Já não recordo o dia, mas durante uma das audições da Comissão de Inquérito à gestão do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo, quando confrontado com perguntas sobre o recurso a advogados para operações de “engenharia fiscal” e uso de contas e empresas fictícias sedeadas em paraísos fiscais off-shore, o banqueiro que estava sentado como depoente responde à pergunta: “e são normais honorários desta ordem?” (julgo que tinham sido 5 milhões pagos à sociedade em que trabalhava Ana Bruno – advogada) – da seguinte forma: “se pagámos esses honorários à advogada é porque ela nos fez poupar muito mais em despesas fiscais.” A citação é feita de memória, mas anda perto das palavras utilizadas.
Da Amnésia da JSD Lisboa
Comecemos por fazer uma citação: “Quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, a medida mais sensata que se pode tomar [sobre a subida do Salário Mínimo Nacional] é exactamente a oposta” – Pedro Passos Coelho, 6 de Março de 2013. Sim, esse mesmo Pedro Passos Coelho. O líder do partido que está no canto inferior direito do cartaz que se queixa… dos baixos salários. O governante que, nos últimos anos, mais atacou os salários dos portugueses, mais agravou os impostos sobre os rendimentos do trabalho, mais desprezou a situação social dos jovens do país, que mais os insultou e apoucou convidando-os a emigrar ou a aproveitar as “oportunidades” do desemprego!
Já nas bancas “E OS DIAS FELIZES”



Veneno de Ferrão
O eurodeputado e candidato à Câmara Municipal de Lisboa, João Ferreira, desafiou a SIC e o seu sub-director, Bernardo Ferrão, a encontrar nos arquivos um pedido de demissão de um ministro por parte do PCP. Foi depois do tom de gozo usado pelo jornalista, no Jornal da Noite da SIC, num comentário ao caso Centeno, ladeado pelo sempre informado, imparcial e isento José Gomes Ferreira, em que afirmava que, noutra altura qualquer, “o PCP já estaria a pedir a demissão do ministro”. A resposta ao desafio de João Ferreira surgiu em forma de vídeo, onde são apontados casos em que o PCP pede não a demissão de um ministro, mas sim de um governo; ou de ministros que integraram governos cuja demissão era exigida pelo PCP.
Arrume a sua inteligência: o Observador tem um artigo para si
Por que razão nos espanta ainda o Observador? Por que motivo nos abalançamos ainda, cheios de pasmo ou indignação, sobre “conteúdos” que nem sabemos muito bem se na verdade são escritos se vomitados? Lamento, mas não tenho resposta. Sei que me senti hoje particularmente “brindado” com a partilha ostensiva de um artigo que é meio textual e meio fotográfico e cujo título efectivamente promete: «Arrume os livros de História. Há 20 factos históricos que não nos ensinam na escola».
Violência policial na Cova da Moura: não esquecemos nem perdoamos

«A primeira coisa que me vem à cabeça é a negação da humanidade aos africanos. Para aqueles agentes fardados nós não éramos pessoas.»
5 de Fevereiro de 2015, jovens são brutalmente torturados numa esquadra em Alfragide.
Rayo digno [actualizado com um post-scriptum]

O barulho das luzes, o som dos euros em movimento e a doentia fixação das massas adeptas nos resultados das suas equipas, que lhes garantem periódico consolo para vidas de trabalho trucidadas pela desigualdade e pela exploração capitalista, impedem muitos de compreender que as “SAD” nasceram do seio dos clubes, e que os clubes nasceram no seio de comunidades, representando digníssimas formas de associativismo popular que se foram modificando e, de certa forma, corrompendo ao longo do tempo. É por isso com comoção que de tempos a tempos dou de caras com actos de profunda dignidade e regresso aos valores fundamentais dos emblemas, entretanto transfigurados em “marcas” e, nalguns casos, sociedades cotadas em bolsa.
Há bestas que defendem o regresso ao séc. XIX
