Românticos

“A cidade vive uma das suas noites de Inverno, sem suspeitar do drama que vai rebentar: e não só Moscovo, mas Paris, Nova Iorque, e Istambul, e Singapura, e Pequim, todas as cidades do mundo inteiro o ignoram ainda. Todas continuam a viver a sua vida, umas em plena luz, outras ainda no alvorecer, e noutras sente-se já o calor do meio-dia, todas com as suas preocupações, as suas alegrias, as suas esperanças, os seus desgostos, os seus automóveis, os seus fiacres e os seus riquexós, e as suas fábricas e as suas lojas e as suas casas de pedra ou de madeira, e todas essas pessoas que vão para o trabalho ou que voltam para casa, ou passeiam, ou estão sentadas nos cafés, ou se beijam nos parques ou enchem os cinemas, e os que nascem, e os que morrem. Salvo algumas pessoas na Terra, ninguém ainda sabe a notícia que vai abalar o mundo. Ler mais

Lénine, 90 anos depois

Desde que o coração de Lénine deixou de bater, há 90 anos, e o seu corpo exposto na Praça Vermelha, não mais deixou de haver longas filas de mulheres e homens dispostos a homenagear o cérebro da revolução de Outubro. Mas o que marcou o século XX foram as fileiras de trabalhadores armados com as ideias de Lénine que em cada país se atreveram a desafiar o capitalismo. É por isso que longe da tristeza que nos poderia deixar o vazio quando um dos nossos nos abandona, sobra tanta coragem para seguir o exemplo de todos eles. E foram tantas as vezes que tentaram matar Lénine depois de morto que já era hora de perceberem que as ideias não morrem quando são abraçadas pelos trabalhadores como suas. Por mais estátuas que derrubem, o seu contributo para a história continuará a morder os calcanhares ao capitalismo.

Poema a Lénine (Bertolt Brecht), em castelhano 

1
Al morir Lenin,
un soldado de la guardia, según se cuenta,
dijo a sus camaradas: Yo no quería
creerlo. Fui donde él estaba
y le grité al oído: “Ilich,
ahí vienen los explotadores. No se movió.
Ahora estoy seguro que ha muerto.

2
Si un hombre bueno quiere irse,
¿con que se le puede detener?
Dile para qué es útil.
Eso lo puede detener.

3
¿Qué podia detener a Lenin?

4
El soldado penso :
Si oye que los explotadores vienen,
puede que estando solo enfermo se levante.
Quizás venga con muletas.
Quizás haga que lo traigan
pero se levantará y vendrá
para luchar contra los explotadores.

5
El soldado sabía que Lenin
había peleado toda su vida
contra los explotadores.

6
Cuando terminaron de tomar por asalto
el Palacio de Invierno, el soldado
quiso regresar a su hogar, porque allí
se habían repartido ya las tierras de los propietarios.
Entonces Lenin le dijo: Quédate.
Todavía hay explotadores.
Y mientras haya explotación
hay que luchar contra ella.
Mientras tu existas,
tienes que luchar contra ella.

7
Los débiles no luchan. Los más fuertes
quizás luchen una hora.
Los que aún son más fuertes, luchan unos años. Pero
los más fuertes de todos, luchan toda su vida, Èstos
son los indispensables.

Força ao STARQ!

Os sindicatos não servem para nada. Custam milhões ao Estado e asseguram apenas um ou outro tacho, como bem exemplifica o caso da Avoila e do Nogueira. De resto, nada. Só enganam os trabalhadores. Ah, e por vezes lá andam eles a abanar umas bandeirinhas vermelhas nesta ou naquela manif e a criar constrangimentos a quem quer trabalhar quando se lembram de fazer greves. Basta ver que os governos mudam de 4 em 4 anos, mas os líderes dos sindicatos parece que estão lá desde sempre. E, precisamente por causa disso, o país vai de mal a pior. Deviam acabar com os sindicatos. Todos eles. Só assim Portugal poderá ser um país melhor. Ler mais

Marx na Baixa

Marx marca de forma indelével a narrativa histórica do século XX. A sua filosofia inspira revoluções, redesenha fronteiras e agita, com a promessa de um mundo novo, os corações da humanidade inteira. Mas se 130 anos depois da sua morte o capitalismo triunfante garante tê-lo varrido para debaixo do baú das antiguidades filosóficas, porque será necessário declará-lo morto uma e outra vez? É para responder a esta pergunta que Karl Marx, em licença de uma hora, regressa ao mundo dos vivos. Marx in Soho, foi escrita em 1999 por Howard Zinn (1922-2010), historiador e dramaturgo norte-americano, mais conhecido pela sua autoria da “História dos Povos dos EUA”. A suas obras foram distinguidas com dezenas de prémios, entre os quais o Thomas Merton Award, o Eugene V. Debs Award, o Upton Sinclar Award e o Lannan Literary Award. De estivador a doutor pela Columbia University e professor catedrático, o percurso de vida de Howard Zinn é indissociável do seu compromisso para com a justiça social e a simpatia pela causa dos humilhados. Ler mais

Vamos falar de direitos humanos

No Governo de Sócrates mais de um milhão e meio de crianças perdeu ou viu diminuído o seu abono de família pondo em risco a sua alimentação nas escolas (uma vez que perdendo o escalão do abono deixam de ter refeições comparticipadas pela escola), a sua continuidade na escola, a sua subsistência. Ler mais

Bolseiros e o interesse nacional

O investimento público em Ciência e Tecnologia em Portugal conheceu um máximo durante o ano de 2009, apesar de nunca ter atingido o valor da propaganda do Governo de Sócrates e do Ministério de Mariano Gago que ostentava bandeiras de 1% do PIB em cada discurso. Essa mentira foi difundida com estonteante intensidade, não tendo contudo em momento algum a despesa pública em I&D ter ultrapassado 0,72% do PIB. Mesmo que tenhamos em conta a execução orçamental das Instituições Privadas sem Fins Lucrativos e assumamos que toda a sua despesa é financiada pelo Estado (e não é), juntamos 0,14% do PIB para o mesmo ano de 2009 e chegamos a um valor de Despesa pública 0,86%. Ler mais