Toda a gente sabe que os músicos são um empecilho para a sociedade, a não ser que alguém deles consiga fazer um bom dinheiro. São irreverentes, preguiçosos, e usam demasiados palavrões. Para muitos deles a vida só não é um cabaret porque são as suas próprias vidas que fazem mover o cabaret. Os risos, as palmas, o convívio, os ensaios, a dança, a orquestra que só respira quando toca ao vivo, a voz que só acorda para poder cantar.
A hepatite dos mercados
A actual polémica sobre um medicamento recente para o tratamento das patologias crónicas associadas à hepatite C deixa de lado uma discussão que julgo ser oportuna dadas as escolhas políticas que se têm tomado na configuração do sistema científico e tecnológico.
A «Telmice»
O PCP propôs ontem na Assembleia da República uma lei que, no fundo, tinha como objectivo contribuir para a transparência do exercício do cargo de deputado. São, aliás, conhecidas e já várias vezes denunciadas, situações de promiscuidade gritante entre deputados que são simultaneamente políticos e agentes de interesses privados na sede onde se decidem as leis deste país. Como seria de esperar, PS, PSD e CDS votaram e rejeitaram o referido projecto do PCP. E o mais elucidativo é que, tratando-se de matéria de transparência, quem mais acusou o toque e quem mais vociferou contra a proposta foi precisamente o partido dos sobreiros, dos submarinos e de Jacinto Leite Capelo Rego.
A ocupação como meio de luta: a experiência da TOCA
Em Abril de 2007 uma manifestação com cerca de uma centena de jovens, na sua maioria estudantes, concentra-se em frente ao edifício da Câmara Municipal da Amadora para exigir uma política cultural para o Concelho. Apesar de ser uma das cidades mais jovens e densamente populadas do Distrito de Lisboa, a Amadora é, desde a queda da autarquia nas mãos do PS, um deserto de cultura e um armazém de mão-de-obra barata.
Ser actriz no país da austeridade, por Luisa Ortigoso
COISAS DO GLAMOUR
Quando aos 12 anos, numa reunião de família, me perguntaram o que queria ser no futuro, respondi com a certeza da adolescência: “Actriz, vou ser actriz!”. Toda a gente se riu. E eu resolvi que nunca mais ia falar sobre o assunto. E não falei.
Chafurdar na lama para enlamear os outros.
Na sua opinião, porque é que os partidos não se reformam?
Porque foram tomados por grupos de poder. Os partidos tornaram-se aparelhos organizados de poder e quem está organiza as suas procissões.(…)”
José Ribeiro e Castro, em entrevista ao jornal i.
Ribeiro e Castro sabe que está no lodo, que está num dos partidos do arco da desgraça e da corrupção e sabe que nós sabemos. A sua melhor opção não é dignificar o seu partido, porque essa é uma batalha perdida, é salpicar os que estão à sua volta com a porcaria que CDS, com o PS e o PSD, fazem.
Este texto não é sobre o Passos Coelho e a Segurança Social, é mesmo sobre a EDP e sobre como o capital é um monstro desumanizado que é preciso escavacar de alto a baixo
A história é simples e fácil de ser contada. A EDP anunciou lucros de 1.040 milhões de euros no ano de 2014. Eu escrevo por extenso: mil e quarenta milhões de euros. Extenso mas em números: 1.040.000.000,00. É muito zero. Melhor ainda, os lucros subiram 4% relativamente a 2013.
O que também subiu no início de 2015, foi o custo da electricidade. Parece que teremos de chegar ao fim do ano com uma subida de cerca de 3,3%, ordena Bruxelas. É preciso acabar com essa treta do défice tarifário, dizem eles. Por cá, quem fica com um défice bem estampado nas contas diárias, são as famílias e as pequenas empresas nacionais.
Mapas e perversidades: o imperialismo ideológico que domina a imprensa nacional.
No passado domingo comprei, creio que pela última vez nos próximos anos, a edição em papel do jornal Público. Depois de a ter folheado por três ou quatro vezes não encontrei referência alguma às manifestações que a CGTP-IN organizou em dezoito capitais de distrito. A opção de não incluir qualquer notícia sobre as acções de luta da CGTP-IN é em si mesma uma expressão da forma como o Público olha hoje o país e o mundo que pretende analisar, quer sob a forma de notías, quer sob a forma de artigos de opinião.