Todos os artigos: Internacional

Para quando bandeiras da Dinamarca à janela?

Houve, recentemente, um presidente eleito (e quase empossado) que fez uma ameaça à integridade territorial da União Europeia. Até à data, que se saiba, ainda ninguém na União Europeia ameaçou os EUA com sanções. Fazer como fizeram e fazem com a Rússia, por exemplo, por causa de estados que nem sequer são membros da UE. Ninguém usou de discursos encrespados e insultuosos, ficando-se antes por uma tímida resposta, para não parecer muito mal, como a do ministro do exterior francês que disse «muito violentamente» que “é evidente que a UE não permitirá tal coisa”. Atendendo a que o único parceiro bélico de Bruxelas tem sido os EUA, como se defenderá a UE de uma «invasão» por parte dos EUA?

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Encruzilhada Histórica

É inegável o momento histórico que se vive, revestido por um lado de uma relativa iteração de vários processos económicos, sociais e políticos e por outro com elementos que se configuram em características ímpares, determinadas pela roda imparável das transformações das sociedades, que exigem novas reflexões e subsequentes abordagens, partindo do materialismo dialético para a sua total compreensão.

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Não se ganha uma guerra contra a Rússia

Não se ganha uma guerra contra a Rússia, da mesma forma que não se ganha uma guerra contra qualquer potência nuclear. Rússia ou China jamais se imiscuíram ou confrontaram os EUA nas guerras que as sucessivas administrações e presidentes decidiram desencadear, pelos motivos que entenderam, no Médio Oriente, nos Balcãs, na Ásia ou na América Latina. Mas os EUA e seus subordinados entenderam imiscuir-se belicamente na guerra que a Rússia decidiu fazer na Ucrânia. Na sequência de um velho conflito no Donbass e, mais recentemente, da recusa de uma proposta formal russa, de 2021, na qual Putin propunha um compromisso de não-expansão da NATO para leste, a resposta dos EUA foi então a de esticar a corda e avançar, sem medida, para um conflito tão adivinhável e destruidor quanto útil para a indústria de armamento norte-americana. Antes da calçar pantufas, Joe Biden fez questão de garantir mais um encaixe financeiro milionário. O acto arriscado da disponibilização e autorização de uso de mísseis americanos de longo alcance por parte de Zelensky, não se trata, como alguns pretendem e afirmam, de um acesso de loucura ou manifestação de insanidade de um «velho caquético». É o negócio a funcionar. Como tudo o que envolve a «política externa» dos EUA desde há décadas.

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O fascínio pela decadência do império

As eleições nos EUA são sempre um momento de agitação mediática, com comentadores e jornalistas a fazerem intermináveis edições especiais que nos explicam aquele espetáculo degradante que, desta vez quase seria entre dois loucos senis, mas foi entre um louco senil e uma representante da nova geração de líderes dos EUA, que em nada difere das gerações anteriores. Um fascínio pela decadência, fazendo de banda do Titanic enquanto o navio vai ao fundo. Os EUA continuam a ver-se como os polícias de um mundo que cada vez mais não lhes reconhece legitimidade para tal.

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Só mudam as moscas

“Eu vou sempre defender o direito de Israel se defender e irei garantir que Israel terá sempre a capacidade de se defender.”

“Vamos parar de matar pessoas e apelar à paz.”

Estas duas frases, proferidas durante a atual campanha norte-americana que mais parece os prémios da música da MTV, mas em versão da Wish, ilustram bem o estado da política nos Estados Unidos. A primeira, dita por Kamala Harris durante a convenção democrata, poderia perfeitamente ter sido pronunciada por Donald Trump, o autor da segunda. O oposto também seria igualmente plausível.

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Damn it! Ainda não foi desta!

As eleições e a política interna venezuelana sempre despertaram um enorme e especial interesse dos governantes europeus e norte-americanos. Este «amor» não vem de agora. Não porque a Venezuela tenha 300,9 mil milhões de barris de reservas comprovadas de petróleo bruto, as maiores reservas petrolíferas do mundo, mas porque “nós, ocidentais” o que queremos é democracia e paz no mundo. Só isso.

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Palestina, Livre

Na semana passada, PS, PSD, IL, BE, PAN e Livre votaram a favor de um Projeto de Resolução com vista ao reconhecimento da Palestina. Ou nem por isso. A fidelidade canina de Rui Tavares à UE e a uma esquerda não-marxista, seja isso o que for, significou um recuo naquilo que deveria ser o reconhecimento imediato do Estado da Palestina pelo Parlamento. A embaixada israelita em Portugal, com quem Rui Tavares participou numa photo-op não há muitos dias, terá ficado grata.

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Kissinger, um sacana sem lei

Mother Jones illustration; Fairchild Archive/Penske Media/Getty; Alexis Duclos/Gamma-Rapho/Getty; Boris Spremo/Toronto Star/Getty

Não há mal que sempre dure, nem as figuras que o preconizam são eternas. Morreu Henry Kissinger, famigerado belicista, criminoso de guerra, responsável por várias das maiores atrocidades da história contemporânea, que se contam em milhões de mortos. Os portões férreos do inferno estão franqueados para o receber.

Kissinger, como Secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, foi mentor, estratega e executador das políticas externas norte-americanas, que resultaram numa mortandade de milhões pelo mundo fora.

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