Toda a estratégia de aquisição centralizada das vacinas foi, como já todos percebemos, um autêntico desastre. Em face das críticas públicas de alguns chefes de estado, a própria comissão não teve como não assumir publicamente algumas das falhas. A extrema lentidão da Agência Europeia do Medicamento no que toca à aprovação/autorização de vacinas, facto que alguns tomaram de forma falaciosa por «precaução» e «exigência» da autoridade, parece ter sido afinal uma mistura de burocratismo com «contemporização política». No meio disto tudo, como sempre, houve os que saíram a perder e os que saíram a ganhar. Entre a população e as farmacêuticas, entre fomentar um serviço e alimentar o sistema, a estratégia da UE assentou no lado em que sempre esteve e que corresponde à sua natureza federalista e capitalista. Estranho seria que a UE montasse uma estratégia desinteressada de franco serviço público, e isso, como se vê, nem debaixo da realidade trágica de uma pandemia.
Uma UE a brincar com a saúde dos cidadãos
