, quer pelas mãos de PSD e CDS. Ler mais
Bolseiros e o interesse nacional
O investimento público em Ciência e Tecnologia em Portugal conheceu um máximo durante o ano de 2009, apesar de nunca ter atingido o valor da propaganda do Governo de Sócrates e do Ministério de Mariano Gago que ostentava bandeiras de 1% do PIB em cada discurso. Essa mentira foi difundida com estonteante intensidade, não tendo contudo em momento algum a despesa pública em I&D ter ultrapassado 0,72% do PIB. Mesmo que tenhamos em conta a execução orçamental das Instituições Privadas sem Fins Lucrativos e assumamos que toda a sua despesa é financiada pelo Estado (e não é), juntamos 0,14% do PIB para o mesmo ano de 2009 e chegamos a um valor de Despesa pública 0,86%. Ler mais