Todos os artigos: Nacional

20 sinais de que é um filho da puta

Não consta que Carl Jung alguma vez tenha visitado Portugal ou a sua divisão da humanidade por tipos de personalidade não teria escamoteado a importante sub-classificação que, por terras lusas, abrange todos os seres ou indivíduos que se distinguem dos restantes por um carácter específico que só a eles é comum: o filho da puta.

Mas afinal o que é um filho da puta? Não obstante a frequência com que o termo é empregue na classificação axiomática de reconhecidos sociopatas como banqueiros, especuladores financeiros e ministros, não existe ainda consenso bastante para alcançar uma definição acabada. Longe de pretender ser tratado sobre o tema, este artigo é um subsídio para uma definição mínima. Caso o leitor responda afirmativamente a, pelo menos, cinco questões, então é provável que seja um filho da puta.

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E tu, quantos partidos já fundaste este ano?

A aritmética política é simples: “os inimigos do povo vencem as eleições porque o povo se abstém” mais “a maioria do povo não vota porque não se sente representada por nenhum partido” é igual a “é preciso continuar a criar novos partidos até toda a gente se sentir representada”. No entanto, e mesmo admitindo que esta operação é realmente uma soma e não uma divisão, subsiste uma incógnita: qual é a propriedade mobilizadora do próximo novo partido que nenhum dos existentes à esquerda conhece?

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Cofres cheios e barrigas vazias

“Portugal tem os cofres cheios”. Foi com esta tirada insultuosa, perversa, ignóbil, que a ministra das finanças encerrou as jornadas do PSD. Com a sua habitual pose altaneira, almejando o júbilo de uma plateia certamente inebriada pela gloriosa revelação, a responsável política que não foi senão “carrasco” de milhões de portugueses e portuguesas, vem gabar-se de que, afinal, o país “tem os cofres cheios”. Cofres cheios “para honrar os seus compromissos na eventualidade de surgirem perturbações no funcionamento do mercado”, claro está, não vá haver qualquer tipo de dúvidas. E eis-nos então perante o país sonhado por PSD e CDS: um país “de cofres cheios”, mas que obriga crianças a irem à escola nas férias para terem direito a uma refeição digna.

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Ser arquitecto no país da austeridade, por Tiago Mota Saraiva

Em Dezembro de 2015 passará vinte anos desde que comecei a trabalhar num atelier de arquitectura. Era estudante e nesse tempo eram poucos os estudantes que não acumulavam a escola com o início da profissão.
Terminado o curso, em 2000, decidi emigrar. Mas não foi um emigrar como os de agora, que mais parece um exílio. Como tantos outros colegas parti por uns anos na certeza de regressar no momento em que decidisse.

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O eclipse da sociedade

Onze de Agosto de 1999, o advento de um eclipse total solar, porventura o último do milénio, e com observação parcial em Portugal (62%-77%, Faro-Bragança) é motivo de grande euforia para a população em geral. Oportunidades destas, embora não tão raras como se possa pensar, representam a altura ideal para a divulgação da ciência, aqui em particular da astronomia. Esta ciência natural que estuda os corpos celestes encontra-se entre as mais famosas para um público leigo, ainda que seja muito mais provável (leia-se muito x10^13) encontrar tretas inventadas sobre astrologia do que um bom texto sobre astronomia em qualquer jornal ou programa de televisão. Tal interesse é patente na antiguidade que a astronomia tem, pela força da observação no grande observatório que é a Terra e a sua influência directa sobre as nossas vidas (falo das marés, estações do ano, etc. e não do destino traçado para um desgraçado caranguejo com ascendente em Marte!), não fosse mesmo culturas pré-históricas terem deixado inúmeros artefactos e construções (Stonehenge por exemplo) relacionados com a observação da movimentação dos corpos celestes, mostrando como é antiga a vontade de perceber o que se passa na esfera celeste.

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Quando a banca esmaga os seus trabalhadores e o Estado assina a sua execução

“Já não aguento mais, não consigo. Tornei-me numa pessoa execrável, nem me reconheço. Acordo a meio da noite a chorar, tenho ataques de pânico, não durmo sem comprimidos! Nem sei como o meu marido me atura assim. Há dois anos. Acordo, levanto-me da cama e estatelo-me no chão.

Todos os dias entro ali, sorrio. De cada vez que o telefone toca acho que vai ser nesse momento. De cada vez que o meu director olha para mim, acho que me vai despedir. De cada vez que chama um de nós acho que vai ser despedido.

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Ser músico no País da Austeridade, por Tiago Santos

Toda a gente sabe que os músicos são um empecilho para a sociedade, a não ser que alguém deles consiga fazer um bom dinheiro. São irreverentes, preguiçosos, e usam demasiados palavrões. Para muitos deles a vida só não é um cabaret porque são as suas próprias vidas que fazem mover o cabaret. Os risos, as palmas, o convívio, os ensaios, a dança, a orquestra que só respira quando toca ao vivo, a voz que só acorda para poder cantar.

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A hepatite dos mercados

A actual polémica sobre um medicamento recente para o tratamento das patologias crónicas associadas à hepatite C deixa de lado uma discussão que julgo ser oportuna dadas as escolhas políticas que se têm tomado na configuração do sistema científico e tecnológico.

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