Capitalismo para totós VI – Lucro

O lucro, banalizado por séculos e séculos de exploração e opressão, e particularmente sacralizado durante o advento e a consolidação do Capitalismo, é essencialmente o resultado de uma apropriação, legitimada pela lei que é, por sua vez, escrita e decretada pelos representantes de quem se apropria.
Todo o lucro representa uma apropriação dos frutos do trabalho alheio, e nenhum lucro é legítimo moralmente, apesar de o ser legalmente.

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A ditadura do gosto e a ditadura do mercado

Um Nuno Ferreira, que achou piada a descrever-se como “nascido no segundo mês dos anos 80 e gosta de gelatina de morango” decidiu partilhar com a humanidade uma crónica no P3 sobre, pensará ele, “cultura”. O Nuno Ferreira, de quem mais não sei além do que ele próprio connosco partilhou, ou é um habilidoso propagandista da direita ou é um idiota chapado, o que – bem sei – não é absoluta nem mutuamente exclusivo.

A “crónica” sobre “cultura”, se tiverem o cuidado de ler, redunda apenas numa “redacção” sobre “gosto”, o que são coisas diferentes na forma e no conteúdo.

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Capitalismo para totós V – Classe Social

A noção de classe é fundamental para se compreender a mensagem do sistema capitalista, tal como daqueles que lhe resistem e propõem a sua superação. A classe social é a unidade política na análise marxista, pelo facto de ser o que distingue os interesses. Para os marxistas, a classe é definida com base na posição de cada um perante os meios de produção. O capitalismo tenta infundir uma noção diferente, baseada no vencimento. Todavia, os interesses políticos das pessoas que ganham mil euros não são todos os mesmos, enquanto que os interesses políticos dos que são trabalhadores são iguais entre todos.

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Direito Internacional ou a hipocrisia para todos os gostos

Aqui há dias um camarada dizia-me que na primeira aula da disciplina de Direito Internacional o professor fez um aviso: “Vocês vão aprender aqui uma data de coisas que devem regular o Direito Internacional e vão ter de as saber para fazer a cadeira, mas o Direito Internacional não existe, ele é deturpado de acordo com os interesses económicos.”A Ucrânia é o mais recente exemplo disso mesmo. Entremeados entres dois gigantes blocos de interesses, os ucranianos vivem cada vez com mais dificuldades, tirando os seus oligarcas sumptuosamente instalados e nutridos à custa de um Estado corrupto e subserviente aos que acenarem com mais notas. De repente estalou uma disputa que só não foi (é) mais violenta porque iniciar um conflito armado de larga escala naquela zona do globo seria um desastre de proporções inimagináveis e colocaria ainda mais em causa todos os interesses económicos que sobrevoam aquele país.

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Quatro mulheres de Abril*

Quarenta anos depois da revolução, quatro mulheres falam das dificuldades que passaram, da miséria que lhes roubou a infância e das lutas que travaram contra a dureza dos tempos. De quando, sobre os estômagos dos portugueses, o peso da fome amarrava muitos à sopa dos pobres. E do que se começa a viver hoje em muitas localidades do País e que era sentido de forma brutal pelos trabalhadores durante o fascismo.

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Prioridades. (“Concertação social” parte 2)

Ainda o tema do salário mínimo nacional: segundo notícia avançada pela RTP, “a UGT só está disponível para negociar um aumento do salário mínimo ou um acordo de concertação social depois do fim do programa de ajustamento da ‘troika’ e das eleições europeias“. O que é notável visto que o acordo sobre salário mínimo nacional, que foi assinado por todas as organizações da chamada “concertação social”, previa o aumento do SMN para 500 euros em 2011, ou seja, leva 3 anos de atraso e incumprimento.

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O tempo disse ao tempo que o tempo tinha quanto tempo o tempo tem: quanto tempo tem o teu tempo?

Adaptabilidades e flexibilizações. Adaptabilidade total do trabalhador ao tempo e vontade do patrão. Adaptar a sua vida, a vida da sua família, a sua actividade política, o seu direito ao repouso e ao descanso à necessidade de maior ou menor exploração. Uma espécie de mealheiro, onde o patrão guarda as horas que entende, para gastar quando entende, como entende.

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