75 anos depois, nova aproximação à fronteira russa.

Passam hoje 75 anos sobre a data que marca o início da invasão hitleriana da Polónia, dia normalmente considerado o primeiro da chamada Segunda Guerra Mundial. A data deve ser lembrada, não como mera efeméride que amanhã será imediatamente esquecida, mas como momento cujo significado histórico não pode ser ignorado.

Muitos lembrarão que se os alemães invadiram pelo ocidente, os soviéticos avançaram por oriente. A coisa, assim posta, gera as mais precipitadas conclusões. Sobre o assunto aconselho vivamente a leitura de “1939-1945: uma guerra desconhecida”, de Paul-Marie de la Gorce, em boa hora editado pela antiga Editorial Caminho. O autor refere os esforços soviéticos para concertar posições com França, Inglaterra e Polónia, bem antes do muito referido (mas pouco compreendido) pacto germano-soviético, o tal que só foi assinado depois de em Munique franceses e ingleses terem acordado com a Alemanha a desgraça da Checoslováquia.

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Banda Bassotti, vozes comprometidas com o internacionalismo

Cinco anos depois da explosão popular que tingiu de vermelho as ruas e avenidas de Manágua, o grupo punk italiano Banda Bassotti deu um concerto naquele país centro-americano. Em plena guerra entre os combatentes da Frente Sandinista de Liberación Nacional (FSLN) e a Contra (abreviatura de contra-revolucionários) financiada, treinada e armadas pela CIA, os Banda Bassotti seguiram o caminho de muitos grupos que da Europa foram à Nicarágua mostrar que a solidariedade internacional é a ternura dos povos.

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Não há paz sem justiça

É algo que ferve por dentro até que se nos escapa pelas cordas vocais e somos obrigados a expressar a raiva em que nos mergulham. Eu sei de algo que escapou a todos os telepontos que foram lidos nos telejornais. Enquanto dezenas de ricos mergulhavam água gelada na cabeça, ele estava ali a travar a sua cruzada contra a vida. De pé, na Ponte Luís I, esperou que o peso de tudo o derrubasse para o vazio que o separava do rio.

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Da coerência de Seguro

Tendo tido conhecimento de que António José Seguro tinha apresentado uma “moção política sobre as grandes opções do Governo”, fiz questão de abrir o prometedor documento e de o guardar no computador para lê-lo mais tarde. Afinal de contas, o título pré-anunciava uma coisa “em grande”, de leitura demorada, fazendo supor uma extensa e bem trabalhada moção política, com bons e sólidos fundamentos de medidas e estratégias para quatro anos de governação. Lá abri então o douto documento. Constato, desde logo, que são sete páginas. Constato ainda que uma das quais é a capa. E constato, por fim, que a última página tem oito linhas.

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O voo MH17 das Malaysia Airlines

É mais um daqueles casos em que, depois de um período de intensa atenção mediática, o tema cai no esquecimento. Ainda se lembram do avião das linhas aéreas da Malásia (o segundo) abatido em espaço aéreo ucraniano?

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A Bolsa ou a Vida?

Os bolseiros encontram-se blindados por um pedaço de lei, magnifico pela sua originalidade, chamado de Estatuto do Bolseiro de Investigação (vulgarmente EBI!). Em vez de uma relação jurídica laboral esta lei regula pela subsidiação o trabalho que envolve uma boa parte dos recursos melhor qualificados, a nível académico, do país, da forma mais precária possível. Estes trabalhadores, não reconhecidos como tal, responsáveis por grande parte do que é produzido pelo Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) não têm assegurados os mais elementares direitos laborais incluindo a integração no regime geral da Segurança Social.

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A Síria deixou de abrir telejornais, saiu das primeiras páginas.

Enquanto o mundo observa horrorizado o vídeo da decapitação de um jornalista norte-americano às mãos de um dos grupos que, em tempos, fazia parte do grande “guarda-chuva” genericamente conhecido como “Exército Livre da Síria”, naquele país devastado do médio-oriente os bandos armados que foram financiados, armados e diplomaticamente protegidos pelos Estados Unidos e a União Europeia, em conjunto com as ditaduras reaccionárias do Golfo, continuam a matar impunemente. Segundo a agência Sana dois homens foram executados e crucificados na vila de al-Hisan, no distrito sírio de Deir Ezzor.

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Um balde de água fria

A sociedade do espectáculo é um estado de ansiedade permanente que reduz simultaneamente o espectador a vítima, cúmplice e paciente. À medida que a crise estrutural do capitalismo recrudesce e a previdência social recua, uma fina camada de marketing vai tomando conta das nossas vidas, das nossas inquietudes e dos nossos princípios.

A nova moda de despejar baldes de água gelada pela cabeça abaixo é somente a última moda do tipo de activismo político domesticado que o capitalismo aprova, recomenda e reproduz. Para além da parolice songamonga do acto, que nos dispensa o verbo e a pena, é oportuno denunciar a chantagem moral com que nos querem contagiar e pôr a estupidez de quarentena.

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