Todos os artigos: Nacional

Que idade tem a tua fome?

“Um tostãozinho para a cascatinha!, Um tostãozinho para a cascatinha!” Era assim que, quando era miúdo, por duas ou três vezes – não mais – ali na Rua Óscar da Silva, em Leça da Palmeira, eu e os meus vizinhos abordávamos as pessoas que passavam, com um santo qualquer comprado à pressa no Senhor de Matosinhos. Não era empreendedorismo infantil, era só mesmo para ganharmos uma moedas, que serviriam para trocar por chicletes Gorila na loja da Ana Maria. A cascata nem era elaborada. Era um cartão pousado no passeio junto à entrada da ilha, umas ervas para enfeitar, se calhar, que íamos buscar ao quintal do Guarda Fiscal. Fazia-mo-lo pelo doce. As chicletes eram mesmo boas. Duravam pouco mas dava para nos alegrar os dias.

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“Quem em Portugal não confiava no Dr. Ricardo Salgado?”

Vale o que vale, que é muito pouco, mas é revelador de como a comunicação não hesita em inventar e mentir para criar uma imagem de encomenda.

Em determinado momento da reunião da Comissão de Inquérito do BES de ontem à tarde, com José Manuel Espírito Santo, o Deputado do PSD Carlos Abreu Amorim pergunta-lhe se está arrependido de ter confiado em Ricardo Salgado e o banqueiro responde que “(…) quem é que em Portugal não confiava no Dr. Ricardo Salgado?”.

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Mais uma «guinada à esquerda»

No espaço de poucos dias, António Costa já deu a entender por duas vezes com quem e para quem é que o PS quer de facto governar. Depois de ter saído com um “ar encantado” da reunião com Passos Coelho apelando à urgência de uma coligação pós-eleitoral com o PSD, desta vez António Costa decide dar como “grande exemplo” histórico a coligação PS-PSD que (des)governou o país entre 1983 e 1985. António Costa demonstra assim ter mais orgulho e consideração pelo governo de coligação com o PSD, do que, por exemplo, pelo primeiro governo de José Sócrates no qual o PS teve maioria absoluta. Compreende-se que António Costa queira por agora afastar-se de Sócrates, mas era pouco expectável que o fizesse de forma tão vexatória.

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Ricardo Salgado "falou verdade"

De certa forma, o banqueiro que mais honesto foi até agora na Comissão de Inquérito sobre a gestão do BES/GES, foi mesmo Ricardo Salgado. Apesar de ter dito não ter dado ordens para falsificação de contas e ocultação de passivo na ESI (holding-mãe do grupo Espírito Santo), e de ser evidente que, tendo ou não dado a ordem sozinho, terá integrado o grupo que a determinou, Ricardo Salgado mostrou com crueza o processo que levou à queda do BES, sem sequer tentar mascarar os processos de financiamento que conduziram o BES a uma situação de colapso, que veio a implicar a colocação de 3,9 mil milhões de euros no Banco por parte do Estado.

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Bem me quer, bem me quer

Num momento em que decorre um processo para o maior despedimento colectivo da história da Administração Pública – 697 trabalhadores do Instituto de Segurança Social – decorre um «concurso» para a sua direcção.

E quem são os fantásticos e felizes «concorrentes» sobre os quais Mota Soares (CDS-PP) terá que decidir?

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Costa, o PS e a privatização da TAP

Diz que António Costa referiu ontem, perante militantes e apoiantes do PS, que ao contrário do que afirma Passos Coelho, “o que estava no memorando de entendimento com a ‘troika’ [assinado pelo PS] não era a previsão de uma privatização a 100% da TAP. Não, o que estava no memorando de entendimento era que a TAP só seria privatizada parcialmente e nunca na sua totalidade“.

A questão não é de opinião, é de facto. O que o memorando afirma é objectivo e por isso nada como dar a palavra ao texto que em Maio de 2011 foi assinado entre a troika nacional e a troika internacional. Para que não restem dúvidas, eis a transcrição completa do ponto 3.31 do “memorando”:

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Quem tem medo dos banqueiros?

Quem menos respeito? o banqueiro, o patrão ou o ministro ao serviço do banqueiro e do patrão?
Se sei que o banqueiro, o patrão, o capitalista em geral, mais não faz senão prosseguir os seus objectivos assumidos: obter lucros através da exploração do trabalho alheio; já o mesmo não se pode dizer dos governantes, deputados, presidentes, que se colocam ao serviço dos capitalistas com o voto e o engano dos trabalhadores.

A espinha dorsal é um atributo que reputo fundamental para que determine o grau de respeito por alguém e se é verdade que muitos capitalistas não terão propriamente um carácter admirável, não hesito em dizer que o político que se dispõe a servir o capitalista usando a confiança do seu povo está muito aquém de qualquer conceito de carácter.

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