Todos os artigos: Nacional

Nos teus sapatos

Olha, eu fazia assim e assado, cozido e frito. Se fosse comigo? Havias de ver. Então a gaja mija pelas pernas abaixo só porque o patrão não deixa ir ao quarto-de-banho? Eu ia e ainda espetava dois bananos no patrão ou no capataz ou no encarregado. Havia de ser comigo, nem que tivesse de pedir esmola na rua. E estes gajos a pedir na rua? Gajos novos, com bom corpo, é mas é pô-los a limpar matas, que não falta trabalho. Querem viver de subsídios e nós a pagar, bando de malandros. Conheço um que não quis ir trabalhar porque ganha mais de subsídio. Ia ganhar o salário mínimo, não chega, diz ele. Diz que não tem transportes. Sabe é muito, claro. Também eu queria andar ao alto. Ir às feiras, comprar coisas à ciganada. Esses são outros, com grandes carros e casas e a gente a pagar. Viste o BMW novo do patrão? Que máquina, pá, aquilo até voa. Ler mais

Quem poligrafar o Polígrafo, bom poligrafadigador será

O Polígrafo continua, como sempre tem feito até aqui, a efetuar uma verificação de factos que, a meu ver, deixa muito a desejar quando comparada com outros sites internacionais com o mesmo objetivo. Primeiro, porque, não raras vezes, aposta no “clickbait”, ou seja, faz uma pergunta no título sem dar a resposta, mesmo sabendo que a maioria das pessoas não vai clicar e ler a notícia, mas antes responder-lhe de acordo com a sua convicção. Isso traria menos cliques ao Polígrafo, é certo, mas serviria o propósito que diz ter. E quando é o Polígrafo, ou o seu diretor, Fernando Esteves, que necessitam de ser poligrafados, fazemos o quê? Ler mais

Bisnetos de Outubro e filhos de Abril

A revolução pode ser uma maratona mas também pode ser uma prova de velocidade. Se lutarmos por ela com a certeza de que vai ser uma prova de fundo, ficará arrumada numa gaveta chamada utopia. Se acharmos que lá chegamos com o velocímetro no máximo, podemos não ter forças para cruzar uma meta que não sabemos onde está. Como cantou Taiguara, o mais perseguido dos cantores brasileiros, “quem só espera não alcança e quem não sabe esperar erra feito criança”. Ler mais

Carta aberta a um fascista de 17 anos

Tem 17 anos e já transpira colonialismo e saudosismo bafiento em cada palavra. A sua genealogia ditou que pudesse ser publicado num jornal de referência do mofo salazarista mas o seu artigo é, para além de decadente (porque o jovem com tanto para dar mais parece uma criatura mumificada acabada de encontrar num qualquer cenotáfio de um panteão com festas de uma startup), perigoso e sintomático de uma pretensa elitezinha que acha que o país precisa deles. Ler mais

A subsidiodependência do capital

Na rádio, um representante da patronal dos transportes de passageiros (ANTROP) diz que a medida dos passes intermodais não foi bem pensada e não levou em conta a incapacidade dos operadores de transportes públicos de responder ao aumento da procura, queixando-se em seguida da falta de financiamento público à aquisição de frota. Ler mais