Uma UE a brincar com a saúde dos cidadãos

Toda a estratégia de aquisição centralizada das vacinas foi, como já todos percebemos, um autêntico desastre. Em face das críticas públicas de alguns chefes de estado, a própria comissão não teve como não assumir publicamente algumas das falhas. A extrema lentidão da Agência Europeia do Medicamento no que toca à aprovação/autorização de vacinas, facto que alguns tomaram de forma falaciosa por «precaução» e «exigência» da autoridade, parece ter sido afinal uma mistura de burocratismo com «contemporização política». No meio disto tudo, como sempre, houve os que saíram a perder e os que saíram a ganhar. Entre a população e as farmacêuticas, entre fomentar um serviço e alimentar o sistema, a estratégia da UE assentou no lado em que sempre esteve e que corresponde à sua natureza federalista e capitalista. Estranho seria que a UE montasse uma estratégia desinteressada de franco serviço público, e isso, como se vê, nem debaixo da realidade trágica de uma pandemia.

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Basta de privilégios!

As importações no que à política diz respeito dão geralmente resultados enviesados. A adaptação mecânica de conceitos, por mais moda que se tenham tornado no contexto em que foram formados, nem sempre se adequa a um contexto mais geral de forma directa. A acrescentar a essa necessidade de questionar o esquematismo do uso de conceitos, coloca-se uma questão ainda mais fundamental que se relaciona com o significado do conceito e a sua utilidade para cada fim. Por exemplo, para simplificar: os conceitos de “classe baixa, média e alta” são perfeitamente passíveis de serem definidos em função de um nível de rendimento mas praticamente inúteis para qualquer aplicação política transformadora. Já o conceito de “classe social”, por exemplo, é igualmente passível de ser definido – até de forma mais perene e absoluta – e é indispensável para uma aplicação política transformadora.

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Petição Pública em solidariedade com Pablo Hasél e pela sua libertação imediata!

Aqui mesmo ao lado, Pablo Hasél foi preso por criticar o regime nas redes sociais e pelas letras das suas canções. Um regime que, além dos mais de 200 que já encarcerou pelas suas ideias, como já aqui foi descrito em publicações anteriores, continua a perseguir e agir violentamente quem o critica. É mesmo aqui ao lado. E qualquer dia não resta ninguém. Por cá, a solidariedade cresce e mais de 200 artistas subscreveram um manifesto exigindo a sua libertação imediata, que já conta com mais de 3600 assinaturas. Não podemos ficar indiferentes. Não podemos ignorar. E tu, de que lado estás?

Página da Plataforma Liberdade Pablo Hasél – Portugal
Página da Petição Pública 

Assina, partilha, divulgava.

Eu acuso

Foi após ter visto J’accuse, de Roman Polanski, com Jean Dujardin e Louis Garrel sobre o infame caso Dreyfus, que, inevitavelmente fui reler a carta de Émile Zola.

E a cada palavra, senti a injustiça a correr-me nas veias. Tal como em 1894, o sistema judicial e o sistema político continuam a cruzar-se, a determinar opções e decisões, violando princípios basilares dos direitos dos cidadãos, e, nalguns casos, como este de que vos falo, as suas vidas.

Não foi uma especial vocação que me trouxe a este caminho, mas o meu percurso de vida, as pessoas com quem me cruzei, os valores que defendo. Mas aqui estou, num caminho sem regresso.

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