Pedro Filipe Soares, e se te deixasses de merdas?

Fotografia retirada do site Esquerda.net

O que terá passado pela cabeça de Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, para inaugurar, a uma semana das eleições, a deriva contra o PCP, não sou capaz de dizer, mas posso tentar adivinhar.

Em todo o caso, estou certa de que esta deriva não é acompanhada pela maioria dos activistas e apoiantes do BE, que, naturalmente, estarão bem mais preocupados em dar combate à política de direita e aos seus protagonistas e não ao PCP.

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E tu, o que vais fazer sobre isto?

Números. Percentagens. Sobe e desce. Sondagens do fixo. Sondagens de rua. Arruadas que inundam ruas. Arruadas genuínas, com pessoas que se deslocaram ali porque quiseram. Arruadas fictícias, com pessoas que se deslocaram ali porque lhes pagaram. Centenas aqui. Milhares ali. Dezenas acolá. Salas cheias. Também algumas genuínas e outras, muitas, fictícias. E no meio disto, e nesta primeira semana de campanha, o número mais importante para mim foi o “um”. O “uma”. Uma pessoa que me entregou a sua ficha de inscrição no Sindicato. Uma pessoa que assumiu a sua opção de classe.

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Não é solidariedade, é responsabilidade

A história repete-se, já sabemos. Ciclicamente os episódios repetem-se, com outros protagonistas, outras roupagens, mantendo aquelas que são as questões centrais. A humanidade assiste e interpreta os seus papéis, consoante a época, dependo desta, nessa repetição, a diferença no resultado. Há quem hoje leia sobre o que aconteceu na Europa dos anos 30 como algo distante, que dificilmente encontrará paralelo. Como se fosse uma invenção cinematográfica, sempre olhada e interpretada com a distância que a qualidade de espectador nos confere. Até porque, na maioria das vezes, a técnica da pessoalização dos conflitos leva-nos a pensar que determinados fenómenos tiveram lugar porque aquele chefe de estado era mau, era maluco e tudo dependia da sua vontade pessoal.

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Crónicas de viagem – a milícia do autocarro 712

Tudo o que vou relatar, aconteceu. Cheguei ao trabalho ainda me tremiam as mãos de incredulidade com o que tinha acabado de se passar.

Enquanto esperava o autocarro (mais uma vez, o 712), vi-o a parar em frente a uma escola. Começaram a sair pessoas a correr e uma delas parou ao meu lado e disse «Isto nunca me aconteceu…Meu deus, vai entrar? Cuidado com a criança». A criança estava ao meu lado num carrinho de bebé e outra pessoa disse o mesmo. Perguntei o que se passava e a senhora diz-me que estava um maluco à porrada no autocarro. Perguntei logo se já tinham chamado a polícia (parecia-me lógico, em vez de ser o motorista a parar o autocarro e a enfrentar a situação).

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Sondas manipuladas

O Syriza voltou a ganhar as eleições na Grécia, obteve 35,5% dos votos, contra os 28% da Nova Democracia. Os números desta eleição mostram uma variação muito pequena, de todos os partidos, relativamente aos resultados do último acto eleitoral em Janeiro.

Apesar de referendos traídos, avanços e recuos nas negociações com a Troika, cisões internas e algumas novas coligações, as e os gregos praticamente não alteraram o seu voto. A grande variação deu-se na abstenção, que passou dos 35% em Janeiro para um valor a rondar os 43%.

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Alerta antifascista… e na primeira linha o partido comunista!

Os patrões condenam, os jornais escondem, os fascistas atacam. Um grupo de neonazis atacou, esta tarde, pelo menos três pessoas, entre as quais uma que saía do comício da CDU que encheu, esta tarde, o  Coliseu dos Recreios. Quantas páginas dedicará à versão das vítimas a próxima edição do Expresso?

Foi assim durante toda a tarde: a pretexto de uma manifestação contra a «islamização», capangas fascistas percorreram impunemente as ruas de Lisboa, provocando negros, comunistas e homossexuais.

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«Comemos com um resgate»? Quem?

Esta frase soaria de forma estranha na boca de qualquer primeiro-ministro, não fosse esse primeiro-ministro chamar-se Pedro Passos Coelho. Assim, a acrescentar ao insistente e reiterado uso do “dourar a pílula” e a outras tiradas no mínimo desajustadas, tratando-se do minguado Pedro Passos Coelho que nunca nos habituou a proferir grandes inteligências, antes pelo contrário, o inusitado “comemos com um resgate” foi só e apenas mais do mesmo. Mas eliminando a estética institucional da coisa, e que a direita por norma tanto preza e tanto critica nos outros, e passando à substância, que é o que realmente aqui nos importa, talvez seja bom usar a expressão do primeiro-ministro para reflectir sobre quem é que de facto “comeu com o resgate” e, sobretudo, quem é que “comeu dele”.

Uma coisa é certa: quem “comeu com ele”, no sentido de “sofrer com ele” não foi Pedro Passos Coelho, nem os seus amigos banqueiros

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