Reflexões

Na Ucrânia, sedes do Partido Comunista são assaltadas e vandalizadas, o Partido é mesmo proibido em duas regiões e um rabi aconselha os judeus a abandonar o país por questões de segurança.

No Japão, pelo menos 250 exemplares do Diário de Anne Frank, entre outras obras sobre o Holocausto e o nazismo, são destruídos em 35 bibliotecas públicas municipais de Tóquio.

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Também na Ucrânia o fascismo não passará.

Pude acompanhar em directo parte do discurso do dirigente neonazi Oleh Tyahnybok na praça epicentro das atenções mediáticas de meio mundo, no centro da cidade de Kiev. Tyahnybok, que é um dos homens de mão dos norte-americanos na Ucrânia, não esconde a sua russofobia nem a vinculação do seu projecto político ao pior do racista anti-semita. Mas em Portugal a visão que se construiu dos conflitos de Kiev é outra. Sem surpresas.

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A Venezuela que cheira a Abril

Sobre a Venezuela, a imprensa portuguesa, em geral, dedica-se a replicar aquilo que compram às agências estrangeiras. Não é por acaso que a TVI anunciava, anteontem, que teriam caído sob as balas do governo três opositores. É mentira. Um deles chamava-se Juan Montoya e era activista na zona onde eu passava uma boa parte do tempo. O Juancho, como era conhecido, pertencia a um dos colectivos bolivarianos do bairro 23 de Enero. Morreu aos 51 anos numa esquina de Caracas quando tentava, ao que parece, defender um edifício público da violência que os protestos da oposição geraram.

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Como dois mundos

“Mas não existe só o poder; existe também uma oposição ao poder. Em Itália essa oposição é tão grande e tão forte que ela própria também é um poder: refiro-me naturalmente ao Partido Comunista Italiano(PCI). Não há dúvida de que neste momento a presença na oposição de um grande partido como o PCI é a salvação de Itália e das suas pobres instituições democráticas.

O PCI é um país limpo dentro de um país sujo, um país honesto dentro de um país desonesto, um país inteligente dentro de um país idiota, um país culto dentro de um país ignorante, um país humanista dentro de um país consumista.

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Ser sem abrigo

“Não sou nada nem ninguém para julgar alguém, mas de qualquer maneira, sou um ser, sem abrigo.” É assim que o António começa esta reportagem da TSF, “Só por hoje”, sobre quem vive sem tecto, oiçam-na, mesmo. E continua: “Sobrevivo. Viver, viver é só por hoje. Sempre. É a minha regra. Acordei de manhã, ’tá bom, se amanhã não acordar, olha, melhor ainda. Já foi! Já era!” Simples, e sempre com a voz perto de rebentar em choro.”Venha para um destes bancos e sente-se comigo.” Diz o Luís Carlos ao receber-nos na sua sala de estar, um jardim de Lisboa. Um dia sentou-se num desses bancos a ler, ainda tomou um café, para despertar, mas adormeceu. Entretanto passaram sete meses e o Luís continua por lá. Simples, e sempre com a voz perto de rebentar em choro. A dele e a minha.

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Abril, o “muro” e o apoio da RDA aos antifascistas portugueses

Os 40 anos de Abril estão aí e os partidos da maioria governamental abriram a época do gozo à Revolução libertadora. Assim, e depois do PP e dos seus jovens queques (aqueles que querem fazer retroceder a escolaridade obrigatória ao 9º ano) se terem dedicado a espezinhar Abril e o seu legado sobrepondo-lhe o golpe de direita de 25 de Novembro de 1975, é a vez do PSD e da sua “jotinha” vir meter a colher num tema que sempre desprezou, e em data que jamais comemorou para lá do âmbito institucional de que não pode mesmo fugir. Em momentos praticamente simultâneos, a presidenta da Assembleia da República vem propor mecenato para as comemorações de Abril e uma moça que ficou célebre por ter feito uma chamada falsa para a linha de urgência do INEM apresentou uma ideia estapafúrdia que apenas na cabecinha dos jotinhas da Lapa faz sentido: associar as comemorações de Abril à queda do chamado “Muro de Berlim”.

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A Isilda Pegado e o aborto

“São quase 120 mil crianças que deixaram de nascer em Portugal e, em virtude disso, muitas escolas estão vazias e muitos professores ficaram sem turmas a quem dar aulas”

Este é o problema maior da senhora Isilda Pegado. Como um auto de fé esta senhora levanta em armas a sua luta pelo retrocesso civilizacional e humano pregando em toda a parte contra as abortadeiras pecaminosas. «Por considerar que muitas destas interrupções não se teriam realizado caso as mulheres se sentissem apoiadas na gravidez, Isilda Pegado diz que chegou a altura de alterar a lei.»

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