G: género

G: género

O género é o conjunto das expectativas sociais que os sistemas de exploração dominantes em cada momento histórico atribuem ao sexo em função das suas necessidades políticas e económicas, transformadas em normas psicossociais sobre como se deve comportar e expressar, respectivamente, uma mulher ou um homem. Historicamente, essas expectativas constroem-se como cofragens de identidades e de expressões performativas de grande profundidade cultural e que, consciente ou inconscientemente, em maior ou menor grau, todos reproduzimos.

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F: flexibilidade

F: flexibilidade

Flexibilidade é o termo que, no linguajar dos capitalistas, designa a disponibilidade dos trabalhadores para serem mais explorados.

Na novilingua do empreendedor, a flexibilidade é uma ginástica que só praticam os trabalhadores, que devem estar ainda mais disponível para trabalhar mais horas e assumir mais tarefas.

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PAN: O Partido de Estimação do Capital

Quando o sistema capitalista se sente ameaçado reage. Defende-se. Ataca. Se puder, aniquila o adversário, derruba o obstáculo, impede o seu crescimento. Com inúmeros tentáculos, tantos quantos os seus múltiplos interesses, não é por outro lado expectável que leve ao colo ou seja mansinho face a quem possa minimamente pôr em causa o seu domínio selvático. Vem isto a propósito da completamente desproporcionada atenção mediática que o PAN e o seu congresso tiveram nos media durante os últimos três dias. E a conclusão é simples: o PAN é um partido “de estimação” do sistema, amigável, de ecologia fofinha, que como não belisca interesses instalados tem neles direito a um “colinho” como nunca se viu com partidos ou movimentos ecologistas.

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E: empregador

E: empregador

Ao substituir “patrão” por “empregador”, o capital pretende mais do que esconder o conflito entre as classes e diluir a carga histórica e política das palavras: o principal propósito aqui é mostrar a exploração como uma inevitabilidade económica. “Se os empregadores não criassem empregos, não havia trabalhadores” é a conclusão a que chega quem aceitar este termo.

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D: democracia e ditadura

D: democracia e ditadura

A democracia, na sua raiz etimológica, refere-se simplesmente ao “poder do povo”. Os que, nos dias que correm, usam a palavra como sinónimo de capitalismo não estão interessados no poder, participação e decisão do povo. A sua única preocupação é a legitimação do poder da classe dominante por via de eleições.

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C: colaborador

C: colaborador

Se “trabalhador” quisesse dizer a mesma coisa que “colaborador” não tinham inventado esta última palavra. Não há “código da colaboração”, “horário de colaboração”, “Ministério da Colaboração” nem querem que “colaboremos mais horas” porque não há colaboração nenhuma. Há pessoas que vendem a sua força de trabalho e pessoas que a compram por um valor. Por isso, faz tanto sentido chamar colaborador a um trabalhador como ao cliente de uma loja. Se patrão e trabalhador colaborassem verdadeiramente, os lucros seriam colaborativamente distribuídos.

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B: Bill Gates

B: Bil Gates

Talvez por usarmos os seus produtos todos os dias, a canonização de Bill Gates como paradigma do capitalista empreendedor que merece ser bilionário pode parecer inquestionável. Afinal, se ele criou a Microsoft porque é que a Microsoft não pode ser dele? Mais! Sem a promessa de um dia poder ser muito rico, provavelmente Bill Gates não teria criado nada e ainda estaríamos agora a usar máquinas de escrever.

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A: apropriação cultural

A: Apropriação Cultural

Tudo é cultura e toda a cultura é apropriada, pelo que não pode nem deve ser considerada propriedade de ninguém. Não há culturas “autênticas” nem muito menos “puras”: esse é um mito da extrema-direita. Os portugueses são culturalmente berberes, árabes, fenícios, romanos, franceses, ingleses, visigóticos, gregos e bantus. O multi-culturalismo é, portanto, a antítese da apropriação cultural.

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