Autor: Miguel Tiago

Capitalismo para totós II – Colaborador

Colaboradores – termo que designa o conjunto das assalariados de uma empresa, independentemente do regime contratual. No essencial, mascara duas dimensões fundamentais das relações sociais capitalistas: a do trabalho e a da exploração.

O colaborador colabora, não trabalha.
O colaborador colabora, não é explorado.

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Do parasitismo ao voluntariado

Que se confundam termos e conceitos no contexto de disputa ideológica actual é relativamente normal e é, tendo isso em conta, que assumo já que alguns conceitos são de difícil definição, quer jurídica, quer política. Alguns conceitos são absurdos num determinado contexto económico, como o capitalismo, tal como outros são absurdos num contexto diferente, como o socialismo. Por exemplo, “voluntariado” é um conceito que só distorcido e manipulado entra no léxico do sistema capitalista. Ao mesmo tempo, “exploração do trabalho alheio”, sendo a base do capitalismo é um conceito absurdo num sistema socialista.

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Capitalismo para totós I – Competitividade

Competitividade – é a disputa entre trabalhadores para ver quem vende mais barato a sua força de trabalho, fazendo o jeito ao patronato. O termo em si comporta uma dimensão anti-progresso porque coloca os povos, os trabalhadores, em posições antagónicas entre si, iludindo que só a cooperação e não a competição pode gerar elevação do bem-estar de todos.

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Do sonho à ilusão, do projecto à estagnação

O anúncio de um punhado de notáveis que assinou um documento com o nome claramente inspirado no nosso belogue colectivo, principalmente quando é uma espécie de versão desvitaminada da reivindicação do PCP que se converteu em reclamação de massas sobre a renegociação da dívida, suscitou-me alguns pensamentos. Principalmente porque há um contraste fundo entre o que dizem os comunistas e o que dizem os subscritores do dito manifesto das 70 personalidades (como veio a ser referido quase elevado a programa político) e porque esse contraste mereceu reflexo na dimensão mediática de cada fenómeno.

Se, por um lado, a renegociação da dívida dos comunistas é uma espécie de projecto inaplicável, um delírio esquerdista e radicalista, já a renegociação da dívida nos termos propostos pelos subscritores do dito texto é algo que, nas palavras dos partidos que suportam o Governo, tem vindo a ser feito com naturalidade ao longo das avaliações da troica.

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Até à maior das liberdades: a de não ser explorado

No Capítulo sobre Cooperação d’O Capital [1] Marx relembra as palavras de Giovanni Carli “ «A força de cada homem é mínima, mas a reunião das forças mínimas forma uma força total, maior ainda do que a soma das mesmas forças, ao ponto de as forças, por estarem reunidas, poderem diminuir o tempo e acrescentar o espaço da sua acção.» O proletariado português tem um partido há exactamente 93 anos e nesse Partido o trabalho colectivo, a reunião das forças, foram características indissociáveis da sua natureza, é certo, mas também da sua indestrutibilidade.

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O massacre português da sanguinária política capitalista. Mais de 5 milhões de mortos às mãos de PS, PSD e CDS.

Goebbels e Hearst utilizaram uma fórmula absurda para calcular os mortos provocados pela fome imposta pelo sanguinário regime estalinista ao povo da Ucrânia. A Ucrânia, após a derrota do socialismo, entregue de novo às mãos dos herdeiros de Hitler, Goebbels e Hearst, vem a contemplar essa manipulação como facto histórico. Apesar de não existirem quaisquer indícios de terem sido sepultados ou sequer pulverizados os milhões de mortos atribuídos a uma fome prolongada imposta por opção e castigo vindo da União Soviética.

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Notas sobre a democracia cultural

A criação e fruição culturais são direitos constitucionais em Portugal. Muito se tem dito sobre o financiamento do apoio às artes e à produção cinematográfica. Desde 2009 que não se realizam os concursos de apoio à produção literária, por isso é como se não existisse criação e fruição literária neste “país de poetas e escritores”.

O actual momento é um mau ponto de partida para fazer a discussão sobre o financiamento público à concretização destes direitos, na medida em que na ausência de um orçamento é impossível financiar o que quer que seja. Contudo, a política do tipo “shock and awe” do Governo para a Cultura, abriu feridas que estavam latentes na sociedade e no tecido artístico e cultural que, talvez por estarem agora expostas, motivam um debate que é, desde há décadas, urgente.

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