Todos os artigos: Internacional

A Guerra da Câncio

A Câncio despreza 3045 mortos civis, a Câncio diz que esses mortos civis são de ambos os lados mas não tem absolutamente nada que sustente essa afirmação. Apesar de não sustentar a sua afirmação, enche a boca para acusar o PCP de mentiras e omissões. Para a Câncio as 91 crianças sepultadas no beco dos anjos em Donetsk terão morrido de causas naturais e não assassinadas pela Ucrânia, provavelmente acha que a culpa é dos pais, tios, avós, vizinhos e restante população não soube ficar quietinha e aceitar de bom grado o golpe de 2014 e as suas consequências políticas.

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Liberdade para Pablo González

O jornalista basco Pablo González foi preso pelas autoridades polacas, no passado dia 28 de fevereiro, junto à fronteira com a Ucrânia enquanto cobria o êxodo da população ucraniana em direcção à Polónia. Acusado de espionagem pró-russa, o jornalista está incomunicável desde então. O seu advogado não tem acesso ao seu cliente nem às acusações concretas que lhe são feitas. O único facto que é considerado indício é a dupla nacionalidade e a tradução do nome de Pavel para Pablo. Isto acontece na “democrática” União Europeia, que se arroga no direito de dar lições de liberdade ao mundo.
Exigimos a imediata libertação do jornalista Pablo González.

#FreePablo #FreePabloGonzalez

Em defesa de Putin?

Agora que tenho a vossa atenção, não, ao longo deste texto, não encontrarão nem a defesa de Putin, nem a santificação do regime ucraniano. Nem o apoio à invasão russa da Ucrânia, nem às milícias de extrema-direita a operar em Donbass e Lugansk, que estão agora espalhadas por todo o território. A história deste conflito, como a História em geral, é um processo de acontecimentos encadeados, interligados entre eles. Não começou há duas semanas, ainda que a pressão mediática e a ideologia dominante o tente e consiga fazer crer, como demonstram os últimos dias, não faz com que seja verdade. Os cerca de 14 mil mortos desde 2014 provam-no. Daqui, a minha solidariedade com os povos russo e ucraniano, que eram, são e serão as vítimas de uma guerra que não é deles, é um conflito entre as aspirações de uma Rússia imperial que o socialismo derrubou, frente a uma aliança político-militar obsoleta, a NATO, que necessita de criar inimigos continuamente. Sem eles, a sua função de garantir a hegemonia Ocidental, de garantir que para além do modo de vida ocidental, da sua cultura, organização política e social, está a barbárie; de garantir que o complexo industrial militar ocidental continua a faturar à custa da miséria dos povos, deixa de fazer sentido. E, como disse uma CEO portuguesa, melhor que o negócio da saúde, só o das armas. Tem toda a razão.

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No princípio era a mulher

“No princípio era a Mãe, o Verbo veio depois.” Esta frase de Marilyn French, feminista norte-americana, no seu livro Beyond Power (1985), reorienta-nos na mais que justa reposição da verdade. Essa verdade histórica e científica que é o lugar primordial, fundador e original da mulher na História da Humanidade. Só que através das sombras dos dias, de que resta memória mas não consciência, não muitas gerações volvidas, o reinado que era seu por direito foi substituído, foi derrubado, desprezado e subvertido. Derrubado não pela culpa de um pensamento só, de uma só civilização, de uma religião ou evento isolado, mas de uma espantosa – e terrível – simultaneidade de factores que trouxeram essa herética “inversão” até aos nossos dias.

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Quid est veritas?

A célebre dúvida de Pilatos, trazida até nós pelo evangelho de João (Jo 18, 38), foi sempre tomada como uma das grandes interrogações da humanidade. Durante séculos, filósofos, pensadores, ideólogos, sociólogos, cientistas, historiadores, homens e mulheres, novos e velhos procuraram a grande resposta e, até hoje, sem grande sucesso. Mas quando digo ‘até hoje’, refiro-me literalmente ao presente e marcando desde já, e com toda a segurança, o término dessa longa viagem de crítica e de reflexão. Sim, porque, alvíssaras, já temos uma resposta: a verdade, hoje, é aquilo que cada um pretende que a verdade seja.

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A verdade é uma coisa qualquer

A verdade é uma coisa qualquer.

Só assim se entende que a actual narrativa anticomunista se construa e levante não assente em factos, mas antes se molde à conveniência e a um propósito último.

Não valeu de nada uma única palavra dita pelos comunistas portugueses, que afirmaram, “Putin age com tiques czaristas, a paz é o caminho, que se cesse de imediato a intervenção militar russa”, o que se escreveu e se leu foi, “PCP não condena Putin, nem a guerra”.

Não valeu a posição histórica do PCP em todos os cenários de conflitos internacionais, onde em todos, sem excepção, se apelou à paz e à diplomacia, ao contrário de outros.

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Como foi criado o regime da Ucrânia

Há uma discussão permanente sobre se aquilo que aconteceu em Kiev em 2014 foi uma revolução ou um golpe apoiado pelos Estados Unidos e União Europeia. Nesse sentido, é útil regressar ao passado e esmiuçar alguns factos que levaram à conformação do actual regime ucraniano.

Comecemos lembrando que, durante a chamada Revolução Laranja, em 2004/2005, na Ucrânia, segundo o The Guardian, os partidos Democrata e Republicano, o National Democratic Institute, o Departamento de Estado, a USAid, a ONG Freedom House e o Open Society Institute gastaram cerca de 14 milhões de dólares a patrocinar essa tentativa de empurrar o país para a esfera ocidental. A estratégia foi bem sucedida. Viktor Yushchenko, candidato pró-Ocidente, ganhou as eleições presidenciais.

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Os esquecidos de Donbass

Em 2018, estive em Donetsk e Lugansk. Visitei orfanatos, hospitais, escolas e fábricas. Falei com mineiros, autarcas, reformados, crianças, professores, empresários e sindicalistas. Assisti às lágrimas de mulheres enlutadas e ouvi disparos de artilharia sobre zonas civis.

Choca-me que nunca ninguém tenha querido saber desta gente, desde jornalistas a governos, e de repente tenham descoberto que há um Acordo de Minsk porque a Rússia deixou de o reconhecer, quando a Ucrânia o violava diariamente desde o momento em que foi assinado. Esse acordo previa, no ponto 3, a descentralização administrativa da Ucrânia com um regime de governação local em Donetsk e Lugansk.

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