Todos os artigos: Nacional

Titanic Amarelo

Todos sabemos a razão pela qual a UGT foi criada. Todos sabemos qual o papel histórico desta auto-proclamada “central sindical” no processo contra-revolucionário. Sabemos que espectro político e financeiro a alimentou, sabemos a quem ela serviu e quem dela tirou vantagem. Também sabemos que durante anos teve um líder que garantiu e assegurou, mesmo no meio de algumas e abafadas dissonâncias internas, a sua fidelidade à causa do patronato, disfarçada sob o nome de “sindicalismo” ou de “sindicatos”. Não foi por acaso que, nos últimos anos, a UGT recebeu elogios vindos directa e abertamente de PSD e CDS, de Passos e Portas, numa conjuntura em que se verificou a mais grave ofensiva contra trabalhadores desde o 25 de Abril. Tais elogios da direita e da extrema-direita, que seriam e são um vitupério para qualquer trabalhador consciente da realidade, foram, para a UGT, um prémio e um reconhecimento absolutamente justo. A política da ajuda aos bancos e de empobrecimento dos trabalhadores muito deve à UGT e aos seus dirigentes. Sem eles, esta desgraça social a que PSD/CDS continuam a chamar «política de sucesso», não teria sido objectivamente possível.

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Que seria de nós sem o Marco?

Disseram-te que viveste acima das tuas possibilidades. Que tinham gasto o dinheiro dos teus impostos em investimentos públicos. Que tinhas direitos a mais. Que não trabalhavas o suficiente. Os poderosos deste país, com a ajuda do PS, do PSD e do CDS, fizeram-te uma verdadeira “inception”. Pouco a pouco, conseguiram inculcar-te a ideia de que o Estado é uma entidade estranha nas relações sociais, que os teus direitos são caprichos, que o teu tempo todo – livre ou de trabalho – pertence ao patrão, que as escolas são para quem pode pagar, que os filhos dos pobres nasceram para obedecer e os dos ricos nasceram para mandar. No essencial, pouco a pouco, transformaram o pensamento dos trabalhadores no pensamento de um patrão.

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Na luta de classes não há espectadores

A Associação Cultural Não Matem o Mensageiro, que levou às salas de teatro o projecto Marx na Baixa, está a trabalhar em duas novas produções: Homem Morto Não Chora e A Última Viagem de Lénine.

Com estreia marcada para Março no Teatro da Comuna, em Lisboa, e sem quaisquer apoios públicos, Homem Morto Não Chora é um gesto de militância e activismo dos actores (o André Levy e o André Albuquerque) e da encenadora, a Mafalda Santos. Trata-se de uma peça política com o propósito declarado de levar a mais trabalhadores a coragem necessária para lutar. Cremos que, desde o 25 de Abril, não se levantava nenhum grupo de teatro político e de classe. Não é fácil, já se adivinha, fazer teatro politizado quando os teatros estão a fechar. Mas é uma necessidade. Uma necessidade de todos.

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Avaliação à moda antiga

P: Explique, utilizando no máximo 427 palavras, por que motivos são necessários exames nacionais como instrumento de classificação escolar.

R: Em primeiro lugar, os exames nacionais são a única forma de assegurar uma bitola igual para todos, independentemente das condições em que realizam o seu percurso escolar.

Significa isto que serão colocadas a um estudante de uma escola empobrecida, sem meios, sem ginásio, com falta de professores, psicólogos e auxiliares, filho de uma família pobre e destroçada pelo desemprego e pela exclusão, sem dinheiro para pagar explicações ou sequer acesso permanente à internet, exactamente as mesmas perguntas e condições de tempo e de exigência que a um estudante que estuda num colégio privado ou numa escola pública da elite, onde existem todos os meios materiais e humanos, que faz parte de uma família com recursos, capaz de pagar computador portátil, internet, livros e manuais escolares, explicações, e ainda as aulas de rugby. Portanto, só com exames nacionais podemos garantir que a cassificação substitui a avaliação, assegurando consequentemente que os mais elevados níveis de escolaridade e do conhecimento ficam reservados aos segundos. Todos sabemos que a ideia de que devemos tratar de forma diferente o que é diferente só se aplica a direitos e não a deveres.

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David Bowie ou da eternidade

A revolução também se faz pela arte. Um esteta, um visionário, o homem das mil personagens que encarnou a história de cada uma delas, na vida e na música. A história mundial marca-se por aqueles que transformam, arriscam e fazem perdurar as suas obras por tempos imemoriais.

Não morrem. Nunca. Vivem através da sua obra.

Que nunca se diga que o capital é ingrato

A campanha presidencial em curso tem sido muito desvalorizada, especialmente, por aqueles a quem convém que fique tudo mais ou menos na mesma. Contudo, não é apenas a campanha ou a pré-campanha, com mais exactidão, que tem sido desvalorizada. Na desvalorização mediática, Edgar Silva faz quase o pleno.

Sobre a candidatura de Edgar Silva, ao início foi a surpresa e no instante seguinte a caricatura, logo após, cai o silêncio e a omissão, a censura portanto. Entrado o tempo em que já não é mais possível esconder tanto quanto o foi Edgar Silva, vem o ataque. E a coisa foi contagiando e ficando cada vez mais serventuária e suja.

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Marcelo: O candidato deles

O custo das campanhas das presidenciais e a forma como Marcelo Rebelo de Sousa foi louvado pelos media já foi aqui abordado, e tão bem, pelo António. Não é sobre isso que me apetece escrever, embora isto ande tudo ligado. No dia 3 de Janeiro de 2016, o Público decidiu vender um folheto de campanha do candidato que é tão independente do PSD/CDS como eu sou vegetariano.

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