Todos os artigos: Internacional

5 mitos sobre a NATO (no dia do seu 65º aniversário)

A NATO é uma aliança de democracias.

Errado. Não é hoje nem foi no passado. Basta lembrar que a ditadura fascista portuguesa foi admitida entre o núcleo de países fundadores da NATO. No presente, e não obstante o carácter subjectivo da caracterização de muitos países membros da NATO como “democracias”, lembro que a Turquia é membro da NATO. A Turquia que promove a ocupação ilegal da metade norte da ilha de Chipre (curiosamente Obama dorme tranquilo que esta ocupação) e que tem décadas de uma luta sangrenta contra os povos curdos da parte leste do país. A Turquia que tem sido uma das bases seguras para o fundamentalismo islâmico que tem destruído a Síria.

Ser-se “democracia” não é de forma alguma (nunca foi) critério para se pertencer à NATO.

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Maldição de Malinche: a esquerda europeísta

Enquanto escuto a mexicana Amparo Ochoa, recordo o entusiasmo sincero de uns e oportunista de outros quando os índios zapatistas se levantaram em armas em Chiapas. Foi a 1 de Janeiro de 1994 e, desde então, não mais cessou a romaria política àquela região da América do Norte. Os mesmos que alimentavam o eurocomunismo e abriam as portas à União Europeia desfaziam-se em simpatias por aqueles rebeldes que subcomandados por Marcos se sublevaram no mesmo dia em que entrava em vigor o Tratado de Livre Comércio entre o México, os Estados Unidos e o Canadá.

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Política e Geometria 2

Para que a teoria do arco do poder ou arco da governação permaneça recorrem-se a eixos, a quadraturas, e até a sombras e a quatro linhas. Absolutas falsidades geométricas. Senão vejamos:

A quadratura do círculo é o nome dado a um programa de debate televisivo e um dos problemas clássicos da geometria. Consiste na construção de um quadrado com a mesma área de um dado círculo, recorrendo apenas a régua e esquadro. Trata-se de um problema sem solução. Embora haja quem reclame ter conseguido resolver, a matemática diz-nos que se trata de uma impossibilidade já que (uma proporção numérica entre o perímetro de uma circunferência e seu diâmetro) é um número irracional.

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Novos planos turcos para a desestabilização da Síria

Em Outubro de 2012 o conflito sírio esteve prestes a alargar-se de forma absolutamente dramática quando um tiro de morteiro proveniente de território da Síria explodiu numa aldeia fronteiriça turca. As autoridades sírias negaram prontamente a sua responsabilidade relativamente a um acto que em nada beneficiaria a Síria, no momento em que os chamados “rebeldes” ganhavam terreno e controlavam vastas zonas do território. Meses antes havia ocorrido o incidente do avião turco abatido quando violou território sírio, um episódio que mereceu palavras desenvergonhadas do então ministro dos negócios estrangeiros, Paulo Portas.

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Quantos “11 de Setembro” aconteceram em Belgrado?

Há tempos atrás um grupo de alunos de uma escola onde é professora uma grande amiga minha visitou o museu da presidência da República. A visita foi guiada e a senhora que acompanhava o grupo teve, a dado momento, a infeliz ideia de referir que Portugal não entrava em guerra há cerca de 40 anos. Um dos alunos (do 1º ciclo) respondeu (e bem) que o que a senhora dizia não era verdade. A senhora espantada ficou sem perceber a reacção do rapaz e por isso ele teve que explicar-lhe que Portugal é membro da NATO e que a NATO tem andado sempre em guerra nos últimos anos.

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A entropia do sistema

«A entropia dirige-se ao exponencial: a desordem máxima do universo

Evidentemente esta afirmação está cheia de erros matemáticos, termodinâmicos, estatísticos e demais ciências que definem o fenómeno da entropia. Ouvi-a de madrugada numa série que desconhecia.

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Russofobia

A actual russofobia e uma forma indirecta de anti-comunismo. Ela nasce da percepção – errada – de que a actual Federação Russa é um prolongamento da antiga URSS por via de Putin e do seu passado ligado ao КГБ (KGB). Na verdade a actual Federação Russa é, no essencial, naquilo que é caracterizador da natureza de uma sociedade, a negação daquilo que foi a URSS.

O clima de nova guerra-fria está todavia instalado. Admitir por um segundo que a Rússia possa ter justificações razoáveis para a sua política externa, nomeadamente no que à Ucrânia e à Crimeia diz respeito (deixemos a Síria fora deste debate, para não o tornar ainda mais complexo e potenciador da activação de pré-conceitos) é para a esmagadora maioria dos comentadores uma não opção, sob pena de estarem assinando – com as suas palavras – uma condenação duradoura no que diz respeito à sua continuidade nos palcos do circo mediático reinante.

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Tambores de Guerra

Este ano comemoram-se os 100 anos sobre o início da Primeira Guerra Mundial (WWI). Esta guerra, a Grande Guerra, marcou toda a história subsequente. Eric Hobsbawn usou o início da WWI para assinalar o início da Era dos Extremos (1914-1991). Depois desta guerra, desapareceram os impérios Austro-Húngaro e Ottomano, caiu o império czarista na Rússia e deu-se a Revolução de Outubro, o Império Britânico começou o seu declínio e os EUA começaram a afirmaram-se como poder imperial além da sua região, as fronteiras da Europa, África e Ásia foram redesenhadas, e foi plantada a semente da Segunda Guerra Mundial (que haveria de expandir ainda mais os horrores oferecidos por guerras).

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