Todos os artigos: Nacional

Olá TVI, a portuguesa na Ucrânia é neonazi

A TVI acaba de transmitir a entrevista a uma enfermeira portuguesa “integrada num pelotão internacional”. Uma heroína sem medo da morte “lutando com muito amor, com muita vontade”. Só há um pequeno problema: “a única portuguesa na linha da frente” que a TVI arranjou é uma conhecida neonazi.

Chama-se Ana Cristina Cardoso e foi para a Ucrânia com o fascista cadastrado Mário Machado. Foi militante da organização neonazi Nova Ordem Social e uma das organizadoras da infame marcha nocturna das máscaras e das tochas, à moda do KKK, em frente à sede do SOS Racismo.

Ler mais

Constantinopla, 1453

Era Domingo de Pentecostes e os soldados de Maomé II derrotavam os de Constantino XI Paleólogo, assumindo o controlo de Constantinopla – à data capital do Império Bizantino – após um cerco militar de 53 dias. Num dia 29 de Maio como este, servia-se frio o derradeiro ponto final à história milenar do Império Romano. Enquanto os otomanos avançavam sem dó nem piedade, os clérigos, fechados que estavam no conforto do concílio, concentravam-se, como habitual, em solenes e intrincados debates teológicos. Consta que naquele momento – enquanto Constantinopla caía – discutiam se os anjos teriam ou não sexo, ou o “sexo dos anjos”. Passados 569 anos, há quem continue a seguir o seu triste exemplo, promovendo debates vãos ao invés do foco nos que são urgentes. 

Ler mais

Já está no ar a Cassete Pirata #5

📼 🏴‍☠️ O quinto episódio da Cassete Pirata, o podcast do Manifesto74, tem como tema central a manipulação na Comunicação Social em tempos de guerra e conta com a participação de: António Santos (Moderador) Constança Cunha e Sá (Jornalista), Carmo Afonso (Advogada), Bruno Carvalho (Jornalista) e Miguel Tiago (Geólogo).

Ler mais

Os óculos escuros de Pier Paolo Pasolini

“Homossexual – escritor – comunista – realizador – jornalista político – poeta – homem do teatro e não sei quantas coisas mais” – assim terá sido recordado, por Alberto Moravia, um dos homens que tanto marcou o panorama cultural no século XX como continua a marcá-lo, com a mesma eloquência e o mesmo arrojo, nos dias de hoje. Pasolini certificou-se de que seria difícil ou até mesmo impossível esquecê-lo, porém, num ano como este, em que se celebra o seu centenário e brotam retrospectivas como cogumelos, surge o imperativo de se fazer lembrar tudo aquilo que vai para além da estética ou da especulação, impedindo a tentativa de despolitização de uma obra monumental e inerentemente política.

Ler mais

E se não fosse a luta?

Comecemos pelas conclusões. Muitas das vezes, são as conclusões que nos servem como ponto de partida.

No passado dia 3 de maio, o jornal Observador fazia sair uma notícia com o subtítulo: «Número de estudantes do ensino superior nunca foi tão elevado e cresceu 20% nos últimos seis anos. Mestrado é o único ciclo que não regista aumento de inscritos». Tais “factos” merecem a nossa reflexão e o nosso questionamento. Para este exercício é importante ter mente alguns pontos cruciais.

Ler mais

Gentrificação é substituição de classe

Imagina que o Código do Trabalho dizia que em caso de incumprimento por parte do patrão, o trabalhador tem direito de rescindir o contrato.

Ou comes e calas, ou vais para o olho da rua.

Distópico, né?

Mas é exactamente isto que acontece com um contrato de arrendamento. Tu cumpres a tua parte, pagas a tua renda, mas a casa que estás a pagar já não é a casa que alugaste há uns tempos. Tem humidade, mete água, os canos do vizinho de cima lixam-te o tecto, o isolamento da placa foi de vela. Está a precisar de obras. O senhorio não se chega à frente, e a lei mete-te à frente duas hipóteses: a) Pagas as obras do teu bolso, com acordo do senhorio ou sem acordo se for por motivo de força maior ou b) Podes rescindir contrato.

É isto, parça. Ou comes e calas, ou vais para o olho da rua.

Ler mais

Fronteiras de Abril

O discurso camaleónico, que se alapa mediante a circunstância e pouco sobre a realidade, é já a marca d’água de Marcelo Rebelo de Sousa. Soará familiar a todos, num ou noutro momento de intervenção pública, o Presidente da República exultar o facto de Portugal ser um dos países do mundo com as fronteiras mais antigas e geograficamente estáveis. Não obstante, o que ontem era verdade hoje já não o será necessariamente, ou antes o contrário. Afirmou recentemente, Marcelo Rebelo de Sousa, que as fronteiras portuguesas “já não são o que eram, e hoje passam por África, pelo Golfo da Guiné, pelo Atlântico, pela fronteira de vários países da União Europeia, da NATO com a Ucrânia”. Entendemos então que as fronteiras e outras noções são agora concepções abstractas, subservientes a estados de espíritos e a afectos políticos.

Ler mais