A nova fase da crise económica e financeira do capitalismo, ampliada pelos efeitos das medidas tomadas um pouco por todo o mundo em função do surto pandémico do novo coronavírus, vem expor elementos fundamentais para a história do capitalismo, para a função dos estados e das suas configurações, para a compreensão da acumulação capitalista e deixar pistas para as soluções que podem ser encontradas nos períodos que vivemos e nos que se seguirão.
Autor: Miguel Tiago
“Agarrem-me senão vou-me a eles!”

É comovente ouvir António Costa, o Primeiro-Ministro de um país periférico, dar aquela chazada de peito cheio ao ministro da Holanda. É assim uma espécie de bálsamo patriótico, mas ao mesmo tempo placebo. Eleva a moral mas não faz nada. Pesem as diferenças notórias de estilo entre Costa e Passos Coelho, a grande diferença é que um pedia de joelhos e o outro faz aquele número do “agarrem-me senão vou-me eles” enquanto estende os braços para que alguém o agarre. É um bluff arriscado, e tem o seu valor por isso. Ler mais
Isolados mas unidos sob o voo do abutre.
Aconselham-nos a ficar em casa. Vamos deixar de parte o julgamento sobre a adequação das medidas que estão a ser tomadas por governos em todo o mundo. Na verdade, não temos elementos para apurar da sua validade, não temos elementos científicos que nos permitam afirmar que são exageradas, que são insuficientes ou que são as certas. Apesar de sabermos que a política está submetida a interesses económicos e que, muitas vezes, tal significa desprezar a ciência, não temos elementos que autorizem efabulações ou teorizações da conspiração no que toca à crise em torno do Corona vírus e da doença que provoca, o Síndrome Agudo Respiratório Grave e que penaliza com mais intensidade as camadas mais fragilizadas da população um pouco por todo o mundo.
Paz social não é armistício, é rendição.
Passam setenta e cinco anos sobre a libertação dos prisioneiros do campo de concentração nazi de Auschwitz. Foi quando o Exército Vermelho, vitorioso e caminhando sobre o Ocidente pela Polónia abriu os portões de Auschwitz que os sete mil e quinhentos últimos sobreviventes viram que o seu futuro não seria o crematório. Não sem que antes mais de um milhão de prisioneiros ali terem sido assassinados das formas mais bárbaras pelo capitalismo nazista. Ler mais
Género só há um. O humano e mais nenhum!

Depois do artigo de António Santos num jornal online sobre a chamada política identitária e sobre a utilização de marcas identitárias por parte da classe dominante para a atomização das massas e para a limitação das suas convergência, sinto-me desafiado a deixar um contributo sobre uma não menos questão dos movimentos que, um pouco por todo o mundo, vão tomando o espaço de um feminismo de classe, ocultando as reais questões que dividem no contexto capitalista o homem e a mulher. Ler mais
A nova fase da luta política nacional

A solução política encontrada em 2015, com um contributo determinante do PCP, permitiu a criação de condições para a entrada em funções de um governo minoritário do PS e abriu caminho a importantes conquistas e reconquistas de direitos que haviam sido esbulhados ao longo de décadas por PS, PSD e CDS. Foi, de facto, a alteração da correlação de forças no quadro parlamentar que colocou as possibilidades de aprovação de medidas progressistas. A presença do PCP obrigou PS e BE a encontrarem também entre si soluções que disputassem um espaço político de esquerda. Uma solução parlamentar como aquela exige um partido comunista altamente preparado para fazer do seu grupo parlamentar a lança institucional da luta de massas. Ler mais
Quando a CDU pôs o "Esquerda" em "Bloco de Esquerda"

A três dias do início da data em que decidiremos o futuro legislativo dos próximos quatro anos e a composição da Assembleia da República, a verdade sobre os passados quatro torna-se muito relevante para que possamos realizar uma avaliação crítica, um balanço e uma reflexão sobre os avanços e conquistas, sobre os bloqueios e limitações e sobre os retrocessos que marcaram a governação do governo minoritário do PS. Ler mais
Nem uma União Europeia para os fascistas.
Na iniciativa de convívio com apoiantes da Coligação Democrática Unitária (CDU) realizada segunda-feira, dia 15 no Centro de Trabalho Vitória e que contou com largas dezenas de participantes, João Ferreira, primeiro candidato das listas para o Parlamento Europeu, dirigiu-se aos amigos presentes com um agradecimento, mas também com justas considerações sobre o papel dos comunistas e aliados no contexto actual.
Aliás, o candidato não se limitou a fazer um discurso de mobilização, mas também um discurso de alerta e de luta. A consideração fundamental do camarada assentou na valorização da política alternativa proposta pelo PCP e pela CDU mas avançou para uma questão ideológica sobre o fundo político da actual situação política.