Autor: Bruno Carvalho

Mas, afinal, o que se passa na Palestina?

Hoje, Israel decidiu que a Rahaf, de seis anos, e 18 outras crianças palestinianas, já não voltam mais à escola. Acabaram mortas debaixo de bombardeamentos em Gaza. Israel não é um país. É uma máquina de matar. A Palestina não tem força aérea, nem marinha de guerra, nem exército. Trata-se de um genocídio. Aqui fica uma breve explicação do que é o inferno em que vivem os palestinianos debaixo da ocupação de Israel.

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Liberdade para Pablo Hasél

Hoje é o dia que o regime espanhol pôs como data para que Pablo Hasél entre na prisão de forma voluntária. O rapper catalão já anunciou que não se vai entregar mas também que não vai escolher o caminho do exílio. O regime espanhol é o Estado europeu com mais presos políticos e o que mais partidos ilegalizou desde o fim da ditadura franquista. Há dezenas de pessoas exiladas actualmente. Sobretudo exilados bascos e catalães.

É também o único Estado que manteve na prisão, durante sete anos, Jabier Salutregi, então o único director e jornalista preso na União Europeia. O único Estado que meteu um ex-secretário-geral sindical, Rafa Díez (LAB), no cárcere durante seis anos e meio e que deteve o actual secretário-geral do sindicato andaluz SAT. O único Estado da União Europeia que prende pessoas pelo que escrevem nas redes sociais ou pelo que cantam.

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Assim não, Manuel Grilo.

Isto não pode passar em claro. Vamos aos factos. Reunião da Câmara Municipal de Lisboa. Há um voto em cima da mesa sobre Auschwitz e o holocausto nazi que refere uma condenação do fascismo português. A vereadora do PSD sugere que se substitua a expressão por outras ditaduras e totalitarismos e o vereador bloquista Manuel Grilo aceita a proposta. De seguida, o vereador comunista João Ferreira protesta porque percebe que o objectivo é incluir o comunismo na condenação. Manuel Grilo finge que não mas Teresa Leal Coelho logo de seguida aponta o dedo ao fascismo e ao comunismo. Recordo, estamos a falar do holocausto nazi.

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Por que vale a pena votar no João Ferreira

Foi há poucos dias. Depois de escrever uma reportagem sobre o frio que os portugueses passam em casa, um dos entrevistados contou-me que uma mulher havia deixado de dar sinais de vida há poucos dias na aldeia dos seus pais, na Guarda. Cá fora, a vida decorria normalmente, como se nada fosse, mas atrás da porta, o corpo desta mulher estava em hipotermia e só foi descoberto depois de arrombarem a porta.

É assim o debate político. A narrativa mediática é que determina a campanha. Com sondagens para os gostos de alguns, debates que mais pareceram entrevistas e entrevistas que mais pareceram debates, assim como programas com comentadores ligados ao arco do poder, as eleições são um jogo viciado em que não há pé de igualdade entre candidatos. Cá fora, a vida decorre normalmente. Mas atrás dos cortinados, nos bastidores, há um país ligado às máquinas.

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És tu que pagas a vida que eles levam

Todos os anos, sem excepção, a direita, do PS ao Chega, celebra o 25 de Novembro. São muitos os que defendem que esta data passe a figurar no calendário como feriado nacional. Porquê? Porque consideram que foi um dia decisivo para derrotar aquilo a que continuam a chamar de ameaça do comunismo.

Ou seja, os militares que impuseram uma pesada derrota sobre o processo revolucionário que amanheceu a 25 de Abril do ano anterior e que acelerou a 11 de Março de 1975 devolveram o país à Europa Ocidental. Foi uma dinâmica lenta porque encontrou pela frente a resistência dos trabalhadores e do povo mas que conseguiu a integração de Portugal na CEE, a privatização da banca, a destruição da reforma agrária e o desmantelamento do aparelho produtivo.

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A polémica já não é sobre a Festa do “Avante!”

Jornais, rádios e televisões distanciaram-se tanto da realidade daquilo a que se chama cidadão comum que praticamente já ninguém lhes dá qualquer credibilidade. No fundo, esta armadilha mediática em que vivemos é identificada com o sistema político, económico, social e cultural em que vivemos. O mesmo que mantém os trabalhadores na miséria. Os milionários que financiam o Chega fazem parte da mesma elite que financia o PS, o PSD e o CDS-PP e que sabem a importância de terem alguém que instrumentalize o descontentamento social de forma a que não caia nas mãos dos comunistas. Foi assim nos anos 20 e 30, é assim agora.

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#FreeSimonTrinidad

Simón Trinidad faz hoje 70 anos e apodrece há 16 anos numa prisão nos Estados Unidos. Em meados dos anos 80, quando só era conhecido como Ricardo Palmera, geria o Banco del Comercio na pacata Valledupar. Activista de esquerda e candidato da Unión Patriótica, debate-se com o ódio da oligarquia e do Estado colombiano que assassinam os seus camaradas.

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Para que nos deixem ver as estrelas

Enquanto ele limpava religiosamente a arma com uma escova de dentes, eu pensava para mim que é a perspectiva revolucionária que devolve a cada comunista o entusiasmo de cumprir cada tarefa independentemente da sua natureza e da distância histórica da ruptura com o capitalismo. Outros, ao nosso lado, jogavam xadrez entre a folhagem verde que durante tantas décadas os protegeu do exército colombiano. O facto é que o entusiasmo, combustível da militância dedicada, fez parte daquele barco com um rumo bem definido que catapultou os povos da Rússia para o assalto aos céus mesmo que, pouco tempo antes dos acontecimentos de Fevereiro de 1917, que foram a ante-sala da tomada do poder pelos bolcheviques, Lénine deixasse no ar que podia não chegar a ver a revolução socialista em vida.

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