Todos os artigos: Nacional

O China era o gajo mais fodido do Pendão

Os putos brancos ricos tinham medo dos putos brancos pobres. Os putos brancos pobres tinham medo dos putos pretos. Que invariavelmente eram pobres. Já os putos pretos só tinham medo da polícia. Que por sua vez tinha medo dos ciganos, invariavelmente mais pobres que os brancos pobres. E os ciganos, que não tinham medo de ninguém e se riam da morte, da polícia e da prisão, tremiam de medo do China, que era o gajo mais fodido do Pendão.

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Lisboíte aguda

“Vê-se que não é de Lisboa”. Podia ser um comentário de café. Podia ser uma boca parva que se ouve na rua. Podia ser uma afirmação sobranceira de um lisboeta a propósito daquilo a que alguns gostam de chamar província. Mas não. Foi mesmo o argumento político do Vereador Duarte Cordeiro enquanto interrompia fervorosamente a intervenção do PCP na Assembleia Municipal de Lisboa no debate anual sobre o Estado da Cidade de Lisboa.

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Miró como punhos

Um membro da aristocracia espanhola pediu ao antigo BPN um empréstimo de vários milhões de euros e deu como garantia uma colecção de obras de arte da autoria de Miró. Como um dos créditos que levaram o BPN à falência era esse, a “nacionalização” do BPN integrou a colecção num perímetro de activos que resultavam do antigo BPN. Esses activos estão, ainda hoje, ao cuidado de duas empresas públicas: a PARVALOREM e a PARUPS, dirigidas politicamente pelo Governo a quem prestam contas.

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A última viagem de Lénine

A Associação Cultural Não Matem o Mensageiro representa neste Portugal dominado por visões niilistas e mercantilistas da arte uma lufada de ar fresco, um regresso renovado a um teatro feito por gente comum para pessoas comuns, sem medo de assumir o comprometimento político e social que o contexto exige. Assim foi com a peça “Marx na Baixa” e depois com “Homem morto não chora”. Agora o teatro politicamente comprometido volta à cidade com “A última viagem de Lénine”, peça encenada por Mafalda Santos, com base no texto original de António Santos e interpretação de André Levy.

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O Porto de um homem só

Parece reinar hoje na cidade do Porto o unanimismo em torno da figura de Rui Moreira. O actual presidente da Câmara, conotado com as linhas de PSD e CDS, conseguiu esvaziar estes partidos na cidade e, ao que parece, acabou por agregar o PS, que já declarou o seu apoio ao menino da Foz. Rui Moreira, eleito como independente apoiado pelo CDS tem, no entanto, um problema que não é defeito, é feitio: acha que quem não concorda com ele ataca o Porto. E talvez na raiz desse problema esteja mesmo a tal quase unanimidade em torno do autarca. O Porto vai perdendo a capacidade crítica e a capacidade de pensar, de contrapor, de propor.

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Marcelo, o moralista selectivo

Marcelo, o político pós-político, tem dedicado boa parte da sua asfixiante presidência à proclamação de princípios gerais de uma ética redonda, com a qual todos (ou quase todos) estarão de acordo. Nas recentes comemorações do 5 de Outubro, retomadas depois de alguns anos de interrupção reaccionária, Marcelo optou por enviar recados à chamada “classe política”, expressão mediática que procura meter no mesmo saco pessoas e organizações que na prática quotidiana não apenas representam ideias e comportamentos distintos, como o fazem em defesa de projectos políticos muito diferentes. Ora, o que Marcelo disse não levanta grandes objecções em praticamente nenhum sector da sociedade portuguesa. E por isso, o problema não é o que disse, mas antes o que fez e faz.

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Património é História. A História não se privatiza.

A cultura e o património devem ser vistos como um elemento que potencia o turismo, o que é muito diferente de dizer que devem ser geridos como as atracções de um parque de diversões.

Os vários Governos, dirigidos pelos partidos de organização e orientação burguesa – PS, PSD e CDS – têm vindo a conceber a política de cultura e património alinhados com a tendência que vai marcando as grandes capitais europeias, ou seja, a da gestão do património e das manifestações culturais como se de meras atracções turísticas se tratassem. Além de ser uma perspectiva redutora do potencial das expressões culturais e do património, é uma política que resulta na mera mercantilização do património. Se o património e os hábitos e tradições se tornam meras atracções, as pessoas tornar-se-ão figurantes.

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