Todos os artigos: Nacional

A retaguarda da tua vanguarda não é grande espingarda

Pelo título do artigo de São José de Almeida, “Uma herança de Cunhal“, eu esperava o último foguete do fogo-de-artifício anti-comunista. O centenário do histórico comunista deu ensejo a muito parolo para deixar a caneta destilar peregrinas teorias da conspiração, ódios antigos e outros recalcamentos políticos de traço patológico.

Mas não, São José Almeida não é papagaio de circo nem vaquinha de presépio. Não nos vem dizer que o PCP está a adorar às escondidas estátuas de Cunhal nem que o ex-dirigente denunciou à PIDE o senhor que lhe veio montar o ar condicionado aquando da sua estadia balnear na Roménia. Antes fosse, porque de todas as que já ouvi por ocasião do centenário, a serôdia acusação de SJA contra Cunhal leva a camisola amarela da parvoíce.

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Os 40 segundos que abalaram o mundo do futebol

O sportYou faz capa com uma citação de Che Guevara para ilustrar o protesto dos jogadores do Racing Santander, da terceira divisão espanhola, com cinco meses de salários em atraso.

Os jogadores entraram em campo e, após o apito inicial, juntaram-se em torno no centro de relvado, abraçados, enquanto os jogadores da Real Sociedad trocavam a bola. Foram 40 segundos que, se os adeptos quiserem, podem ter mudado o mundo do futebol.

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O dedo com que Ribeiro e Castro aponta, é o mesmo dedo que lhe fura a vista

José Ribeiro e Castro, deputado do CDS-PP, antigo Presidente do mesmo partido, um puritano da linguagem e um homem que sabe o que quer para o seu país: contenção verbal. O PCP apresentou um projecto de lei onde pede que se reponham os “feriados roubados”. O governo, e os partidos do mesmo já se mostraram desagradados com esta expressão, e o pobre Ribeiro e Castro está escandalizado e diz que assim não pode votar a favor, mas talvez se abstenha…

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Porque rir é o único remédio…

E pronto, hoje o dia foi especial. Segue-se uma lista de uns quantos momentos “HAHAHAHAHA”. São aqueles momentos em que alguém decide argumentar, agir, legislar, enganar, roubar, etc e tal, de forma tão absurda que só nos resta rir. Depois é respirar fundo, e combatê-los. Enfim, sem mais delongas e sem comentários…divirtam-se!Roubado do Facebook do Miguel Tiago: “Deputado do PSD acaba de dizer que a diminuição da natalidade se deve, em parte, à emancipação da mulher. É preciso dizer mais alguma coisa?”

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Crónica de uma pergunta anunciada

Há coisas inevitáveis. Perguntas, sempre as mesmas perguntas, não o são. E não há uma greve em que nos media não saia a questão, sob diversas formas, como se fosse a fundamental: “Em que medida é que esta greve o prejudica?”.

A outra questão crónica é perguntar se “concorda com os motivos da greve”, em lugar de procurar saber, primeiro, se sabe quais os motivos da greve, mesmo antes de concordar ou discordar com ela.

Na TSF, hoje, ouvi a melhor resposta à pergunta da praxe – desculpem não falar sobre o não-assunto do momento. “A greve não me causa transtorno, causa-me transtorno ter de emigrar”, respondeu uma jovem. “Vou aproveitar as duas horas de atraso para estar com a família”.

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É cada vez mais intenso o cheiro a naftalina

Nos anos 80 e 90 havia em Portugal um desodorizante que se chamava Impulse. Aquilo tinha um cheiro enjoativo e o produto só terá tido um êxito estrondoso graças aos impactantes anúncios que passavam na televisão, e que ainda hoje ocupam a memória de uma boa parte dos portugueses com mais de 30 anos. Nas várias versões do anúncio via-se uma mulher, que se borrifava profusamente com Impulse – e profusamente não é um exagero: a mulher aspergia-se desde os joelhos até ao queixo (cada embalagem devia dar, no máximo, para uma semana, naquela época ainda ninguém sabia que os aerossóis são inimigos do ambiente). Ela saía então para a rua e causava grandes “estragos”. Aparecia-lhe subitamente um homem que lhe oferecia um ramo de flores. Então ouvia-se: “E se um desconhecido lhe oferecer flores… isso é impulse! … Impulse, só não a protege de um grande amor”. Mas os anos passaram e as portuguesas, vendo que nenhum estranho lhes oferecia flores, desistiram de cheirar a xeltox perfumado e mandaram o impulse à fava. Uma pesquisa rápida mostra que ele ainda existe e anda pela Argentina a enganar as mulheres.

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Alerta Anti-Fascista.

A emergência, de tempos a tempos, de organizações políticas e paramilitares da extrema-direita (fascistas, nazis e outras expressões do ódio e da violência de classe organizada) não se faz à margem do sistema, perante a surpresa ou fora do âmbito de acção e influência dos poderes que imperam na actual conjuntura.

Pelo contrário: a extrema-direita emerge como e quando o fenómeno interessa, quando se reveste de utilidade concreta, à burguesia e aos mecanismos de dominação, opressão e controlo que foi desenvolvendo e estuturando. Chamem-se “mercados”, União Europeia ou outra coisa qualquer.

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