Todos os artigos: Nacional

Paulo Portas e outros tantos mentirosos

“O senhor diz que uma série de pessoas saíram do RSI, esquece-se de dizer que essas pessoas deixaram de ter rendimento mínimo porque, por acaso, tinham mais de 100 mil euros na conta bancária.”
De quem é esta frase? Do vice-primeiro ministro, Paulo Portas. A afirmação é verdadeira? Não. Então porque se sente no direito de mentir o vice-primeiro ministro Paulo Portas? Mais, porque se sente no direito de mentir em pleno Parlamento?Porque se sente impune e porque uma das maiores e mais eficazes armas que este governo utiliza é a mentira descarada e a manipulação dos números. Esta arma não é nova, e nem sequer exclusiva deste governo, digamos que, principalmente, desde os tempos do cavaquismo, ela tem feito o seu caminho e ganho a sua importância.

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Os sábios

Escreve o Expresso que os “sábios” que o governo convidou para estudarem questões ligadas à segurança social e a eventuais reformulações no sistema de pensões estão “furiosos”. A razão da fúria parece ser sentirem-se utilizados pelo governo que nunca os ouviu verdadeiramente, e que agora anuncia – pela voz do primeiro-ministro – que uma solução que desconhecem está já desenhada para destruir um pouco mais (ou então totalmente, não se sabe bem…) a segurança social pública, solidária e universal.

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Política e Geometria 3

O Governo Sombra, que começou por ser transmitido apenas na rádio, passou depois para a televisão e agora é repetido umas duas vezes na televisão ao fim-de-semana, tal não é o seu sucesso (ou tal não é a falta de investimento em programação destes órgãos de comunicação social), é o mais lúdico dos programas de debate político ou não fora a presença de Ricardo Araújo Pereira, que não só anima o programa com o seu inegável sentido de humor como, com alguma diplomacia associada a esse humor, vai largando tiradas que tornam o programa tolerável. Tolerável é a palavra certa, porque um outro interveniente no programa, João Miguel Tavares, desequilibra a balança da qualidade com as suas saídas pretensamente informadas, pretensamente críticas, pretensamente inteligentes, atropela as intervenções dos outros participantes e até dá a sensação que tem autorização superior para o fazer. Ler mais

Capitalismo para totós VI – Lucro

O lucro, banalizado por séculos e séculos de exploração e opressão, e particularmente sacralizado durante o advento e a consolidação do Capitalismo, é essencialmente o resultado de uma apropriação, legitimada pela lei que é, por sua vez, escrita e decretada pelos representantes de quem se apropria.
Todo o lucro representa uma apropriação dos frutos do trabalho alheio, e nenhum lucro é legítimo moralmente, apesar de o ser legalmente.

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A ditadura do gosto e a ditadura do mercado

Um Nuno Ferreira, que achou piada a descrever-se como “nascido no segundo mês dos anos 80 e gosta de gelatina de morango” decidiu partilhar com a humanidade uma crónica no P3 sobre, pensará ele, “cultura”. O Nuno Ferreira, de quem mais não sei além do que ele próprio connosco partilhou, ou é um habilidoso propagandista da direita ou é um idiota chapado, o que – bem sei – não é absoluta nem mutuamente exclusivo.

A “crónica” sobre “cultura”, se tiverem o cuidado de ler, redunda apenas numa “redacção” sobre “gosto”, o que são coisas diferentes na forma e no conteúdo.

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Capitalismo para totós V – Classe Social

A noção de classe é fundamental para se compreender a mensagem do sistema capitalista, tal como daqueles que lhe resistem e propõem a sua superação. A classe social é a unidade política na análise marxista, pelo facto de ser o que distingue os interesses. Para os marxistas, a classe é definida com base na posição de cada um perante os meios de produção. O capitalismo tenta infundir uma noção diferente, baseada no vencimento. Todavia, os interesses políticos das pessoas que ganham mil euros não são todos os mesmos, enquanto que os interesses políticos dos que são trabalhadores são iguais entre todos.

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Direito Internacional ou a hipocrisia para todos os gostos

Aqui há dias um camarada dizia-me que na primeira aula da disciplina de Direito Internacional o professor fez um aviso: “Vocês vão aprender aqui uma data de coisas que devem regular o Direito Internacional e vão ter de as saber para fazer a cadeira, mas o Direito Internacional não existe, ele é deturpado de acordo com os interesses económicos.”A Ucrânia é o mais recente exemplo disso mesmo. Entremeados entres dois gigantes blocos de interesses, os ucranianos vivem cada vez com mais dificuldades, tirando os seus oligarcas sumptuosamente instalados e nutridos à custa de um Estado corrupto e subserviente aos que acenarem com mais notas. De repente estalou uma disputa que só não foi (é) mais violenta porque iniciar um conflito armado de larga escala naquela zona do globo seria um desastre de proporções inimagináveis e colocaria ainda mais em causa todos os interesses económicos que sobrevoam aquele país.

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Quatro mulheres de Abril*

Quarenta anos depois da revolução, quatro mulheres falam das dificuldades que passaram, da miséria que lhes roubou a infância e das lutas que travaram contra a dureza dos tempos. De quando, sobre os estômagos dos portugueses, o peso da fome amarrava muitos à sopa dos pobres. E do que se começa a viver hoje em muitas localidades do País e que era sentido de forma brutal pelos trabalhadores durante o fascismo.

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