Há mar e mar, há ir e voltar, há poemas, epopeias, slogans e provérbios. Há de tudo e mais alguma coisa, com rimas ou sem elas, que faça por apelar à memória e ao perpetuar da ligação dos portugueses ao mar. É também pelo mar que Miguel Dores começa, porque foi ao mar que se fez a família de Alcindo Monteiro, com o sonho de uma vida melhor às costas, para chegar a Portugal. A sua chegada é antecedida por séculos de colonialismo. A sua estadia, não pode dizer-se que foi livre dele. Com isto em mente, o filme Alcindo vem dizer-nos que a Guerra Colonial não só não acabou completamente com a Revolução de Abril, em 1974, como tende a ser continuada no discurso, nas biqueiras de aço, nas soqueiras e nos avanços odiosos dos etno-nacionalistas. Também não esquece nem é conivente com a violência policial.
Alcindo: um documentário obrigatório
