
Foto: STEVEN GOVERNO/LUSA
Não podemos cometer essa insensibilidade de censurar o PS por ter saudades do colinho dos grandes patrões deste país. São muitos anos de ligação. Das origens aristocráticas ao oportunismo pós-25 de Abril, os laços são profundos, as raízes estão todas lá. Mesmo que nunca os tenham verdadeiramente abandonado, e mesmo que, como se sabe, bom filho a casa acabe sempre por tornar, é também certo que a CIP não deixou de protagonizar certos «amuos» pelas poucas mas efectivas políticas que o PS aprovou e que tiveram o cunho do PCP. O que vimos esta semana com a emenda de mão do PS a uma proposta sobre legislação laboral que o mesmo PS tinha aprovado na generalidade há uns meses, veio evidenciar, mais uma vez, à saciedade, que bem razão tinha o PCP ao rejeitar o Orçamento de Estado proposto pelo governo. Quem se coloca desta forma despudorada e às claras, mesmo que em contraponto com decisões anteriores, ao lado de o que defende a vampiragem da CIP, não pode, de modo algum, contar com o apoio dos trabalhadores portugueses.