Autor: Ricardo M Santos

Que força é esta?

No dia 6 de Março de 1921 nascia o Partido Comunista Português. Ao contrário de outros partidos comunistas do ocidente, o PCP nasceu da vontade dos trabalhadores, da necessidade que sentiram de criar uma forma organizada de resistência e luta no rescaldo da I Grande Guerra, com Portugal assolado pela pobreza, fome e desemprego.

Então, 93 anos depois, tantos anos passados, que força é esta?

Ler mais

De cada vez que Cavaco fala nas pescas morre um golfinho

Cavaco voltou nesta semana a falar da importância do mar para o país. Seguro também falou, há uns dias, e disse mesmo que, quando se abre uma janela no canal do Panamá, vê-se Sines. A hipocrisia desta gente em relação ao mar dá-me vómitos, mais do que qualquer viagem de barco.

Por aqueles lados não há vergonha, bem sabemos, mas o que aconteceu às nossas pescas foi e é dramático, particularmente no concelho onde vivo, em Matosinhos. Nem pesca, nem fábricas, nem nada. Centros comerciais à Belmiro e lojas vazias, como vazias estão muitas das casas construídas onde antes se produzia.

Ler mais

Big Brother dos pequeninos

Sempre que se fala no Rendimento Social de Inserção (RSI) – antigo Rendimento Mínimo Garantido – há alguém que conhece, que vê, que ouve outro alguém que vive à custa de subsídios, que passa os dias nos cafés, que tem grandes carros à porta, que, que, que.

Se é um facto que as generalizações são sempre um erro, faz-me confusão esta mania tão portuguesa de apontar o dedo ao vizinho, sabendo nós tudo sobre a casa do outro, o que se come, o que se bebe, o que se fuma, o que se gasta e como se gasta.

Ler mais

Indignação e tal

A Coca-Cola vai despedir 750 trabalhadores e recolocar cerca de 500, numa reestruturação – nome que agora se dá aos despedimentos – que fechará quatro das 11 fábricas da empresa em Espanha.

A empresa beneficia naquele país, com um nível de desemprego comparável ao nosso, de benefícios do Estado que rondam os 900.000 de euros. Já estamos tão habituados a ouvir falar de milhares de milhões que quando falamos só de milhões parece coisa pouca.

Ler mais

Do lenço para o ranho ao papel para limpar o cu

Quando era miúdo, os meus vizinhos – uma família numerosa, mesmo numerosa daquelas a quem a associação do mano Ribeiro e Castro não passava cartão – tinham a retrete deles fora de casa. Atravessavam a viela estreita, passavam pela minha casa, depois pela cozinha deles – também fora de portas – pelo buraco onde guardavam os cães – ou o que sobrava deles – e só depois, no quintal, estava a retrete, a poucos metros da estrumeira que o senhorio teimava em manter para dar de comer às couves. Era um cubículo estilo militar em tempo de guerra.

Ler mais

Os 40 segundos que abalaram o mundo do futebol

O sportYou faz capa com uma citação de Che Guevara para ilustrar o protesto dos jogadores do Racing Santander, da terceira divisão espanhola, com cinco meses de salários em atraso.

Os jogadores entraram em campo e, após o apito inicial, juntaram-se em torno no centro de relvado, abraçados, enquanto os jogadores da Real Sociedad trocavam a bola. Foram 40 segundos que, se os adeptos quiserem, podem ter mudado o mundo do futebol.

Ler mais

Crónica de uma pergunta anunciada

Há coisas inevitáveis. Perguntas, sempre as mesmas perguntas, não o são. E não há uma greve em que nos media não saia a questão, sob diversas formas, como se fosse a fundamental: “Em que medida é que esta greve o prejudica?”.

A outra questão crónica é perguntar se “concorda com os motivos da greve”, em lugar de procurar saber, primeiro, se sabe quais os motivos da greve, mesmo antes de concordar ou discordar com ela.

Na TSF, hoje, ouvi a melhor resposta à pergunta da praxe – desculpem não falar sobre o não-assunto do momento. “A greve não me causa transtorno, causa-me transtorno ter de emigrar”, respondeu uma jovem. “Vou aproveitar as duas horas de atraso para estar com a família”.

Ler mais

Oferta: contrato de 3 dias para licenciados em gestão

O Grupo Espírito Santo, conhecido benemérito da área bancária, tem um uma empresa de subcontratação de trabalhadores. Na oferta retratada na imagem, cujo conteúdo está aqui, a empresa de recrutamento de mão-de-obra escrava do BES, recruta, muito provavelmente, para o próprio BES, reconhecendo assim o mérito dos licenciados portugueses. Ler mais