Todos os artigos: Internacional

Os que fecham a porta do vagão

Há tempos, discutia com uma amiga a possibilidade do retorno do fascismo no nosso tempo de vida. Pode ser difícil imaginar a velha Europa a reinaugurar os campos de concentração e a desfilar pelas avenidas parisienses de cruz gamada ao braço ao som do passo de ganso, mas ela está aí.

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O dia em que a lua se vestiu de mulher

Talvez pareça estranho que tenha sido a União Soviética o primeiro país a pôr uma mulher no espaço. À URSS vestiram-lhe tantas vezes a pele de lobo que se torna difícil convencer alguém que tenha sido submetido a pelo menos duas horas de Canal História na sua vida que Valentina Tereshkova, filha de operários, tenha pilotado a sonda Vostok VI, em 1963, e tenha dado 48 voltas ao nosso planeta. A terrível pátria de Lénine, cujas mulheres conquistaram o direito ao voto, ao aborto, à igualdade legal e, progressivamente, à igualdade material, foi efectivamente protagonista de alguns dos maiores feitos na luta das mulheres.

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O bisneto de Maisanta

As imagens repetiam-se uma e outra vez. Onde quer que ele estivesse, transbordava a terra de mulheres e homens com fome de justiça. Numa das vezes, recordo a velha que trazia consigo o incomensurável sofrimento a que toda aquela gente havia sido submetida durante décadas. E se não falo de séculos é porque felizmente ninguém é capaz de suportar a miséria mais do que aquilo que a genética nos permite. Mas eles não esquecem. Nunca esqueceram quem é que aos antepassados encheu as costas de vergastadas. Desde os espanhóis que pisaram as praias venezuelanas, há mais de quinhentos anos, aos heróis que arrastaram multidões e esmagaram a tirania, sabem-lhes os nomes na ponta da língua.

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A democracia na Ucrânia veste de preto e vermelho.

A excitação generalizada dos jornalistas a quem se permite a entrada na Praça Maidan tem escondido que os mais activos manifestantes ucranianos “pró-democracia” envergam as cores do neo-nazismo.

Herdeiros dos poucos ucranianos que se juntaram aos ocupantes nazis na Segunda Guerra Mundial, são estes os braços que derrubam as estátuas de Lénine e dos combatentes patriotas ucranianos que lutaram e morreram para que o nazi-fascismo fosse corrido das suas terras. Foram 600 mil os combatentes soviéticos que morreram a defender Kiev. Milhões morreram a defender a Ucrânia e dezenas de milhões tombaram em defesa da Pátria Soviética, libertando a Europa.

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História relâmpago na Ucrânia

Os acontecimentos na Ucrânia estão a decorrer a grande velocidade, e tornam-se difíceis de entender. Este presente texto é uma tentativo de sumarizar alguns acontecimentos, e sistematizar as respostas a várias perguntas que me foram ocorrendo e suponho estarão a ocorrer a outros que se esforcem por acompanhar e fazer sentido dos acontecimentos. Não pretende ser exaustivo, nem uma análise política. Procurei limitar-me a listar alguns factos (com alguns comentários), consciente de que nem mesmo uma mera lista de factos é isenta de interpretação. A wikipedia providencia uma sumário relativamente imparcial dos acontecimentos quase diários do que chamam a  (ver).

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Também na Ucrânia o fascismo não passará.

Pude acompanhar em directo parte do discurso do dirigente neonazi Oleh Tyahnybok na praça epicentro das atenções mediáticas de meio mundo, no centro da cidade de Kiev. Tyahnybok, que é um dos homens de mão dos norte-americanos na Ucrânia, não esconde a sua russofobia nem a vinculação do seu projecto político ao pior do racista anti-semita. Mas em Portugal a visão que se construiu dos conflitos de Kiev é outra. Sem surpresas.

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A Venezuela que cheira a Abril

Sobre a Venezuela, a imprensa portuguesa, em geral, dedica-se a replicar aquilo que compram às agências estrangeiras. Não é por acaso que a TVI anunciava, anteontem, que teriam caído sob as balas do governo três opositores. É mentira. Um deles chamava-se Juan Montoya e era activista na zona onde eu passava uma boa parte do tempo. O Juancho, como era conhecido, pertencia a um dos colectivos bolivarianos do bairro 23 de Enero. Morreu aos 51 anos numa esquina de Caracas quando tentava, ao que parece, defender um edifício público da violência que os protestos da oposição geraram.

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