Autor: Rui Silva

CDU, naturalmente.

Domingo há eleições. As eleições não são nem o início nem o fim da democracia. Mas são um instrumento importante ao serviço das populações. No domingo, independentemente de todos os condicionalismos e manipulações, cada pessoa tem direito ao mesmíssimo número de votos: um. É precisamente essa condição de igualdade que torna os momentos eleitorais oportunidades para se fazerem rupturas com políticas comprovadamente ineficazes para a maioria, ainda que extraordinariamente proveitosas para uma minoria.

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A NATO e o jihadismo: 25 anos de uma relação umbilical.

Quando no final do ano de 1979 as forças soviéticas entraram no Afeganistão, país que partilhava uma longa fronteira com o território da URSS na Ásia Central, o acontecimento foi rotulado de “invasão”. O facto do envolvimento soviético na guerra contra os Mujahideen se ter dado por pedido explicito e formal do governo da República Democrático do Afeganistão foi por muitos ignorado e por outros caricaturado como um pró-forma na relação entre o gigante soviético e “um dos seus estados satélite”. O desfecho do conflito afegão, dez anos mais tarde, representaria um momento chave na afirmação do jihadismo sunita como actor principal da nova Ordem Mundial, com as consequências conhecidas.

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Odessa: 02.05.2014-02.05.2015

Cumpre-se precisamente hoje um ano sobre o massacre de Odessa, a mais negra página da cidade heróica após os anos da Grande Guerra Pátria de 1941-1945. Quarenta pessoas foram encurraladas e depois assassinadas na Casa dos Sindicatos da cidade. Eram dirigentes e activistas sindicais, boa parte dos quais membros do Partido Comunista da Ucrânia. Um ano depois os culpados materiais e morais do crime continuam por punir.

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Guterres e a Constituição

Os “Frente a Frente” das 21h30 na SIC Notícias são frequentemente espectáculos tristes mas pedagógicos e reveladores da pobreza de ideias e de convicções de boa parte dos seus protagonistas. Desconfio que muito do que dizem não é certamente o que pensam, embora pensem que o devem dizer. Outra boa parte do que defendem resulta (só pode…) de pura ignorância ou, pior, consciente vontade de contornar o óbvio através de uma pirueta e meia seguida de mortal encarpado, verdadeiras olímpiadas do contorcionismo político.

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Mapas e perversidades: o imperialismo ideológico que domina a imprensa nacional.

No passado domingo comprei, creio que pela última vez nos próximos anos, a edição em papel do jornal Público. Depois de a ter folheado por três ou quatro vezes não encontrei referência alguma às manifestações que a CGTP-IN organizou em dezoito capitais de distrito. A opção de não incluir qualquer notícia sobre as acções de luta da CGTP-IN é em si mesma uma expressão da forma como o Público olha hoje o país e o mundo que pretende analisar, quer sob a forma de notías, quer sob a forma de artigos de opinião.

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De Mossul à Babilónia: o triunfo da ignorância e da barbárie.

Totalitarismo e ignorância andam quase sempre de mãos dadas. Quando a estes se junta o mais completo e absoluto desprezo pela história de outros povos e de outras territórios  que não são compreendidos para lá dos recursos naturais que guardam, a coisa torna-se dramática, quando não criminosa.

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Vassalagens

Anda por aí um enorme reboliço com origem em questões internas da vida do PS. O acessório ganha terreno ao essencial, coisa que não espanta num país onde o pensar vai sendo substituído pelo reagir (não é só crítica: é crítica e autocrítica, que não me excluo deste dedo que aponto), muito em proveito de um status quo que, passando por entre os pingos da chuva, vai levando a água ao seu moinho, ou seja, os euros às contas bancárias nos off-shores e afins.

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Rosendo encontra-se com Vladislav, o nazi.

José Manuel Rosendo foi à Ucrânia e descobriu em Kiev uma centena de deslocados da Crimeia. Não lhe ocorreu ir à Rússia entrevistar um dos centenas de milhares de civis do Donbass que para lá se deslocaram, fugindo dos bombardeamentos das tropas da Junta de Kiev.

No meio da tal centena de deslocados, Rosendo descobriu Vladislav, um rapaz que trabalha numa sala pouco típica de um albergue de refugiados, com um retrato de Putin a servir de alvo para setas e uma bandeira em cima da secretária onde vai acompanhando a guerra pela qual anseia através das redes sociais. Rosendo falou com Vladislav, e Vladislav confessou-lhe que espera em breve integrar-se como voluntário no “Batalhão Azov”. Rosendo ouviu e reportou. Só não lhe ocorreu explicar aos telespectadores portugueses o que é o “Batalhão Azov”.

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