20 anos de terror no Médio Oriente

O maior ataque terrorista da história aconteceu em Hiroxima e Nagazaki, em Agosto de 1945, com a utilização de bombas nucleares contra a população civil de um país já derrotado. Essa é uma das páginas mais negras da história da humanidade. Os Estados Unidos provocaram cerca de 200 mil mortes em apenas dois dias. Não se trata de desvalorizar a tragédia de 11 de Setembro de 2001 mas antes de combater a narrativa mediática que tenta apontar os ataques em território norte-americano como o maior ataque terrorista da história.

O que faz dos ataques, que agora registam duas décadas, marcantes é terem acontecido em solo norte-americano e é terem espoletado consequências no curso da história dos últimos 20 anos. Não é preciso recorrer a teorias da conspiração para afirmar que os mesmos a quem se atribui os ataques foram financiados, treinados e armados pelos Estados Unidos. A Al-Qaeda teve o apoio da Casa Branca antes e depois dos ataques, em diversos cenários de guerra.

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Afinal o que importa não é a literatura

Das armas e os barões assinalados da epopeia ao povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas da anti-epopeia, talvez sejamos tudo isso, mas será que agora importa? Talvez sejamos barões e burros de carga; tudo daí para cima e para baixo, mas será que ainda nos servem de alimento real e concreto as epopeias e as anti-epopeias? Será que vamos continuar a deixar que nos definam, do alto, enquanto povo, a deixar que a literatura dos outros diga ao mundo e à história dos vencedores o que fizemos e não fizemos, se vamos além da Taprobana ou que não vamos a lado nenhum? Afinal o que importa? Será a literatura que vemos ao longe e nos dá força ou nos deita abaixo; que ora nos cega com glórias do passado, ora nos agarra pelo colarinho e nos acusa de catalepsia ambulante? Não é a literatura, senhores. Nem a crítica de arte nem a câmara escura. Não é, pelo menos, a literatura lá de longe.

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PS, PSD, CDS: Cor de Campanha Quando Foge

Ainda sou do tempo em que, da esquerda à direita, não faltava quem acusasse o PCP de esconder a sua imagem histórica atrás da sigla CDU. «Uma farsa», gritavam, «uma aldrabice», insultavam, «uma espertice», avisavam os arautos da «identidade». Não deixa, por isso, de ser absolutamente irónico que, neste ano de centenário do Partido e de campanha eleitoral autárquica, estejamos todos a ver precisamente a antítese dessa pungente narrativa. Enquanto que o PCP decide celebrar 100 anos inundando o país de milhares de bandeiras vermelhas com a foice e o martelo, o PSD faz uma campanha autárquica praticamente sem laranja e o PS mete o punho vermelho na gaveta. O CDS, bem, esse nem sequer conta, porque dentro do bolso do PSD não se lhe consegue ver a cor.

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O: operário

O: operário

Já não há operários? O proletariado é uma categoria ultrapassada? Qual a diferença entre o trabalhador, o operário e o proletário? A discussão é demasiado extensa e as categorias económicas que dela derivam exigiram muitas mais entradas de verbetes neste dicionário, mas eis as noções básicas:

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Prostituição, academia e género: a armadilha triplica no feminismo contemporâneo

PARTE II

Para combater as causas materiais da opressão das mulheres são necessárias ferramentas para as compreender, mas para compreender as causas da opressão das mulheres é necessário definir a categoria mulheres. Jamais poderíamos compreender os fenómenos que oprimem algo se esse algo constitui uma entidade nublosa e ampla. Quando um químico estuda a molécula de hidrogénio (H2), ele não pensa em incluir no seu estudo a molécula de água (H2O) só por esta conter na sua composição dois átomos de hidrogénio. Para o químico a categoria molécula de hidrogénio é estável, fechada e material: inclui somente dois átomos de hidrogénio e mais nenhum outro. O químico sabe, mais do que por intuição, que duas coisas parecidas não são duas coisas iguais.

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Carta ao meu Partido

Ora então aqui estamos, que mesmo de mil mortes anunciadas não te roubaram nunca a vida, nem tampouco um só ano de todos os teus cem. Que por entre as marés da história das histórias todas, bastará tão somente entre as vagas, um só camarada chamar camarada a outro, que tu sempre viverás.

Como de outra forma poderia ser, que se há tanto passado em ti, meu Partido, és ainda a juventude do mundo e a esperança de futuro. Que é tua argamassa a foice da ceifeira eterna e o martelo do operário resiliente, a que se juntou de braço dado, em fundação, a pena do intelectual, que todos foram muitos para te alevantar, que todos somos poucos para te continuar.

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Avante, temos de conversar

Olá Avante, estás bom? Olha, vou direito ao assunto: temos de falar. Se calhar até era melhor pessoalmente, porque estas coisas por mensagem… Epá, Avante, ouve: esta cena da longa distância não é para mim. Estamos juntos há quase 20 anos e continuamos a vermo-nos só três dias por ano. Não é isso que estou a dizer. Claro que ainda és o meu tipo, mas esta merda dos amores proibidos não pode durar para sempre, não é?

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Afeganistão – Um filme Americano

O levantar do pano

O triunfo da revolução Saur pelos comunistas do Partido Democrático Popular do Afeganistão em 1978, seguida pela Revolução iraniana, ocorrida em 1979, onde os Estados Unidos perdem uma importante base para o combate à URSS na guerra fria, acarretam consequências para a política imperialista ocidental. O Afeganistão torna-se assim prioridade para Estados Unidos e os seus famintos cães-de-fila ocidentais, alheios à condição humana do povo afegão, tudo em nome de um anticomunismo primário. Estudado o cenário geopolítico à altura, o aliado de circunstância são um grupo radical islamita, os mujahidins, precursor dos hoje conhecidos talibãs.

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