Todos os artigos: Nacional

Rita, põe-te em guarda

Ao ler as partes que a Blitz cita do lamento de Rita apenas se evidencia o que é óbvio (é mais do que óbvio) no meio do entretenimento português. Seria meio cultural se existisse uma política cultural, algum eixo, alguma estrutura de criação e fruição que garantisse este direito fundamental a todos. Mas não, é sempre a lógica da festa, do amigo, do amigão que arranja o concerto ao amigão, que conhece um tipo com que estudou na faculdade que é produtor e amigo do presidente da câmara, do namorado que tem uma banda e são muito amigos do tipo da rádio que já os passou (e que não costumar passar ninguém), que por sua vez janta todas as semanas com o gajo da discoteca que é amicissímo e até já namorou com a miúda do programa da televisão cujo namorado novo é das relações pessoais do gabinete da ministra já desde que ela era vereadora. Ler mais

“Agarrem-me senão vou-me a eles!”

É comovente ouvir António Costa, o Primeiro-Ministro de um país periférico, dar aquela chazada de peito cheio ao ministro da Holanda. É assim uma espécie de bálsamo patriótico, mas ao mesmo tempo placebo. Eleva a moral mas não faz nada. Pesem as diferenças notórias de estilo entre Costa e Passos Coelho, a grande diferença é que um pedia de joelhos e o outro faz aquele número do “agarrem-me senão vou-me eles” enquanto estende os braços para que alguém o agarre. É um bluff arriscado, e tem o seu valor por isso. Ler mais

Não, não #VaiFicarTudoBem

Não, não #vaificartudobem. Ou melhor, só #vaificartudobem para alguns. Porque quando António Costa disse que “nesta guerra estamos todos do mesmo lado”, não explicou que, como em todas as guerras, há soldados rasos, que nestas coisas vão sempre à frente, mas também há, do mesmo lado, mas não mesmo ao lado, e com isto quero dizer lá bem atrás, financeiros e industriais, que levam confortavelmente a mesmíssima bandeira à lapela dos seus paletós Ermenegildo Zegna. Acto contínuo, Costa explicou que “nesta guerra não há o Partido do Vírus e o Partido Contra o Vírus” mas, vamos lá ver, também não havia o “Partido da Crise e o Partido Contra a Crise” e todos sabemos como é que correu esse “grande esforço patriótico”. Ler mais

Chicão vai à tropa

Todos sabemos da responsabilidade directa do CDS no fim do serviço militar obrigatório. Todos nos lembramos das cartas abertas dos militares ao então ministro da Defesa, Aguiar Branco, nos anos da troika, «gritando» contra a situação «insustentável», de «paralisia de serviços», de perda de direitos em resultado da cega «suborçamentação» a que estavam então sujeitos. O CDS foi sempre muito amigo das forças armadas, excepto quanto as condenou a um funcionamento de penúria. Da mesma forma que sempre foi muito amigo dos pensionistas, excepto quando lhes cortou as pensões. Ou ainda dos agricultores, ou da «classe média», ou, enfim, de todos aqueles que foram alvo da hipocrisia histórica de um partido que fez sempre o contrário daquilo que dizia defender. Ler mais

A emergência de medidas de estado

O Presidente da República, mais do que a generalidade de todos nós, está com um comportamento estranho. Evidentemente, os que têm o privilégio de estar em casa a receber 100% da remuneração sem estarem doentes, não estarão imunes a alguma desordem psicológica que a pandemia está a provocar se continuarem a consumir notícias, informação e desinformação. Já o Marcelo, parece estar em estado pandémico ele próprio, com necessidade de garantir a securitização do país para que sua excelência possa circular. Ler mais

Isolados mas unidos sob o voo do abutre.

Aconselham-nos a ficar em casa. Vamos deixar de parte o julgamento sobre a adequação das medidas que estão a ser tomadas por governos em todo o mundo. Na verdade, não temos elementos para apurar da sua validade, não temos elementos científicos que nos permitam afirmar que são exageradas, que são insuficientes ou que são as certas. Apesar de sabermos que a política está submetida a interesses económicos e que, muitas vezes, tal significa desprezar a ciência, não temos elementos que autorizem efabulações ou teorizações da conspiração no que toca à crise em torno do Corona vírus e da doença que provoca, o Síndrome Agudo Respiratório Grave e que penaliza com mais intensidade as camadas mais fragilizadas da população um pouco por todo o mundo.

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Coronavírus – sair da crise sem perder direitos!

Estamos perante um momento excepcional e único. Não é possível, por muito que seja assustador, ter uma resposta para tudo. Ninguém tem. Nenhum de nós mas muito menos a generalidade dos comentadores encartados que poluem a televisão. A incerteza é assustadora e a honestidade está em assumi-la. É bom ser capaz de dizer “não sei” e não esquecer que a certeza não assente em factos é apenas arrogância (ou aldrabice). Isto é crítico porque a forma como encaramos o presente é o alicerce do futuro.

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